A MARCA PARA O MERCADO PARA O LEITOR
A evolução da marca A voz do leitor Contadores de histórias Faces do ofício Artigos
Os conteúdos patrocinados representam a convergência entre editorial e publicidade em um novo espaço de publicação, com destaque para temas e produtos de interesse do cliente. Produzido pela equipe do DC, o branded content inova ao ir além dos tradicionais anúncios, agregando informação e serviço ao material comercial. Um dos papeis do Diário Catarinense é o de estar atento às mudanças culturais do Estado. Diante disso, em 2013 o jornal esteve presente na promoção do Dream Valley, evento dedicado a um estilo musical que, ano a ano, vinha crescendo na preferência do público catarinense: o eletrônico. Conhecido destino dos amantes das pistas, e com clubs que atraem pessoas de todo o mundo, o litoral catarinense passou a contar com um grande festival inteiramente voltado à música eletrônica, realizado também em 2014, ambos os anos no Parque Beto Carrero World. O DC faz sua entrada oficial nas passarelas com o evento que surgiu em 2003, mesmo ano em que o jornal passou a publicar a Revista Donna, e reuniu as marcas mais importantes com atuação em Santa Catarina, desde revelações locais até grifes renomadas, ao longo de 22 edições em 11 anos. Além dos desfiles, a iniciativa trouxe nomes de peso para palestrar como o estilista Ronaldo Fraga e o maquiador Fernando Torquatto. Outro desdobramento do Donna Fashion foi o Donna Kids, edição anual dedicada à moda infantil. Um dos grandes orgulhos do DC é contar com uma marca e um espaço inteiramente voltados para a educação, formando novos leitores e estimulando a participação de crianças e adolescentes no cotidiano do jornal. O DC na sala de aula é um produto que não apenas leva o jornal para as escolas, mas que também traz a escola para dentro da redação. O objetivo do caderno, e seus desdobramentos em ações e nas mídias digitais, é destacar iniciativas de estudantes e professores que contribuam para o desenvolvimento da educação e da cidadania. Além disso, também são promovidos concursos com alunos das escolas, com redações e desenhos premiados e publicados no jornal. O festival movimentou o verão no litoral catarinenses durante mais de 15 anos e se tornou um dos grandes cases de sucesso da empresa. Somando centenas de shows musicais e reunindo multidões de milhares de pessoas, o Planeta era o destino certo da juventude durante duas noites do mês de janeiro, todos os anos. Mais do que uma reunião de shows, o evento marcou época e virou símbolo de uma geração inteira de planetários. Algumas apresentações históricas marcaram o evento, como Tim Maia, na edição de estreia, e Charlie Brown Jr, uma das favoritas do público do festival. Além de atrações musica Já são 21 edições do evento que premia as marcas mais lembradas pelos catarinenses. O objetivo da premiação é valorizar o mercado regional e reconhecer as empresas que marcam o cotidiano da população. Atualmente o Top of Mind é capitaneado pelo DC, em parceria com A Notícia e Jornal de Santa Catarina. Também dedicada a estimular a leitura e a despertar a curiosidade dos mais novos pelo jornal, a seção surgiu com a premissa de selecionar temas relevantes e abordá-los de maneira didática, não apenas introduzindo os mais novos no mundo das notícias, mas também transformando o jornal em um produto extensivo a mais membros da família. O verão é a época do ano em que a Capital do Estado mais ferve, com praias lotadas e uma população que cresce com a presença de centenas de milhares de turistas. Pensando nisso, o Floripa Tem é uma iniciativa que, com diversas embaixadas espalhadas por Florianópolis, busca incrementar a experiência do público durante a alta temporada, com atividades físicas e de lazer, shows musicais, cinema ao ar livre e empréstimo de equipamentos de praia, entre outras ações. O compromisso de atuar junto aos diferentes segmentos do mercado, não apenas com espaços editoriais relevantes mas também agregando valor comercial ao produto, fez com que o DC promovesse a Mostra Casa&Cia, desdobramento do caderno semanal de mesmo nome e que posteriormente passou a se chamar CasaNova. O evento, que estreou em 2001 com foco em decoração, arquitetura, design de interiores e paisagismo, reuniu anualmente os principais profissionais do segmento, em um ambiente onde o público pode conhecer as novidades, tendências e projetos inovadores do setor. Projeto criado pelo Diário Catarinense para destacar as pluralidades do Estado e valorizar a diversidade cultural catarinense, o Viver SC é um exemplo de sucesso entre as iniciativas multiplataforma, com participação em três frentes: eventos presenciais, conteúdos editoriais e ações digitais. Desde reportagens que apresentam profissionais de diferentes áreas, até cerimônias que homenageiam importantes personagens catarinenses, o Viver SC busca agregar sob uma mesma bandeira aquilo que Santa Catarina tem de melhor. Grandes nomes da música mundial passaram por Florianópolis ao longo dos 30 anos de existência do DC, muitos deles com promoção do Grupo RBS, na época proprietário do jornal. Entre eles estão: Rod Stewart (1989), Eric Clapton (1990), ambos com apresentações no Estádio Orlando Scarpelli, e Ray Charles (1996), no Ilha Shopping. Mais recentemente o jornal participou das produções que trouxeram Amy Winehouse ao Summer Soul Festival, em 2011, e os Djs David Guetta e Hardwell, em 2015. BRANDED CONTENT DREAM VALLEY DONNA FASHION DC NA SALA DE AULA PLANETA ATLÂNTIDA TOP OF MIND PARA SEU FILHO LER FLORIPA TEM MOSTRA CASA&CIA VIVER SC SHOWS INTERNACIONAIS
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o longo de seus 30 anos, além de agregar conteúdo editorial segmentado sobre os diferentes temas que fazem parte do cotidiano do catarinense, desde as notícias diárias às análises do comportamento e da cultura, o DC também fez o movimento inverso: extrapolou as páginas do papel e do site para pautar o mercado, com eventos e iniciativas multiplataformas que uniram e ainda unem o conteúdo à agenda, promovendo uma série de eventos que são na verdade o encontro entre investidores, público leitor e jornal. Conheça abaixo as iniciativas inovadoras que fizeram a ponte entre o DC, os investidores e o público.

