Levantamento de Peso / Luta Greco-Romana / Luta Livre

LEVANTAMENTO DE PESO

HISTÓRIA
A fascinação dos homens com a transparência de sua força física remonta há milhares de anos, em um tempo em que a brutalidade ajudava na busca de alimentos, na proteção do lar ou talvez na luta contra dragões. O momento exato da transição para o caráter esportivo não é claro, mas as evidências apontam para 6 mil anos atrás. Pinturas egípcias de 4.000 anos Antes de Cristo (AC) representam filhos de faraós erguendo sacos de areia e outros objetos pesados para se exercitarem. Os antigos soldados chineses provavam sua força ao levantarem uma barra com grandes vasilhames pendurados em cada ponta da haste. O movimento se assemelha à forma moderna de os atletas segurarem a barra. O primeiro Campeonato Mundial de Levantamento de Peso, ou halterofilismo, ocorreu em 1891, e o primeiro recorde mundial foi registrado em 1892.

NA OLIMPÍADA
Entre as nove modalidades esportivas que estiveram presentes nos primeiros Jogos da Era Moderna, em Atenas, em 1896, lá estava o levantamento de peso (ou halterofilismo). Mas sem qualquer divisão de categorias. Esteve ausente em 1900, nos Jogos de Paris, mas voltou em 1904, em Saint Louis. Ficou fora novamente em Londres, em 1908, e em Estocolmo, em 1912, firmando-se no programa olímpico a partir dos Jogos da Antuérpia, em 1920. Em Sydney, será inaugurado o torneio feminino.

A PLATAFORMA
Todos os levantamentos são feitos sobre uma plataforma de quatro metros quadrados e com uma altura que varia entre 50 e 150 milímetros. De madeira ou plástico, pode ser revestida de material antideslizante.

O LEVANTADOR
A força das pernas e do tronco é fundamental na execução do exercício. Os braços desempenham um papel menos decisivo.

O CINTO
A parte mais vulnerável do halterofilista é a coluna vertebral, que suporta o peso. Um cinto ortopédico, reforçado na parte das costas, protege de possíveis lesões.

O ARREMESSO
Essa modalidade tem duas fases. Primeiro o atleta leva a barra até os ombros, apoiando-a neles. Esta fase é chamada de puxada. Depois a leva ao alto. Confira os movimentos:
  • Na primeira puxada, o atleta leva a barra sem interrupções até os ombros, deixando-a apoiada neles e na clavícula. O movimento tem as mesmas características técnicas da arrancada. A diferença fundamental é que o halterofilista junta mais os ombros para conseguir um melhor apoio da barra.
  • Depois, o levantador se coloca em squat (flexiona as pernas).
  • Com um movimento similar a um salto, vai elevando a barra até o alto enquanto coloca uma perna à frente.
  • O joelho da perna adiantada forma um ângulo de 90 graus e a perna de trás permanece quase reta.

O ARRANQUE
É a modalidade mais difícil do levantamento de peso. Consiste em elevar a barra, sem interrupção, desde o solo até o alto, com os braços totalmente estendidos por cima da cabeça. Acompanhe a seqüência dos movimentos:
  • O atleta coloca a barra horizontalmente diante das pernas e a agarra com as palmas das mãos para baixo.
  • Em seguida, baixa os quadris e, com um movimento curto e rápido de elevação, levanta a barra do solo e dá o primeiro estirão.
  • Enquanto a barra se eleva pela inércia de um segundo estirão, o halterofilista flexiona as pernas (squat) e se mantém abaixado.
  • A partir daí, estende as pernas e fica em pé com os braços estendidos.
O EQUIPAMENTO
  • O haltere é formado por três elementos: o eixo central, os discos e as braçadeiras.
  • O eixo central, ou a barra, é de aço, de forma cilíndrica, pesa 20 quilos, mede 2,2 metros de comprimento e tem 28 milímetros de diâmetro. Tem duas saliências (uma em cada extremidade) para facilitar a empunhadura do levantador.
  • Os discos são a parte fundamental do haltere: neles estão os pesos que o halterofilista ergue. Os de 450 milímetros de espessura (máximo autorizado pela federação internacional) são revestidos de borracha ou plástico. Os discos mais pesados estão na parte interior da barra e os mais leves (em ordem decrescente) na exterior. Cada um deles tem uma cor diferente, de acordo com o peso, que deve ser perfeitamente visível pelos juízes.
  • As braçadeiras, ou colarinhos, situadas nos extremos da barra, servem para fixar os discos no eixo. A barra tem dois colarinhos de 2,5 quilos cada um.

