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Carnaval 2011  | 10/02/2011 06h21min

Prevenção no sambódromo da Capital é precária

O sinistro na Cidade do Samba, no Rio, levantou a questão: e se fosse aqui? O Diário foi ao Porto Seco conferir como estão os equipamentos anti-incêndio

Eduardo Rodrigues  |  eduardo.rodrigues@diariogaucho.com.br



Se por um desses azares da vida ocorresse um incêndio ontem no Sambódromo da Capital, da proporção do que destruiu esta semana alegorias e fantasias na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, o material produzido nos barracões do Porto Seco desapareceria em poucos minutos. Na semana passada, uma vistoria do Corpo de Bombeiros apontou falhas no sistema de prevenção contra incêndio.

Além de constatar a falta de alarme, sinalização e de extintores de água e de pó, soldados também não encontraram os esguichos de conexão para mangueiras de hidrantes.

– Até o Carnaval, tudo tem de estar adequado e não haverá problema porque estaremos lá. Mas, e nos meses em que não estamos? – questionou o tenente-coronel Humberto Teixeira Santos, comandante do 1º Comando Regional de Bombeiros.

- Vistoria no sistema

Ontem, durante inspeção nos 15 barracões, a empresa ANS Extintores, responsável pela instalação dos equipamentos, confirmou a inutilidade de parte deles. Alguns estavam sem carga. Outros, fora do lugar. Todos os extintores, porém, estão dentro do prazo de validade. Mesmo assim, a maioria precisa passar por uma revisão.

– Em outubro, fizemos uma vistoria e estava tudo bem. Mas alguns foram utilizados e não fomos avisados. Agora, nos chamaram para fazer os reparos que devem ser feitos – explicou o proprietário da ANS, Édison Nogueira de Souza.

- Vazamento na rede de água

Produtora de eventos da Associação de Entidades Carnavalescas (Aecpars), Tânia Reis informou à prefeitura sobre um vazamento na rede de água que abastece os hidrantes. Em caso de incêndio, não haveria pressão suficiente para combater as chamas.

O socorro viria de longe: a Estação do Corpo de Bombeiros do Passo D’Areia, que atende ocorrências no Porto Seco, fica a cerca de 6km do local.

- Fiação exposta, extintores vazios e falta de treinamento

A reportagem acompanhou, em dois barracões, a vistoria feita pela empresa ANS Extintores. Por causa do furto de equipamentos, peças que deveriam estar na caixa de hidrantes são retiradas e guardadas em outro local. Um esguicho, por exemplo, custa R$ 350.

– Se deixo ali, elas somem – afirmou o presidente da Samba Puro, Paulinho Branco.

No barracão da Bambas da Orgia, além de quatro extintores vazios, o acesso aos demais estava obstruído. A fiação elétrica exposta é outro risco. A produtora de eventos da Aecpars, Tânia Reis, orienta os carnavalescos sobre os cuidados necessários e solicitará novo treinamento para os representantes de cada escola.

– Como sempre, vamos fazer o que precisa ser feito. A pressa é nossa para que tudo esteja pronto o mais rápido possível – garantiu.

Problemas apontados
- Laudo de vistoria incorreto
- Falta de revisão no Plano de Prevenção Contra Incêndio nos últimos dez anos
- Não tem Central de Gás nem autorização para utilização de gás de cozinha
- Instalação elétrica incorreta
- Extintores colocados de forma incorreta
- Sinalização de saída e alarme obrigatório inexistentes
- Cada barracão tem, ou deveria ter 16 extintores, totalizando 240 equipamentos: 120 de pó 4kg e 120 de água 10l. mas uma parte deste total está sem carga.

DIÁRIO GAÚCHO
Cynthia Vanzella / 

Extintores em local inapropriado
Foto:  Cynthia Vanzella


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