MUITOS DIÁRIOS EM UM SÓ
Folheie a primeira edição impressa do Diário Catarinense Veja as 40 capas das edições piloto do início do jornal
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tarefa do Diário Catarinense não é apenas a de, todos os dias, levar ao leitor a melhor e mais completa informação sobre os fatos que impactam direta ou indiretamente em seu cotidiano, da rua em que mora aos acontecimentos globais. À parte esta missão, o jornal tem também o compromisso de evoluir junto com a história e de estar conectado ao tempo presente, não sem olhar para o futuro. O denominador comum entre processos, técnicas, notícias, lugares e pessoas é o fato de estarem todos sujeitos a mudar. A busca pela inovação faz parte da história do DC – um jornal que, desde sua primeira edição, chega ao leitor com a missão de ser o mais atual possível, da informação que traz na capa ao momento histórico em que se insere.

O começo

Em 1985, começa o processo de implantação do Diário Catarinense, com sede principal em Florianópolis e braços em mais de 20 localidades, deixando claro, desde o princípio, o compromisso do jornal em ser um veículo de abrangência e alcance estadual.

Último grande projeto idealizado pelo fundador do Grupo RBS, Maurício Sirotsky Sobrinho, o jornal recebe estrutura que inclui um parque gráfico completo e impressora rotativa, instalada na região continental do município e com capacidade para imprimir 30 mil jornais por hora. Processos informatizados como o uso de terminais de vídeo, equipamento na época presente apenas nos maiores jornais do mundo, fazem do DC o mais moderno da América Latina. Outro destaque são as fotografias em cores, presentes na capa e contracapa desde a primeira edição.

Entre os meses de fevereiro e abril, com todos os equipamentos montados e os colaboradores reunidos, foram feitas mais de 40 edições piloto do DC. O processo de planejamento e execução dos testes permitiu que várias etapas fossem aprimoradas, desde a apuração dos fatos à entrega do jornal.

Inauguração da gráfica rotativa em Florianópolis, em 1986: tecnologia de ponta entre os jornais brasileiros

Rene Cabrales, bd, 5/5/1986

Em constante mudança

Ao longo da década de 1990, o DC se consolida definitivamente como o principal veículo impresso de Santa Catarina, crescendo ano a ano em leitura e circulação. A falta de concorrentes diretos não impede que o jornal permaneça em constante evolução, buscando sempre o aperfeiçoamento e a melhoria do produto final.

Em termos editorais, os conteúdos que extrapolam o noticiário padrão passam a ganhar cadernos especiais, a maioria com circulação semanal. É o caso da Revista Bella, suplemento voltado a pautas de comportamento e estilo de vida, e que em 2003 se transforma no projeto Donna. O objetivo da segmentação dos temas é cativar as diferentes preferências dos leitores.