CATEGORIAS
As categorias sofreram modificações no limite dos pesos para Sydney. Por isso, todas elas, incluindo o feminino, terão novos recordes.

    Masculino
    56 quilos
    62 quilos
    69 quilos
    77 quilos
    85 quilos
    94 quilos
    105 quilos
    mais de 105 quilos

    Feminino
    48 quilos
    53 quilos
    58 quilos
    63 quilos
    69 quilos
    75 quilos ou mais

DOPING
Um festival de casos de doping marcou a disputa olímpica de Seul. Os búlgaros Mitko Grablev, na categoria galo, e Angel Guenchev, entre os leves, perderam suas medalhas de ouro. Também o húngaro Andor Szanyi, nos pesados-ligeiro, não levou para casa a sua de prata. Todos por uso de esteróides anabolizantes. Nos Jogos de Barcelona, em 1992, a competição foi considerada mediana. Devido à precisão dos exames antidoping, ninguém mais ousava se reforçar com estimulantes.

PERSONAGEM
Normalmente, o halterofilista vencedor da categoria 105 quilos ou mais é aclamado como "o homem mais forte do mundo". Porém, proporcionalmente, os mais leves também podem ser os maiores. O turco Naim Suleymanogiu, "o Hércules de Bolso", que tem menos de 1m50cm de altura e de 64 quilos, pode levantar quase três vezes o próprio peso. Ele levou a medalha de ouro entre os penas nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos e é sete vezes campeão mundial. Suleymanogiu era um búlgaro de nascença, mas um otomano de religião e origem. Odiava a Bulgária pela perseguição aos turcos. Para aumentar sua ira, em 1985, o governo mudou seu nome arbitrariamente, para Naum Shalamanov. Pacientemente, tramou sua vingança. No ano seguinte, depois de vencer um mundial na Austrália, aproveitou-se da distração de seus dirigentes e fugiu para a Turquia, no avião particular do então primeiro ministro.

LUTA GRECO-ROMANA / LUTA LIVRE

HISTÓRIA
No ano de 776 Antes de Cristo, primeiro registro da organização dos Jogos Olímpicos da Antigüidade, a luta já era um esporte bastante antigo é reconhecido, aliás, como o mais antigo do mundo. Aparecia desenhada em muros do Egito há 5 mil anos. Quando os jogos voltaram a ser realizados, em 1896, em Atenas, depois de 1500 anos, a luta greco-romana naturalmente entrou para o programa olímpico, na tentativa de reviver os antigos combates entre gregos e romanos com seus corpos untados e sob a areia das arenas. Nesta modalidade, os lutadores usam somente os braços a parte superior de seus corpos para atacar. Em 1904, em Saint Louis, acrescentou-se também luta livre, surgida na Inglaterra e Estados Unidos, na qual os oponentes podem usar todo o corpo. O objetivo de ambas é o mesmo: derrubar o adversário ou derrotá-lo por pontos.

NA OLIMPÍADA
A luta greco-romana esteve presente em todos os Jogos. A luta livre estreou em 1904, em Saint Louis, e também é disputada até hoje.

REGRAS BÁSICAS
As regras das duas modalidades são as mesmas. Para vencer, o lutador deve derrubar o adversário e mantê-lo com os ombros encostados no chão o tempo o bastante para caracterizar o controle de um sobre o outro. O lutador consegue a vitória por superioridade técnica quando, antes de finalizar o combate, passa 15 pontos de seu rival. Cada ação ofensiva, segundo a técnica empregada, é qualificada com uma pontuação que vai de um a quatro pontos. É proibido o uso de fivelas, anéis, braceletes ou outros objetos, assim como untar o corpo com substâncias gordurosas. As técnicas, tanto em luta livre como em greco-romana, contam com três fases: o agarrão, a derrubada e o resultado final do golpe. Os lutadores combatem sobre um tapete de nove metros de diâmetro rodeado por uma zona de proteção. A zona central mede sete metros de diâmetro.

PERSONAGEM
Existem lutadores, e existe Alexander Karelin. O primeiro atleta de luta greco-romana a vencer três olimpíadas consecutivas, o peso-pesado russo é mais conhecido como o "Carregador Karelin" e não só pela história de que ele leva sua geladeira nas costas até seu apartamento, no oitavo andar. Na verdade, o apelido se deve ao fato de Karelin levantar seus adversários vencidos do solo até sobre sua cabeça. O russo venceu sete mundiais seguidos e tem fortes chances de conquistar sua quarta medalha de ouro consecutiva nos Jogos de Sydney.