Dona Francisca

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Você sabia que existem duas  Donas Franciscas?

A primeira é bem antiga. Ela começou a ser aberta no século 19 e ainda existe. A segunda ganhou asfalto nos anos de 1970 e leva o nome de SC-418. O asfalto preserva o traçado original entre a BR-101 e o início da subida da serra. Dali em diante, o traçado fica mais retilíneo. Antes, o caminho era bem sinuoso e havia muitos obstáculos naturais. Por esta razão, a Estrada Dona Francisca original atualmente é recortada e acompanha o traçado com asfalto ora pelo lado direito, ora pelo lado esquerdo. A estrada nova passa também por dentro de municípios como Campo Alegre e São Bento do Sul, onde recebe outros nomes.

Dom Camponês
Quando a mineira Cida Sant’Ana Margotto chegou a Campo Alegre acompanhada do marido Vitório, bancário que foi trabalhar na região no início dos anos 2000, ela se encantou com a construção histórica próxima ao posto da Polícia Militar Rodoviária de Campo Alegre. O casal decidia como aplicar alguns recursos. O marido preferia comprar um carro Dodge para pegar a estrada com mais segurança. Cida só pensava em reformar o que havia sido uma casa de prostituição no passado. Ela venceu a disputa, mas não convenceu o marido imediatamente. Hoje, Vitório se rendeu aos encantos do local. Um pouco da infância, da terra natal, a memória dos pais e dos avós agricultores, plantadores de café, hortaliças e que produziam queijo, fazem parte da decoração e do cardápio do Restaurante Dom Camponês, inaugurado há seis anos.

Queijo Dona Francisca
Kochkäse é um queijo típico de Joinville e da região e é feito desde os tempos em que não havia refrigeração. Tornou-se uma alternativa para aproveitar o leite que azedava. Muitos moradores ainda preparam a iguaria para consumo da família ou para abastecer o comércio local, como as irmãs Luíza e Lídia Altmann, de Campo Alegre. Luíza foi quem apresentou o Kochkäse para Cida Margotto. Amante e estudiosa de queijos, Cida aprendeu cada detalhe da produção e decidiu criar uma versão mais leve, substituindo o leite de vaca pelo leite de ovelha.
– Na literatura mundial, não existe nenhum queijo à base de leite de ovelha produzido deste modo – garante.
A produção teve início em maio deste ano na Queijaria Cia. da Ovelha, junto ao Dom Camponês. O lançamento oficial ocorrerá na Festa da Ovelha de 2016, quando ganhará o rótulo de Queijo Serra Dona Francisca.

O hambúrguer de cordeiro agradou ao paladar dos turistas que passam pela Estrada Dona Francisca. Em Campo Alegre, é a grande aposta do casal Mônika e Áureo Merkle e de seus sócios Roberto e Anke Beck. Em 2012, a ideia era abrir apenas uma casa de café, até que resolveram fazer hambúrgueres para vender na tradicional Festa da Ovelha. Fizeram mais de 300 e não pararam mais. A criação própria conta com 450 animais. Segundo Áureo, os cordeiros comem apenas pasto e são abatidos aos oito meses. Sal e ervas são colocados sobre a carne, já na chapa. A cada final de semana, 150 pessoas provam do sanduíche no Armazém Dona Francisca. Com uma clientela fiel e consolidada, os empreendedores agora planejam vender pernil e paleta de ovelha grelhados.

Quem conhece a região já sabe que subir a serra é quase sinônimo de dar uma paradinha para comer pastel. Onde? Provavelmente em um dos dois locais mais famosos do percurso. Menos de 500 metros separam a Lanchonete Rio da Prata do Restaurante Max Moppi, na Estrada Dona Francisca, ainda em Joinville. Ambos têm como carro-chefe a venda de pastel, embora o cardápio vá além. os dois locais sempre estão cheios de visitantes.