Os investimentos em tecnologia e a inovação também são uma constante em toda a trajetória do DC. Uma década depois de sua primeira edição impressa, o DC lança a primeira versão de seu portal online, em 1996. O diariocatarinense.com.br surge inicialmente atrelado à produção do jornal papel, com a transposição das reportagens para o meio digital.

Veja algumas modernizações 
pelas quais passou o DC: Processo de pré-impressão totalmente digitalizado com o CTP “computer to plate”, do computador direto para a chapa Atualizações dos projetos gráficos (cerca de 10 grandes alterações em 30 anos) Ampliações do parque gráfico Uso de cor em todas as páginas do jornal. Modernização da sub-estação de energia Sistema de encarte automático
EVOLUÇÃO DA MARCA
1986 1991 2009 2015

Glaicon Covre, BD, 27/4/2007

Em 30 anos, o DC passou por diversas mudanças para acompanhar a evolução da tecnologia e da sociedade

Olhar digital

Com o avanço das novas mídias na oferta e no acesso à informação – tendência global que também alcança o Brasil, ganhando força total no final dos anos 2000 –, o diariocatarinense.com.br se torna cada vez mais importante como interface entre o impresso e os meios digitais.

No começo da utilização da ferramenta online, as reportagens produzidas para o papel são replicadas no portal de maneira idêntica. Com o aperfeiçoamento das linhas de produção, porém, o site passa a desenvolver estratégias inteiramente voltadas para o meio digital, sendo hoje um veículo com equipe própria e planejamento estratégico independente do meio impresso.

Além disso, as ferramentas digitais e as mídias sociais têm permitido uma interação cada vez mais direta e constante com o público, o que torna a marca DC ainda mais presente, e de maneira imediata, no cotidiano do leitor.

leo munhoz

Atual redação consolida os formatos impresso e digital em um espaço integrado e colaborativo

A voz dO leitor
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Diário Catarinense é continuamente construído sobre os alicerces da credibilidade, da relevância, do compromisso com a comunicação de qualidade – e quem melhor sabe disso são os leitores do jornal. Nas páginas a seguir, abrimos o espaço para eles: para que nos relembrem, mais uma vez, dos motivos pelos quais, há 30 anos, fazemos jornalismo em Santa Catarina.

Para libertar
Muda o governo, muda a cotação do dólar, mas um bom texto continua sempre interessante. Para Elza Galdino, 63 anos, boas reportagens nunca caducam, não têm data de validade. Ela é leitora voraz do DC e, de tão bem conhecer o jornal, é uma das maiores críticas. Tanto que participou ativamente do Conselho do Leitor durante a gestão 2013. – A imprensa tem a obrigação de acabar com alguns estigmas e resgatar boas histórias. Ser a mensageira de boas notícias – diz ela. Ela própria é digna de um livro, com uma história de vida que é exemplar. Aos 46 anos entrou para a faculdade, e aos 52 graduou-se em Direito com louvor. Sua monografia virou obra jurídica e rendeu inclusive matéria no DC. Mas a história de superação vai além. Em 2006 e em 2010, Elza Galdino enfrentou duas vezes o câncer de mama. E venceu. – Mudou minha perspectiva de que quem tem câncer morre. Por isso é importante combater a ignorância sobre a doença. Informar responsavelmente e com exatidão é muito importante, e não abrir mão das palavras corretas. É o que ela acredita que o jornal deve fazer.

Alvarelio Kurossu

 

Elza Galdino,

63 anos, advogada e ex-integrante do Conselho do Leitor

 

As transformações da economia

Silvio Valério,

62 anos, empresário e assinante há 30 anos

Ainda antes de a primeira edição do Diário Catarinense ser pulicada, no dia 5 de maio de 1986, Silvio Valério já apostava na proposta de um jornal novo e moderno. Ele está na lista dos primeiros assinantes do DC, que surgiu em meados dos anos 1980 com o propósito de renovar a comunicação em Santa Catarina. – Eu já era casado e meu primeiro filho tinha cinco anos – conta. De lá para cá, o empresário de São José, hoje com 62 anos, acompanhou pelas páginas do DC as transformações na economia: – Sobrevivi às mudanças do plano Cruzado, o Plano Collor, e finalmente o Plano Real. Nesse meio-tempo ele viu também as mudanças na comunicação. O jornal evoluiu, veio o desenvolvimento gráfico e a era digital. Apesar de não ter como escapar da internet, Valério ainda gosta de ler o jornal e do hábito de folhear as páginas de papel para saber das notícias de esporte, os indicadores econômicos e a coluna do Cacau Menezes – “Para ficar por dentro das fofoquinhas do dia”.
Para ampliar horizontes 
e ter mais cultura

