Os dois candidatos à Presidência do Brasil, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), decidiram usar suas participações no primeiro debate entre presidenciáveis pelo segundo turno, apresentado ontem pela TV Bandeirantes, no programa eleitoral desta noite.

Nas cenas do debate, Serra salientou novamente sua biografia política e falou que seus projetos são melhores que o da candidata petista, como o reajuste no INSS. Ele também ressaltou projetos na área da saúde, citando os programas já implementados no governo de São Paulo, e da educação, prometendo a criação de mais de 1 milhão de vagas em escolas técnicas do país.

O candidato tucano falou das privatizações feitas pelo governo Lula nos bancos do Estado do Maranhão e do Estado do Ceará e disse que não haverá privatizações em seu governo. Serra disse que Dilma estava agressiva, atacando até sua esposa, Mônica Serra, e que agora a petista estava mostrando quem era.

Já Dilma Rousseff, que já havia exibido sua versão editada do debate no programa da tarde, voltou a veicular imagens do encontro, lembrando que Serra participou do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), quando várias empresas foram privatizadas. Ela citou que o principal assessor da área de energia do tucano, David Zylbersztajn, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), seria favorável à privatização das reservas de petróleo do pré-sal. Segundo ela, tal questão levantaria uma dúvida: se Serra é favorável à privatização do pré-sal ou da Petrobras.

A candidata do PT também enfatizou sua posição de ser contrária ao aborto. No encontro dos candidatos na TV Bandeirantes, ela disse estranhar que Serra diga "certas coisas", pois ele regulamentou o acesso ao aborto no SUS. Dilma também colocou em dúvida se Serra manteria os programas sociais do governo Lula, como o Bolsa Família, ProUni e Minha Casa, Minha Vida caso o tucano chegue ao Palácio do Planalto.