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A colonização no Vale
Confira como foi a chegada dos imigrantes poloneses à região, suas origens e onde se estabeleceram para formar as comunidade em terras catarinenses:
Fonte: Associação da Cultura Polonesa de Jaraguá do Sul
Tadêus Kempczynski tem no rosto e nos costumes a presença da colonização polonesa
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OPINIÃO
Aqui também se fala polonês
Viegas Fernandes da Costa
Apesar dos outdoors, Blumenau não é somente alemã. Nunca o foi. É verdade que os primeiros 17 imigrantes que aqui chegaram em 1850, com Hermann Blumenau, traziam consigo a germanidade. Porém, sempre vale lembrar, destes, nenhum era alemão, pela simples razão da Alemanha ainda não ter sido inventada naquele ano.
Entre 1850 e 1897 aportaram, no Vale do Itajaí, imigrantes de 21 nacionalidades. Belgas, russos, até gregos! Dentre estes estavam os poloneses, de uma Polônia que na época também não existia como país soberano. Traziam consigo a crença em Nossa Senhora Czestochowa, a arquitetura de sótãos baixos e lambrequins, o idioma eslavo. Não rezavam na crença de Lutero, não pactuavam da mesma cartilha. Eram mão de obra para a colônia, entretanto, braços para a lavoura, e logo tratou-se de alojá-los nos confins do novo território. Lá, onde a terra era mais bravia, a vida mais difícil. Lugares como a Vila Itoupava, o bairro mais polonês de Blumenau.
Os mais vividos ainda contam, sem esconder mágoas, de como poloneses eram separados dos alemães nos bailes de antigamente. A corda no meio do salão era a fronteira visível que interditava a dança entre eslavos e germânicos, e também a partilha do amor e da vida social. Esta corda, que hoje se perpetua em uma campanha de marketing turístico que exclui nossas diferenças e inventa uma identidade única que nunca existiu em Blumenau.
Textos: Pamyle Brugnago
pamyle.brugnago@santa.com.br
Edição: Cleisi Soares
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Design e edição de vídeos: Aderlani Furlanetto
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Fotos e vídeos: Gilmar de souza
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