Trabalhar sem horário, sem vínculos com uma empresa e receber o pagamento por produção: essa é a rotina de um freelancer. Conhecidos como “freela” ou “frila” no Brasil, são profissionais autônomos que atendem a demandas específicas e projetos especiais. A prática é comum no mercado da comunicação (entre jornalistas, publicitários e fotógrafos, por exemplo), mas ganha espaço em outras áreas, como tecnologia da informação e gerenciamento de projetos.

Segundo Eduardo Ferraz,  consultor em Gestão de Pessoas, ser um freelancer é, além de uma oportunidade para ingressar no mercado, uma opção de carreira. “Pode ser um grande negócio. O profissional pode trabalhar em casa enquanto ganha uma experiência que vai direto para o currículo. É uma opção para quem acaba de sair da faculdade, por exemplo, e pode ser uma escolha de vida profissional”, explica.

A oportunidade de um trabalho temporário, ou de um contrato por produção, pode se tornar uma efetivação. A contabilista Eliana Soares começou a trabalhar na Mundial S.A. em um projeto de conciliação bancária que duraria, a princípio, seis meses. Com o tempo, os supervisores perceberam o seu empenho e demonstraram interesse em contratá-la. “Após seis meses, passei a ser autônoma da Mundial, com pagamento através de RPA até abril de 2011, quando terminamos o trabalho proposto em 2012. Foi quando me fizeram a proposta de ser efetivada. Passei pelos processos de admissão, sendo que praticamente já havia passado pelo contrato de experiência por 11 meses, e até o momento estou lá como analista contábil”, conta.

Para Ferraz, a criação de uma vaga efetiva para um freelancer é 80% responsabilidade do profissional e 20% da empresa. “O freela que trabalha bem geralmente é contratado para outros projetos. Quando o resultado é excelente, é praticamente certo que a empresa vai querer contratar, vai querer aquele profissional como efetivo”, diz.

Eliana acredita que a efetivação depende de cada profissional.  “Se a pessoa quer trabalhar na empresa, deve demonstrar interesse, se comprometer em fazer um trabalho bem feito, ser diferencial no projeto”, comenta.

“O profissional que quer ser contratado tem que deixar claro na qualidade do trabalho. Se o freela faz um trabalho excepcional, a empresa vai continuar dando jobs para ele. Até o momento em que ele será sondado e, então, deve demonstrar interesse na vaga. Sendo um profissional autônomo, ficar se oferecendo para uma vaga ou pedindo emprego pode pegar mal”, enfatiza Ferraz. O consultor dá cinco dicas que podem ajudar na efetivação:

1- Invista mais tempo em seu autoconhecimento
Tudo o que uma pessoa conseguiu até agora e tudo o que espera conseguir é muito influenciado por sua personalidade. Não seria exagero afirmar que ela é seu patrimônio mais importante. Portanto, é dramaticamente importante autoconhecer-se.

2- Não force sua natureza
Apesar da personalidade adquirir alguma maleabilidade com o passar dos anos, sua base continua sendo a mesma durante toda a vida.  Não é bom negócio ficar anos correndo atrás de algo que você sabe que não leva jeito. Por exemplo: se você é tímido, não lute contra isso, apenas administre. Provavelmente sua praia não é lidar com o público. O contrário também é verdadeiro: se você é extrovertido, trabalhar fechado num escritório será uma tortura. Pense em mudar de função ou de ambiente.

3- Identifique seus pontos fortes
Ser exigente, desconfiado, perfeccionista, falante, ou qualquer comportamento que, socialmente é visto como inadequado, pode se tornar um ponto forte se você o utilizar na carreira certa. Ser desconfiado pode ser um talento, por exemplo, se a pessoa trabalhar em uma posição em que desconfiar seja um pré-requisito, como no caso de um auditor.

4- Posicione-se onde você rende mais
Procure trabalhos onde você possa utilizar seus principais pontos fortes na maior parte do tempo.

5- Prática deliberada 
Prática Deliberada é aquilo que fazemos especificamente para melhorar o que já temos de bom. Significa desenvolver com técnicas, estudo e repetição nossos talentos. Muita prática deliberada significará melhor desempenho. ‘Toneladas’ de prática deliberada resultará na excelência.

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ALOHA BOECK  -  Pense Empregos