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 | 08/02/2012 10h12min

Empresários baianos pressionam pelo fim da greve da polícia militar

Até 20% dos pacotes de viagens na época do Carnaval já foram cancelados

Humberto Trezzi, enviado especial a Salvador  |  humberto.trezzi@zerohora.com.br

Tropas nas ruas, população amedrontada, cancelamento de até 20% dos pacotes de viagens na época mais produtiva do ano. Esse é o cenário com que os baianos se deparam nesse início de fevereiro, em decorrência da greve dos policiais militares, a maior da sua história.

Ainda não se fala oficialmente em cancelamento do Carnaval, expressão que começa a tomar conta das redes sociais na internet. Mas o empresariado baiano vê risco, sim, do evento ser uma pálida mostra daquela que é considerada a maior festa de rua do Brasil, a folia momesca de Salvador.

Às 11h desta quarta-feira, os líderes do movimento em prol do Carnaval entregam ao governador baiano Jaques Wagner (PT) um documento no qual exigem incremento das negociações para o fim da greve dos PMs, hoje em seu nono dia. Ou, como alternativa, reforço por parte da Força Nacional de Segurança ou do Exército, para alcançar outros bairros que não apenas a orla turística. É o que pede o líder do manifesto, o presidente da Associação dos Camarotes, Paulo Góes.

Os empresários calculam que o prejuízo, por baixo, é de R$ 250 milhões desde o início da greve. Isso devido ao fechamento dos shopping-centers antes do anoitecer, nas lojas com cortina abaixada mesmo durante o dia e, sobretudo, com espetáculos que deixaram de ser realizados — e a Bahia vive de shows, nessa época do ano. O cantor Gerônimo, um dos mais populares divulgadores de marchinhas carnavalescas em Salvador, veio a público pedir que os policiais suspendam a paralisação.

— O Carnaval é maior que as divergências. Sejam patriotas, vocês também têm família — conclamou, em entrevista coletiva na terça-feira.

O governador Jaques Wagner tenta seduzir os policiais para sua proposta. Ele oferece 6,5% de reajuste, retroativo a janeiro, além de prometer novos aumentos em 2013. Mas o presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco (que saiu da PM em outra greve, há uma década), já adianta, em entrevista concedidas por telefone desde a Assembleia Legislativa (onde ele está trancado com outros 500 grevistas), que "os 6,5% é um aumento linear para todo servidor público, então o soldo (salário dos militares) fica abaixo do mínimo".

Na realidade, o grande impasse está em outro ponto: as ordens de prisão contra líderes grevistas que só entram em acordo com o governo se for revogada a prisão preventiva decretada contra 12 policiais — dois dos quais já foram presos. Prisco diz que isso é questão de honra e que, se o governo desejar, pode sugerir à Procuradoria de Justiça que peça a revogação das prisões.

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