Sergio Luiz Valerio,

61 anos, dentista e assinante há 30 anos

Quando a primeira edição do DC foi publicada, Sérgio Luiz Valério já era casado e seu primeiro filho tinha dois anos de idade. Morava em São José, numa época em que os bairros Kobrasol e Campinas, atualmente entre os mais valorizados da Grande Florianópolis, eram bem diferentes do que são hoje. Não havia prédios altos, as casas eram de no máximo dois andares e o comércio era menos expressivo. Foi lá que montou seu consultório de odontologia e é na mesma cidade que continua trabalhando. – O Diário Catarinense foi uma novidade pelo formato, em tabloide. Mostraram um protótipo e era mais prático e com melhor qualidade de impressão – conta. Pelas páginas do DC ele viu as transformações da sua cidade e do Brasil, assim como a política e as mudanças de lideranças da jovem democracia brasileira. Leitor assíduo de opinião, acompanha desde então as colunas do Moacir Pereira e do Cacau Menezes. – Quando eu era estudante, tínhamos menos liberdade de expressão. Hoje está mais democrático – avalia. Para ele, ler jornal é um vício bom e fundamental para expandir horizontes e ampliar a cultura.
As notícias da cidade em qualquer lugar do mundo

Claudio Cabral Uchoa Rezende,

56 anos, advogado e empresário

Seja em Florianópolis ou do outro lado do mundo, o advogado e empresário Claudio Cabral Uchoa Rezende, 56 anos, faz questão de saber das notícias de sua cidade diariamente. Em meados de abril ele estava fora do Brasil e, ainda sim, fazia questão de folhear as páginas do DC na versão online. Ele é assinante do jornal há exatos 29 anos e 5 meses. Há dois anos optou pela assinatura digital, pela facilidade de poder acessar as informações em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, e pela preocupação com o meio ambiente. – Lembro que tinha recém-comprado um apartamento na Avenida Trompowsky, Centro da Capital, quando um representante comercial do DC apertou o interfone. Veio em boa hora – lembra. Três décadas passaram, ele casou, teve dois filhos, e viu e viveu a revolução que a tecnologia fez na comunicação. E que, independente da plataforma – seja no papel, na internet ou na tela de um celular – o bom jornalismo não sai de cena. – Acho o jornalismo investigativo primordial, principalmente hoje em dia. Muitos fatos vêm à tona por causa desse trabalho de pesquisa – diz.
ASSISTA À ÍNTEGRA DO DEPOIMENTO
Segurança pública e saúde: prioridade em Santa Catarina

Rubens Carlos Silveira,

24 anos, Florianópolis

Informação também serve para ordenar o caos. Para Rubens Carlos Silveira, 24 anos, dentre as funções do jornalismo está jogar luz nos principais problemas da sociedade e, dessa forma, mobilizar governantes a encontrarem soluções para essas questões. – A meu ver, as pautas que precisam de maior destaque são as relacionadas à segurança pública e à saúde, pois são as que mais estão em déficit em nosso Estado – opina. Desde que começou a se interessar por assuntos de segurança pública, pouco antes de prestar um concurso para a Polícia Militar de Santa Catarina há mais de um ano, Silveira é não só um leitor voraz do Diário Catarinense como também um colaborador, com sugestões de pautas e comentários. – O DC é o maior jornal da região e nos mantém informado sobre absolutamente tudo o que está acontecendo– diz ele. Silveira é representante de uma geração que cresceu com a internet e por isso acompanha diariamente as notícias do jornal na web e pelas redes sociais. Das reportagens que mais o marcaram, ele cita a cobertura dos atentados a ônibus, em 2014, feita em tempo real: – Todo aquele momento tenso foi muito bem abordado e contado pelo DC.
contadores de histórias
E

m uma redação, colunistas, editores, repórteres e fotógrafos dão sentido aos acontecimentos por meio de textos e imagens. Diariamente, executam processos voltados para explicar ao leitor as diferentes visões sobre o mesmo tema. Em três décadas, profissionais como Cacau Menezes, Ângela Bastos e Romí de Liz passaram pelas diferentes áreas do DC sempre em busca de boas histórias. É o espírito inquieto de tantos jornalistas representado na essência deste trio.

