Foram mais de 16 mil avaianos que esgotaram os ingressos e depositaram sua esperança em chegar à final da Copa do Brasil. Os fãs do Leão, contudo, tiveram que sofrer calados na Ressacada, ao som dos 1,8 mil vascaínos que estavam no estádio e representavam os milhões de torcedores espalhados pelo Brasil. O 2 a 0 do Vasco sobre o Avaí sepultou o sonho azul de ser finalista da competição nacional. A grandeza do time carioca se impôs à empolgação e fé do Leão.

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A escalação de Silas deu o tom do que “sofreria” o seu time na primeira etapa: optou por Marquinhos Gabriel no ataque, junto a William; e por Romano na ala direita, improvisado. Duas surpresas que viriam a ser indigestas. Uma construção tática menos veloz, sem Rafael Coelho, e mais técnica, provavelmente para tentar valorizar a posse de bola, já que o empate sem gols interessava.

Com a bola rolando, a escolha mostrou-se inadequada. O Vasco começou agudo pelo setor direito de ataque, com Eder Luis, que seria o personagem da etapa. Naquele setor nasceu o gol, logo aos 3 minutos. Cruzamento na área e o Inacreditável Futebol Clube deu as caras: Revson tentou cortar e marcou contra; ele que já fizera gol contra, na sua estreia, diante do São Paulo.

O Vasco começou arrasador: aos cinco e aos 12 minutos Renan teve que fazer duas intervenções difíceis, ambas em jogadas de Eder Luis. Além do elétrico atacante, o time visitante demonstrou total domínio de meio-campo, com tramas constantes de Diego Souza e Felipe.

A partir dos 20 minutos, o Avaí até acordou e construiu sua primeira chance, num arremate de Julinho, defesa segura de Prass. Foi um pequeno sopro de inspiração demonstrado pelo time avaiano.

Mas o Vasco seguiu mais eficiente e, aos 24 minutos, Rômulo novamente exigiu de Renan uma defesa difícil, chutando da entrada da área.

A incapacidade de o Avaí conter o maior volume de jogo do adversário criou o chamado “aluga-se meio-campo” por parte do time de Felipe e cia. O Leão simplesmente não achou a marcação. E sem “encontrar” Eder Luis, aos 27 minutos este novamente penetrou pela ala área adentro e cruzou, com Diego Souza perdendo chance incrível. Ele que, aos 30, ainda exigiu nova intervenção de Renan. Uma máquina de agredir o garoto Eder.

Silas percebeu a falta de agressividade provocada por ele mesmo e lançou Rafael Coelho, na vaga de Acleisson, que já tinha cartão amarelo. Aposta ousada e que privilegiava a velocidade em detrimento à marcação.

Não deu certo. A desproteção à zaga resultou em Diego Souza sozinho, aos 34 minutos, após triangulação que construiu o 2 a 0. Em resumo: um primeiro tempo brilhante do Vasco e desastroso do Avaí.

O Leão, que "faz coisa", teria forças para reagir na segunda etapa? Aos 37 Julinho respondeu timidamente que sim, com uma bola na trave, mostrando que o Avaí não estaria totalmente morto. Precisaria, contudo, que Marquinhos Santos aparecesse para o jogo. O craque avaiano não disse presente na primeira etapa.

A movimentação de Silas para tentar o milagre de encontrar três gols em 45 minutos foi a entrada de Estrada na vaga do inoperante e “perdido” Marquinhos Gabriel.

O Vasco posicionou-se mais atrás e abriu espaço para o Avaí agredi-lo. Aos 4 minutos, Rafael Coelho até fez arremate perigoso graças a esta nova postura.Mas foi só. Seguiu-se um período de muita luta do Avaí e bastante “valorização” por parte do Vasco. O empenho azurra não vinha acompanhado do talento para encontrar os gols necessários.

Ramón, que incomodava bastante à zaga azul deu lugar a Bernardo, um jogador menos veloz, porém tão perigoso quanto o atleta que saiu lesionado. Um exemplo de como o Vasco tinha mais recursos técnicos para um jogo decisivo.

Algumas incursões na área foram o máximo que os avaianos ainda colecionaram enquanto o tempo se arrastava e conspirava contra o sonho de uma virada milagrosa. Restou o segundo tempo digno do Avaí para fechar sua participação mais digna ainda na competição.

FICHA TÉCNICA

AVAÍ (0)

Renan; Cássio, Revson, Gustavo Bastos; Romano (Robinho), Marcinho Guerreiro, Acleisson (Rafael Coelho), Marquinhos, Julinho; Marquinhos Gabriel (Estrada), William
Técnico: Silas

VASCO (2)

Fernando Prass; Alan, Dedé, Anderson Martins, Ramon (Márcio Careca); Eduardo Costa, Romulo, Diego Souza, Felipe (Jumar); Eder Luis (Bernardo), Alecsandro
Técnico: Ricardo Gomes

Gols: Revson (contra, V), aos 4, Diego Souza (V), aos 34 minutos do 1º tempo.
Amarelos: Acleisson, Marcinho Guerreiro (A), Ramon (V)
Arbitragem: Leandro Vuaden (RS), auxiliado por Altemir Hausmann (RS) e Marcio Eustáquio Santiago (MG)
Local: Estádio da Ressacada, em Florianópolis

Público: 16.920 torcedores
Renda: R$ 297.830