| 19/06/2009 04h03min
Os advogados gaúchos Irani Mariani e Marco Pollo Giordani ajuizaram uma ação popular na Justiça Federal pedindo a restituição aos cofres públicos dos R$ 6,2 milhões pagos aos 3.883 funcionários do Senado como horas extras em pleno recesso parlamentar de janeiro.
Além dos servidores da Casa, a petição aponta como réus a União e os senadores Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Efraim Morais (DEM-PB), então presidente e 1º-secretário da Casa, por terem autorizado o pagamento.
O processo tramita na 5ª Vara Federal de Porto Alegre desde o dia 31 de março e não tem data para ser julgado. Outros pedidos da mesma ação, como redução do número e dos salários dos servidores e dos custos dos senadores, foram rejeitados pelo juiz Gabriel Menna Barreto von Gehlen no dia 6 de abril por “impossibilidade jurídica”. No despacho, o magistrado considerou que “falece ao Judiciário competência para rever atos interna corporis das casas do Congresso”.
Mariani já anunciou
que apresentará recurso para que toda a
ação seja acolhida. Segundo o advogado, a análise de todos os pedidos permitiria um esclarecimento de eventuais irregularidades e de pagamentos exagerados feitos pelo Senado.
– Nos parece que há lesões ao patrimônio público por via indireta– comenta, referindo-se aos gastos com vencimentos altos, verbas, auxílios e cotas.
E completa:
– No caso das horas extras houve lesão por via direta.
O advogado sustenta ainda que ações como as que moveu com seu colega têm caráter pedagógico porque mostram que existem meios legais para a população combater a corrupção. Mariani recorda que, ao longo de 43 anos de profissão, tomou iniciativas semelhantes sem nunca ter sido condenado por demanda de má-fé.
A polêmica dos pagamentos |
HORAS EXTRAS |
No final de janeiro, antes de deixar a 1ª-Secretaria do Senado, órgão responsável pelo comando administrativo do Senado, Efraim Moraes (DEM-PB) autorizou o pagamento de horas extras referentes àquele mês a 3,8 mil servidores da Casa. A despesa consumiu R$ 3,8 milhões. Em janeiro, o Senado estava em recesso e poucos senadores se encontravam na Casa. |
TETO BENEFÍCIO |
Além das horas extras, Efraim autorizou aumento de 111% no teto benefício a que os servidores têm direito. O limite subiu de R$ 1.250 para R$ 2.641,93. |
A REAÇÃO |
Recém-empossado na presidência, José Sarney (PMDB-AP) classificou o pagamento de horas extras de “absurdo”. |
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