Todos os dias, o dia todo

Cacau Menezes é uma instituição catarinense. E há 30 anos faz companhia aos conterrâneos através das páginas do DC. É o único jornalista presente desde a primeira edição do jornal. Sem falta. Só de férias. Quando a família Sirotsky decidiu instalar um impresso no Estado, seu nome já estava em ascensão. Era figura presente nas colunas de Beto Stodieck, organizava festivais de skate na Joaquina e circulava pela Dizzy e Chandon, redutos boêmios dos anos 1980 na Capital.

– Eu nunca estudei jornalismo, mas eu tenho o dom. Lembro que com três ou quatro anos de idade, a gente morava onde eram as oficinas do jornal A Verdade, na Conselheiro Mafra (Centro de Florianópolis). Eu dormia com o barulho das máquinas – relembra, aos 61 anos, mais emotivo do que nunca.

A inspiração veio de lendas do colunismo como Zózimo Barroso do Amaral.

– Eu já sabia o que era agradar com duas linhas, ter um certo veneno, uma certa malícia.

Este caldeirão só foi ganhando mais tempero no decorrer dos anos. Notas bombásticas, fotos exclusivas, milionários, novos ricos, surfistas, gatas de praia, artistas, amigos e inimigos. Se é bom, publica-se. Santa Catarina exposta de uma forma divertida, leve, irônica.

– Eu escolho os meus personagens, não abro mão. Tem caras que não têm dinheiro, quando os coloco, tem gente que reclama, como reclamam quando coloco alguém com um carrão. Tem gente que reclama quando eu coloco mulher bonita. São jovens bonitas, estão aí pra brilhar. E eu sei onde está a beleza – sentencia, com a certeza de que já transformou o café da manhã de muita gente nestas três décadas. Do Oeste ao Litoral, do Vale do Itajaí ao Norte.

Uma coluna diária é feita de muito trabalho. E, principalmente, muita circulação. É o olho do titular que engorda páginas e páginas. Nos dias de hoje, também sites e redes sociais. Cacau já entrevistou figurões da música, da política e do futebol. Viu de perto acontecimentos importantes para o Estado, o país e o mundo. Copas do Mundo foram oito. O esporte predileto dos brasileiros, inclusive, sempre permeou suas tiradas, suas investidas jornalísticas:

– Quando eu era pequeno fui narrador de futebol, com oito anos fui mascote do Avaí e acompanhava o time pelo interior. Com 13 fui o locutor mais jovem do país, apaixonado pelo Botafogo, jogava muito bem futebol, até fraturar o meu pé. O futebol me ensinou a ser homem.

E o que é uma boa coluna, Cacau?

Felipe Carneiro

– Ela tem que ter sempre, no mínimo, duas notícias exclusivas e duas polêmicas. Não é fácil fazer todo dia uma coluna boa numa cidade como Floripa que nem sempre rende boas notícias. Muitas vezes já perdi compromissos para ficar mais tempo fazendo uma coluna melhor – relembra a rotina, incluindo o quadro também diário no Jornal do Almoço e os compromissos pessoais.

Nestes 30 anos, muita coisa mudou, os leitores mudaram. A internet o aproximou de seus seguidores. São cerca de 600 e-mails na caixa de entrada todos os dias. Para ele, tem muito jornalista que é bom e nem sabe que é jornalista, às vezes é dono de um açougue ou um taxista. Mas uma coisa não mudou: Cacau é leitura obrigatória.

– Amado e odiado, porém não ignorado – resume, em tom de brincadeira.

ASSISTA À entrevista com CACAU MENEZES

charles guerra

Repórter de gente

Ângela Bastos carrega em si a essência do jornalismo. Do jornalismo que visualiza boas histórias em situações do dia a dia. Há 21 anos chegou ao Diário Catarinense e hoje é a repórter mais antiga em atuação na redação. É repórter especial. Desbravou Santa Catarina e pisou em cada um dos seus 295 municípios. Nunca se imaginou em outra profissão. Quem a conhece também não. Ainda criança iniciou na carreira em Rio Grande, sua terra natal cravada quase no finalzinho do litoral do Rio Grande do Sul.

– Eu escrevia muitas cartinhas. Tinha uns tios que moravam no Rio de Janeiro e escrevia contando coisas da vida. Dei o meu primeiro furo jornalístico aos sete anos quando contei que meu irmão mais velho ia se casar e a esposa estava grávida. Meu tio respondeu que pelo jeito eu seria jornalista – rememora.