Combinações perfeitas: arroz com feijão, queijo com goiabada, pastel e…. caldo de cana

Pinho Lopes tem 82 anos e continua bem disposto. Cria vaca, cavalo, pato, marreco e porco na chácara que fica alguns quilômetros à frente da Lanchonete Rio da Prata, em direção a Campo Alegre. A cada dois dias, ele percorre cerca de 3 km de carroça pelo acostamento da rodovia para buscar pasto. Cenas como esta não são raras na região. De vez em quando, o acostamento fica apertado para comportar o fluxo de pedestres, ciclistas, carroças e pequenos veículos utilizados na agricultura. A curta viagem de Lopes é acompanhada pelos seus dois cachorros, Pinguinho e Sem-teto, este último um sobrevivente das ruas e que agora parece levar uma vida mais fácil. A dupla de cães faz o trajeto confortavelmente acomodada embaixo do banco onde fica sentado o carroceiro.

Caso do refém
A construção da Estrada Dona Francisca teve momentos quentes, relata o historiador José Kormann. Segundo ele, certa vez, os trabalhadores ficaram sem receber o pagamento e 300 colonos armados prenderam o subdelegado de São Bento do Sul, levando-o como refém até Joinville. O diretor da Colônia Dona Francisca, então, enviou o seguinte telégrafo ao governo imperial: “Peço a Vossa Excelência, urgentemente, um destacamento com 50 praças para proteger os moradores de Joinville e proceder um severo inquérito policial”.

PONTE DE PEDRA
Quem passa por cima dela nem percebe. Lá embaixo é que se encontra a fortaleza. A estrutura da ponte de pedra construída em 1884 impressiona. As paredes foram erguidas usando-se óleo de baleia e areia ou pó de pedra para fazer a liga. A construção fica no limite entre os municípios de São Bento do Sul e de Campo Alegre, dentro de uma propriedade particular, a Pousada Ponte de Pedra. O local oferece passeio de carroça, cavalgada, acesso ao rio que fica junto à ponte, hospedagem e refeição no imóvel preservado por muitas gerações. No local também funciona um ponto de venda de produtos artesanais dos membros da Associação de Turismo Rural da Estrada Dona Francisca.

Eles são determinados, vibram com cada conquista e têm a Dona Francisca como uma companheira fiel e inseparável. Você imagina de quem estamos falando? São os ciclistas. Um dos grupos que percorrem a rodovia é o Pedal Full. Ele tem integrantes com idades que variam dos 13 aos 65 anos. Subir a Serra Dona Francisca faz parte do plano de treino anual dos esportistas. Uma parte do grupo participa de competições estaduais. Há também aqueles que encontraram no esporte uma forma de vencer desafios. Um dos integrantes, por exemplo, perdeu 19 quilos depois que começou a pedalar e se tornou exemplo de superação. Outro encontrou no pedal uma forma de espantar a depressão. Seja qual for o motivo, quem começa a subir a serra de bike não quer mais parar.

Há 48 anos, a família Larsen serve a tradicional ovelha no espeto em Campo Alegre. Todas as semanas, são preparados em torno de 120 quilos de carne pela família. Os irmãos Marcelo e Ernesto não contam todos os segredos do churrasco servido na Churrascaria Egon, mas dão algumas pistas. A carne, fornecida por criadores de ovelha da região, não é congelada. Marcelo Larsen, o especialista da dupla, prepara a carne de ovelha no dia anterior com sal fino e a deixa passar a noite na geladeira para penetrar bem, quebrar as fibras e torná-la mais macia e saborosa. No dia seguinte, é a hora de colocar o tempero: alho e vinho branco seco, na proporção de um copo de vinho para dois de água. A carne fica submersa no tempero por seis horas. O restante depende da experiência do piloto da churrasqueira. — O mais importante é saber escolher a carne. Se ela não for boa, pode começar a rezar — brinca Marcelo.

A Estrada Dona Francisca foi uma das primeiras a ter condições para o  tráfego de carroças.

