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Conteúdo: cinzasnors  | 26/10/2011 19h27min

Atividade do vulcão Hudson lança alerta vermelho no Chile

Especialistas acreditam que a erupção deve começar nos próximos dias

Depois do Peyehue, que espalhou suas cinzas sobre o Rio Grande do Sul na semana passada, outro vulcão ameaça entrar em erupção na Patagônia chilena. Mas, por enquanto, ainda não é possível prever se o Estado será afetado. 

Tremores de terra de intensidade regular registrados desde domingo e um forte odor de enxofre levaram o governo do Chile a colocar em alerta vermelho a população das regiões de Aysén, Rio Ibañez e Chile Chico, 1.650 quilômetros ao sul de Santiago, ante a possibilidade de uma erupção do vulcão Hudson. 

O primeiro abalo sísmico foi sentido pouco antes da meia-noite de segunda-feira, outros dois ocorreram na madrugada de terça, e ontem houve mais um, de intensidade moderada (5.2 na escala Richter). No total, já foram mais de cem eventos sísmicos, causando apreensão entre os mais de 90 mil habitantes da região. Já foram evacuadas 97 pessoas que vivem num raio de 40 quilômetros em torno do maciço.

Sismólogos acreditam que o Hudson pode entrar em erupção nos próximos dias ou até horas. O alerta vermelho implica, entre outras medidas, o reforço do monitoramento do vulcão, a mobilização dos sistemas de defesa civil e a adoção de planos de remoção da população de Aysén, Rio Ibañez e Chile Chico, regiões que poderiam ser atingidas pelas lavas e cinzas. 

Localizado no extremo sul do Chile, com 1.905 metros de altura e a apenas 15 quilômetros de distância do Oceano Pacífico, o Hudson é um estratovulcão, um vulcão cujo formato de cone vai sendo construído aos poucos pelo magma liberado em sucessivas erupções. No topo, há uma caldeira, resultante de uma antiga erupção, com cerca de 500 metros de diâmetro, coberta por uma geleira.

Na última vez que entrou em erupção, em agosto de 1991, o gelo derretido transformou-se numa torrente de lama que escorreu montanha abaixo e só não causou mortes porque o vulcão fica numa região muito remota. Mesmo assim, centenas de pessoas precisaram ser removidas. Os ventos empurraram as cinzas para sudeste, através do continente e do Atlântico Sul, alcançando até as Ilhas Falkland-Malvinas, a mais de mil quilômetros de distância.

Por enquanto, não é possível dizer se um eventual erupção do Hudson, que fica cerca de mil quilômetros mais ao sul em relação ao Peyehue, poderia afetar o Rio Grande do Sul. Carlos Augusto Sommer, professor de Geologia da UFRGS e especialista em rochas vulcânicas, lembra que, em tese, todos os vulcões localizados no sul do Chile podem trazer cinzas para o Estado.

— Vai depender, em primeiro lugar, da magnitude da erupção e, em segundo, do regime de ventos que estiver atuando na região — diz Sommer.

A meteorologista Estael Sias, da Central RBS de Meteorologia, disse que somente quando o vulcão entrar em erupção será possível saber a altitude que as cinzas serão expelidas e, a partir daí, cruzar as informações meteorológicas para saber sua direção e onde elas vão cair.

— Mas, diante da experiência com o Puyehue, esses fenômenos precisam ser acompanhados para não sermos pego de surpresa — afirma.

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