   Quando estava na faculdade aprendendo o que era lead conquistou uma vaga de correspondente de Zero Hora. À noite estudava a teoria e, durante o dia, a colocava em prática. Se mudou para Porto Alegre, mas logo recebeu um convite para morar em Florianópolis.

– Comecei do zero, conhecia a cidade só de finais de semana e nada do interior. Quando cheguei ao DC “ele” era um menino de oito anos, estava ainda em formação, era uma criança cheia de sonhos; passei pela adolescência do jornal, aquele período da audácia, dos desafios até atingir a juventude querendo conhecer tudo, se colocar, se aprofundar; e agora virou balzaquiano – filosofa.

Ângela é uma repórter de gente, como ela mesma define. Os direitos humanos sempre estiveram em seu radar. Ela garante que não sai na rua atrás das pautas. As pautas se apresentam. Sabemos que não é bem assim. É preciso talento para capturá-las no ar.

– Recentemente, estava indo para um plantão de domingo e, sentada num banco no Ticen (terminal de ônibus), escutei um barulhinho de bengalas. Era um casal, dois jovens caminhando, e vi que eram cegos. Estavam alegres, afetuosos. Fiquei pensando sobre como um cego se apaixona, porque a gente se interessa normalmente pelo primeiro olhar, depois nos apaixonamos pelos valores, pela personalidade. Como eles se envolvem? Aí nasceu a pauta. Poderia ter ouvido o barulho e deixado passar – comenta sobre a reportagem multimídia O Amor é Cego.

Reconhecimento não falta na estante de Ângela. No ano passado, conquistou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria internet, com a reportagem multimídia As Quatro Estações de Iracema e Dirceu. A partir de vídeos, fotos, textos e infográficos, o especial contou a história dos agricultores Iracema e Dirceu Canofre de Campos e seus 14 filhos que vivem em situação de miséria. Ao lado do fotógrafo Charles Guerra passou mais de dois anos acompanhando a família. Mais uma pauta nascida a partir dos números. Ela gosta de mostrar a cara destes dados:

– (A pauta) veio de uma promessa do Governo de erradicar a miséria e dos números de que no Estado existiam 103 mil pessoas vivendo em condições de extrema miséria. Onde estavam? Quem eram? Onde viviam? – comenta sobre o empenho em encontrar os personagens no Planalto Norte catarinense. Para relatar tantos acontecimentos, escolheram as quatro estações como uma espécie de linha do tempo. Poético e arrebatador.

E o que define um bom repórter?

– Tem que saber contar uma história. É trazer para o texto aquele cheiro que sente quando está entrevistando a pessoa, tem que dizer que a senhorinha estava fazendo café ou o cheiro da maresia enquanto fala com o pescador. Hoje a gente trabalha muito com vídeo, mas há pouco tempo o leitor tinha só o jornal, ele tem que se deparar com o contexto que o repórter encontrou, o aroma, o fogão à lenha. Às vezes o silêncio fala mais, e como fala – finaliza, com os olhos cheios de emoção e felicidade, como suas reportagens, como os sambas que são a trilha sonora de sua vida.

ASSISTA À entrevista com ÂNGELA BASTOS
Currículo completo

Poucos profissionais carregam no currículo tantas funções exercidas dentro de uma redação quanto Romí de Liz. Dos 26 anos vividos intensamente no Diário Catarinense, a jornalista passou 22 deles diante de reuniões de pauta, textos, notas, páginas, títulos, fotos e tudo o que cerca este ambiente.

– Minha inquietude e curiosidade, aliadas ao desejo de fazer mais, conduziram minha trajetória – resume a rio-sulense, hoje coordenadora de comunicação da RBS em Santa Catarina.

Esta trajetória é, no mínimo, curiosa. Romí foi secretária de fotografia, assistente de roteiro do caderno Variedades, revisora de páginas, repórter de praticamente todas as editorias, editora de capa, plantão, política, projetos especiais e da revista Donna – nesta, acompanhou as principais mudanças no produto em seus primeiros 10 anos de existência. Trabalhou com praticamente todos os editores-chefes que comandaram o DC.

O que os novatos – ou as focas, como são chamados os iniciantes – não imaginam é como se fazia um jornal nos nem tão longínquos anos 1990.