Em um tempo em que não havia estradas no Brasil, somente picadas para passagem de mulas, a construção da Dona Francisca foi um marco para o País — a segunda via que apresentava largura e condições apropriadas para passagem de carroções puxados a cavalos. Isto aconteceu na segunda metade do século 19 e foi uma grande diferença para a época. Abriu o caminho para o comércio entre o litoral e o Planalto Norte catarinense, dando início ao ciclo de erva-mate e, em seguida, ao da madeira, já no século 20. Seu surgimento impulsionou o desenvolvimento de toda a região. A construção da estrada levou 30 anos para ser concluída. Hoje, uma das vias mais emblemáticas do Norte do Estado, transformou-se também em roteiro turístico.

CASTELO DOS BUGRES
Quem gosta de se movimentar e apreciar a natureza vai gostar da experiência na Dona Francisca. A rodovia asfaltada (SC-418) atrai, principalmente, ciclistas que levam o treino a sério, grupos de motociclistas e donos de carros antigos que se divertem percorrendo a estrada nos finais de semana ensolarados.
A estrada antiga também faz parte dos roteiros de treino e oferece outras opções esportivas e de lazer. Daniel Juliano Casas, da Escola de Montanhismo Salamandra, explica que várias montanhas da região são acessadas pela margem da estrada, prato cheio para quem gosta de caminhar pelas trilhas e praticar rapel. Entre os percursos mais conhecidos estão o Castelo dos Bugres e o Morro Pelado. No meio disso tudo, talvez o visitante se depare com animais como a anta, o macaco-prego, o bugio ou o cateto em meio à mata atlântica. Difícil é não se apaixonar pelo cenário.

A Dona Francisca  já teve outro  traçado. Quer saber como ele era?

A VELHA DONA FRANCISCA
O nome original da estrada é Imperial Estrada Dona Francisca e foi assim denominada por causa da princesa Dona Francisca, filha de dom Pedro 1º e irmã de dom Pedro 2º, imperador do Brasil. Ela casou-se em 1843 com o príncipe de Joinville, Francisco de Orleans, filho do rei da França, e recebeu como dote as terras da região que deram origem à Colônia Dona Francisca (hoje Joinville) e alguns municípios vizinhos.
O ponto zero da estrada está localizado no Centro de Joinville e estende-se até Mafra, no Planalto Norte. Com a chegada do asfalto, no final dos anos de 1970, a estrada ganha um novo traçado e passam a existir duas Donas Franciscas. O asfalto preserva o traçado original entre a BR-101 e a serra. Dali em diante, ele fica mais retilíneo, sem tantos obstáculos e curvas. Por esta razão, a estrada original é recortada e acompanha o asfalto da nova rodovia, ora pelo lado direito, ora pelo esquerdo. Passa também por outros municípios e recebe outros nomes.

A JORNADA
Junte-se a nós e tenha uma experiência diferente para conhecer a Dona Francisca A estrada foi muito importante para o desenvolvimento da região Norte e continua sendo especial até hoje.  Saiba por que acompanhando a gente nesta viagem que começa em Joinville e termina em São Bento do Sul.

MARÇO OU ABRIL
Festa Regional do Palmito
Local: Sociedade Rio da Prata ABRIL
Festa do Tiro Rei Local: Sociedade Dona Francisca MAIO
Bandoneon Fest
Local: Sociedade Rio da Prata

JUNHO
Festa do Aipim
Local: Sociedade Dona Francisca JULHO
Festa do Colono - Rio da Prata
Local: Sociedade Rio da Prata SETEMBRO
Festa da Colheita
Local: Sociedade Dona Francisca

