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 | 25/05/2011 11h03min

Entrevista com Silas, técnico do Avaí: "Quero ver todos de cabeça erguida"

Após reinício difícil, treinador pode fazer história no Leão

Jean Balbinotti  |  jean.balbinotti@diario.com.br

Desde o retorno à Ressacada, em fevereiro, Silas encontrou dificuldades. Ao seu estilo, tentou levar o Avaí à final do Catarinense, mas foi eliminado na decisão do returno. Agora, tem a chance de colocar o Leão pela primeira vez na decisão da Copa do Brasil. Empate sem gols já serve, mas Silas não quer abusar da sorte.

Diário Catarinense — Como fazer para que a classificação à final venha sem sustos?
Silas — É complicado. A gente joga contra um adversário qualificado, que tem um sistema de jogo parecido com o da gente. Fora de casa, o Vasco tem jogado até melhor do que dentro de casa. Na minha opinião, este jogo é um prêmio para o Vasco e para a gente. Nos últimos anos, o Vasco não tem disputado decisões importantes como no passado, mas já ganhou Libertadores e é um time grande. O Ricardo Gomes (técnico do Vasco) reestruturou a equipe, então eles podem entrar para história, como o Avaí também pode. Tem tudo para ser uma grande jogo.

DC — Tudo o que poderia ser feito foi feito ou falta alguma coisa?
Silas — Desde a final do returno, com a Chapecoense, a gente tem encontrado dificuldades na parte física e técnica. Mas a gente só perde este jogo contra o Vasco se não se cuidar, porque o trabalho agora é o de passar confiança aos jogadores.

DC — Como jogador, o senhor foi campeão da Copa do Brasil pelo Inter. Que lição pode passar aos jogadores neste momento?
Silas — A Copa do Brasil, nos momentos decisivos, não é decidida com grandes atuações. É muito complicado esse tipo de competição e temos de ter isso sempre presente. Já tivemos jogos que saímos atrás e foi difícil buscar o resultado. A ideia é não repetir isso. Temos que tentar sair na frente, o duelo está aberto. Temos uma vantagem pequena, mas o Vasco também é um grande clube e pode fazer o resultado que precisa.

DC — Então, o importante é não parar de lutar um minuto sequer...
Silas — Só ganhamos do São Paulo porque houve muita luta, entrega, companheirismo. Eles se gostaram dentro do campo. Falo muito isso. Não significa ficar passando a mão na cabeça do companheiro. A hora que tem que xingar é para xingar. Acabou o jogo, a gente se abraça. Se o time ganhou, perdeu ou empatou quero ver todo mundo entrando no túnel de cabeça erguida, ciente de que não deixou nada por fazer.

DC — Essa união do time prova que a “família Silas” está de volta?
Silas — Não sei. Se fosse o Felipão, aí dá pra falar, porque o cara é campeão do mundo. No meu caso, ainda não dá, não. A família é Avaí mesmo. Há dois meses, a Jaqueline, uma menina que trabalha aqui, teve a casa dela destruída pelo fogo e a rapaziada fez uma arrecadação de dinheiro para repor geladeira, fogão, cama, móveis, etc. Isso sim é uma família, é a parte do futebol que ninguém vê. O Marquinhos, maior ídolo do clube, não chama a atenção para ele. Ele trabalha igual e aceita qualquer desafio. Isso faz um grupo vencedor.

DC — Tomando por base o primeiro jogo, o que o Avaí precisa fazer de diferente?
Silas — Eu falei para eles entrarem em campo e tirarem o foco das arquibancadas. Dentro de campo é que as coisas se resolvem. Nessa hora, a parte emocional é fundamental. De maneira alguma devemos menosprezar o adversário. Mas aqui na nossa casa somos um time muito forte.


                       

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