– A produção era mais lenta e trabalhosa. Embora o DC fosse o mais moderno, as matérias eram escritas em terminais com uma luz verde intermitente, estilo Matrix. Para sanar as dúvidas, nada de Google, recorria-se ao Guia Abril daquele e de outros anos. A certeza de que a foto ficou boa, só vinha após a revelação do filme. As fotos coloridas exigiam um processo ainda mais lento. E, quando o material vinha de outra cidade, era necessário ter uma máquina de telefoto para receber quatro lâminas (uma para cada cor) – relembra, aos 47 anos, quase como uma enciclopédia viva dos processos considerados hoje tão distantes de uma redação ultraconectada.

FELIPE CARNEIRO

Com a chegada da internet e das novas tecnologias, o ritmo ficou mais acelerado, algumas etapas foram eliminadas e outras demandas surgiram. Assim como novos públicos foram incorporados e as produções passaram a ser multimídia.

ASSISTA À entrevista com ROMÍ DE LIZ
as faces do ofício
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iderar uma equipe requer o apuro do olhar para entender as qualidades de cada integrante, direcionando habilidades e talentos aos meios apropriados. No jornal, o sucesso do resultado final é inerente à dedicação depositada em cada etapas, inclusive nos detalhes. O atual editor-chefe do DC e dois outros profissionais que marcaram a trajetória do Diário Catarinense contam abaixo suas histórias singulares e reforçam a importância de se gerar conteúdo com qualidade.

Quatro crenças e um desafio

domingos aquino,

Editor-chefe do Diário Catarinense

"Você tem em mãos um caderno histórico, prezado leitor. Não só pelas três décadas de bons serviços prestados pelo DC à sociedade catarinense. Mas principalmente porque tivemos a coragem de romper com o tabu de que não somos notícia. Num momento de profundas transformações na indústria jornalística, somos, sim, notícia. E precisamos ter a ousadia e a transparência de compartilhar com nossos públicos as crenças que pavimentam a estrada que nos levará a mais 30 anos de relevância. O propósito deste caderno é analisar o passado e projetar o futuro a partir de três dimensões: o leitor, o mercado publicitário e a marca.

Com um enorme orgulho de ocupar a cadeira de editor-chefe do DC neste momento, quero compartilhar as crenças que alicerçam nosso projeto editorial nas plataformas digital e impressa. Marqueteiramente, dou a estas quatro crenças o nome de “Os 4 Cs do Jornalismo”: conteúdo, curadoria, credibilidade e conexão.

Para ter relevância, o conteúdo não pode se limitar a informar: é preciso interpretar, analisar, refletir, opinar, assumir posição diante de assuntos polêmicos, cobrar e ajudar a transformar nosso Estado num lugar cada vez melhor para se viver. E não é só de hardnews que vive o jornalismo: é necessário abrir cada vez mais espaço para entretenimento, comportamento e serviço que ajude o leitor no seu cotidiano.

Cristiano Estrela

Numa época em que de um lado há abundância e dispersão de conteúdos, e de outro há escassez de horas ao longo do dia para consumir todas estas informações, é fundamental respeitar o tempo do leitor. Temos de fazer a curadoria e a organização daquilo que é absolutamente indispensável para o nosso público.

A credibilidade é o maior ativo do jornalismo de qualidade. É o fosso que separa os profissionais, que têm responsabilidade sobre o que escrevem, dos aventureiros e oportunistas que se denominam como geradores de conteúdo simplesmente porque têm uma rede social para publicar o que bem entendem. Só ocupará um espaço relevante neste século 21 quem der valor à ética, à pluralidade, à transparência, ao contraponto e à responsabilidade editorial.

A conexão com o público, o vínculo com a comunidade e o bom relacionamento com os diferentes segmentos da sociedade fazem parte do DNA do Diário Catarinense. É este compromisso com Santa Catarina acima de tudo que levou o jornal a liderar a mobilização pela duplicação da BR-101 nos anos 90 e a articular, em 2016, uma bandeira em defesa da segurança pública. Somos parceiros das comunidades em que estamos inseridos e não temos vergonha de sermos bairristas na defesa dos interesses catarinenses.

E o desafio citado no título deste artigo? O desafio é o mesmo de cada um dos últimos 30 anos que fizeram a história de sucesso do DC: compreender com agilidade a permanente mudança de demandas e prioridades das diferentes regiões do Estado para que continuemos fazendo o melhor jornal do mundo para os catarinenses, e sendo um indutor do desenvolvimento de Santa Catarina."

