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Carnaval 2012  | 02/02/2012 08h24min

Gasparzinho, o passista camarada

Depois de brilhar na passarela durante os anos 70 e 80, ele continua contribuindo com o Carnaval, aconselhando as novas gerações de sambistas

ROBERTA SCHULER  |  roberta.schuler@diariogaucho.com.br

A malemolência, que é característica dos passistas, ele mantém mesmo longe da passarela do samba. A postura e a boa apresentação também seguem com ele desde a aposentadoria da avenida, em 1991. Isso porque a vida do enfermeiro aposentado e cobrador de ônibus Cláudio Roberto Machado, 60 anos, o Gasparzinho, gira em torno do samba.

- "Meu carisma vale milhões"

Morador do Jardim Ipe II, na Capital, Gasparzinho conta que foi descoberto em 1970, por Joaquim Lucena (atual coordenador de manifestações populares da Secretaria Municipal de Cultura), na Vila São José, Bairro Partenon, enquanto dançava numa roda de samba. Começou a desfilar nas extintas Pirilampos e Academia de Samba Relâmpago, mas fez nome como passista também na Imperadores do Samba, Bambas da Orgia, Estado Maior da Restinga, Império da Zona Norte, Academia de Samba Praiana, entre outras. Isso no tempo em que a função era quesito avaliado pelos jurados.

- Minha fama é do tamanho de uma moeda de um centavo, mas meu carisma vale mais de milhões - observa Gasparzinho, autodidata e ganhador de inúmeros títulos e prêmios.

Mesmo não sendo mais um passista, ele não abre mão de ir aos desfiles no Porto Seco, para ver sua escola do coração:

- Nasci, respiro, vivo e morrerei Imperadores do Samba. Sou casado com a Imperadores, mas tenho a (Estado Maior) Restinga como minha amante. Quando a escola entra na avenida, o coração dispara e sou um forte candidato ao infarto - diverte-se.

- Dá dicas aos mirins

A emoção toma conta também quando assiste a uma ala de passistas mirins. Aí, se apressa a dar dicas e conselhos aos pupilos já que, mesmo pai de 20 filhos, nenhum decidiu ser passista.

- O pique sumiu, mas a vontade (de sambar) nunca passa. Mas é importante achar o tempo de parar. Sempre gostei de sambar. Minha vida é em torno do samba.

"Mergulhei de cabeça"

- Eu aceito o Carnaval de hoje sem fazer comparações - diz Gasparzinho, que já foi jurado dos desfiles de Porto Alegre.

Embora não encontre nenhum passista com estilo semelhante ao dele, Gasparzinho cita Adilson, da Bambas da Orgia, e André, da Imperadores do Samba, como dois grandes passistas da atualidade.

E relembra:

- Eu queria ser igual ao Fiapo (Paulo Roberto da Silva, passista e mestre-sala do Carnaval de Porto Alegre), mas ele não me ensinou, me deu dicas. Eu pratiquei, mergulhei de cabeça - conclui.

 

DIARIO GAÚCHO
Marcelo Oliveira / Agencia RBS

Conheça essa figura tradicional do Carnaval gaúcho
Foto:  Marcelo Oliveira  /  Agencia RBS


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