A força de cada região

Quando Claudio Thomas assumiu o comando da redação, no dia 1º de abril de 1998, o Diário Catarinense era um adolescente, iniciando uma nova fase, algo comum em um organismo tão vivo quanto um jornal.

– A minha primeira preocupação foi sair e conhecer o mercado, conhecer prefeitos, reitores, as demandas das cidades. Quando fui a Chapecó pela primeira vez, por exemplo, conversei com 15 pessoas para ver como elas enxergavam o DC para saber o que precisávamos melhorar – relembra.

Thomas começou a carreira de comunicador no final dos anos 1970, em uma rádio no Rio Grande do Sul. Sua memória mais remota da profissão encontra um menino, não tão bom no futebol, que virou jornalista fazendo notas sobre o esporte para um jornalzinho. Passou ainda pelas redações de Zero Hora e O Pioneiro antes de chegar à capital catarinense.

Com seu trabalho, o DC foi ampliando ainda mais a relevância nas cidades polo do interior.

– O DC nasceu líder de circulação desde o primeiro número. Nossa meta era fazer com que o jornal seguisse presente nos principais acontecimentos destas cidades.

Além disso, com objetivos de quem acabara de assumir esta nave da informação, o editor-chefe estabeleceu o investimento em grandes reportagens. Junto com seus jornalistas, buscavam quatro grandes assuntos para serem trabalhados um por trimestre, além de começar cada ano com uma série de matérias de impacto.

– O jornal não se torna só relevante pela publicação de matérias e, sim, quando ele descobre coisas que podem tornar aquelas regiões diferenciadas no seu mercado. Sempre disse para quem trabalhava no interior: “nós temos que ter aquilo que vai fazer diferença para todas as regiões” – comenta.

Entre os temas nos quais sua turma mergulhou, relatos de quem vivia às margens do Rio Uruguai, na divisa entre SC e RS; histórias de alegria e tristeza num longo percurso por toda a BR-101, do Sul ao Nordeste; e a força de quem criou, muitas vezes na garagem de casa, empresas que são orgulho do Estado.

Mas foi o maior desastre climático de Santa Catarina o ponto mais marcante, mais forte dessa longa jornada. Era 2008 quando os morros do Vale do Itajaí praticamente derreteram após semanas de chuva intensa:

– Na noite daquele sábado, quando tudo aconteceu, eu estava em um casamento. Dali mesmo começamos os contatos. Quem trabalha em uma redação está acostumado com tragédias. Foi a cobertura mais dramática, principalmente quando repórteres e fotógrafos voltavam no final do dia – finaliza, emocionado. Thomas comandou a redação até 2009.

Sempre à frente

Se tem alguém que acompanhou o Diário Catarinense desde o seu nascimento, esse alguém é Claudio Sá. Depois de atuar durante 13 anos no Grupo RBS no Rio Grande do Sul, ele foi convidado para participar do processo de implantação do DC em Santa Catarina, mudando-se para Florianópolis em 1985, onde se aposentou como Gerente de Operações do jornal em 2013.

– Participei desde as reuniões iniciais de projeto, passando pela implantação e acompanhando ativamente a quase totalidade dos seus trinta anos. Foi o maior desafio e mais amplo aprendizado de minha vida profissional. Meu projeto inicial era ficar três anos em Santa Catarina, mas já se vão mais de três décadas e não pretendo sair desta terra que adotei de coração – relata Sá.

A missão que lhe coube 30 anos atrás não era fácil: o DC tinha o propósito de ser líder em circulação no Estado desde a primeira edição. Para isso, um grupo multidisciplinar com profissionais de diferentes áreas, entre os quais estava Sá, trabalhou durante cerca de um ano antes que a primeira página fosse publicada.

No dia 5 de maio de 1986, o jornal finalmente foi às ruas como o mais moderno da América do Sul em termos de tecnologia. De lá pra cá, passou e continua passando por várias transformações, do layout aos equipamentos da gráfica; dos softwares às ferramentas digitais– tudo isso para ser sempre um jornal de ponta, conectado ao seu tempo.

O PODER DA PALAVRA
C

redibilidade, comprometimento e relevância estão entre os termos mais usados para definir alguns dos principais pilares que fazem parte da construção de um veículo de comunicação. Representantes da ACI e ANJ, além da própria RBS, descrevem como o Diário Catarinense, em suas três décadas de atuação no Estado, esteve e permanece em busca do fortalecimento desta tríade.

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