A força econômica mais evidente da Dona Francisca é mostrada no Distrito Industrial de Joinville. No local, empresas tradicionais como Schulz, Whirlpool, Embraco e Döhler ficam às margens ou perto da via. Em 2001, a rua — na parte urbana de Joinville é assim que ela é chamada — ganhou um reforço importante com a inauguração do Perini Business Park, um dos principais condomínios empresariais do País. Juntas, as empresas situadas na região representam 24,18% do produto interno bruto (PIB) de Joinville e 2,24% do PIB catarinense — algo em torno de R$ 4,79 bilhões, segundo dados de 2013 do IBGE. Para facilitar o processo logístico, até transportadoras estão instaladas dentro do complexo. Somente em 2014, passaram pela portaria do condomínio 68.520 caminhões. Para facilitar o processo logístico, transportadoras estão instaladas dentro do complexo. Somente em 2014, passaram pela portaria do condomínio 68.520 caminhões. Cleomar Otto Dahmer, 33 anos, é um dos 7,5 mil trabalhadores ligados às atividades no Perini. Caminhoneiro, ele contribuiu com a estatística. Duas vezes por semana, a carreta conduzida por Cleomar se desloca cheia de produtos em direção ao Estado de São Paulo. São mercadorias de ramos variados como o têxtil, o metalmecânico e o siderúrgico. Um trabalho de responsabilidade e que deixa Cleomar realizado.
— Amo a minha profissão. É um sonho de menino — diz.

Situada no distrito de Pirabeiraba, nas imediações do viaduto da BR-101, às margens da Dona Francisca, a Casa Krüger é sempre muito procurada por casais. No final de novembro, em uma manhã de sábado ensolarada que interrompeu dois meses de chuva em Joinville, Cristiane e Anselmo Pabst chegaram ao local para uma tarefa especial. Eles queriam aproveitar a casa como cenário para o book de fotos dos noivos. À fotógrafa Bárbara Petri coube eternizar o momento. Ela conta que muitos casais escolhem o casarão para fazer books pela beleza do patrimônio histórico e por ser ponto turístico. Durante 108 anos, a casa foi ocupada pela família Krüger, assistiu à chegada do progresso e sobreviveu a duas enchentes, em 1972 e em 1995, cujas marcas ainda podem ser vistas nas paredes. A casa erguida na técnica do enxaimel é de 1890. Em 1925, foi construída uma nova residência em alvenaria. A segunda construção, com influência das arquiteturas italiana e alemã, era considerada refinada e imponente para a época. A Prefeitura de Joinville comprou o casarão em 2000 e iniciou as obras de restauração para torná-lo um portal de entrada para a região serrana. Em 2008, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O Restaurante Max Moppi é da mesma época da Lanchonete Rio da Prata. O estabelecimento da família Möller começou de forma pequena, em 1986. À época, os proprietários trabalhavam na roça e as mesas eram feitas de tronco de árvore cortado ao meio. Atualmente, são servidos no restaurante comidas típicas como marreco recheado, porções de salsicha alemã, pastel de palmito e caldo de cana, esses dois últimos os preferidos da clientela. Uma característica marcante no Max Moppi é a verticalização dos negócios em família. Enquanto um dos familiares é responsável pela produção de cachaça, o outro mantém uma plantação de banana. Assim, não há dificuldade para o restaurante obter matéria-prima para a bananada, por exemplo, que é outra tradição. A cachaça e os licores que muitos clientes apreciam são feitos por Max Eugenio Lutke, 35 anos, descendente da quinta geração envolvida na produção da bebida. O Max Moppi também tem criação de tilápia (peixe) do outro lado da estrada e que é usado para consumo no restaurante, além de uma plantação de cana-de-açúcar para dar conta dos mais de 500 copos de caldo servidos em um único dia. Quem cuida da plantação de cana é o agricultor Edmilson Pedro Klock, 50 anos. Ele conhece todos os segredos para obter o máximo de rendimento da planta. Klock bebe caldo de cana todos os dias e recomenda a degustação da chamada “mãe com filha”, ou melhor, caldo de cana com cachaça.

Waldemiro Struck, 85 anos, vive em uma casa tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), às margens da Estrada Dona Francisca, em Campo Alegre. A moradia já foi ocupada por cinco gerações da família e tem pelo menos 130 anos de idade. Waldemiro é da terceira geração, neto dos primeiros colonizadores. Seu avô era marceneiro, fabricava móveis. Seu maior orgulho são as fotos antigas penduradas nas paredes da casa e os móveis, entre eles, uma mesa centenária. Apesar do legado do avô, Waldemiro seguiu outro caminho, o da lavoura, plantando aipim, batata, trigo, feijão, milho, entre outros alimentos. Fez isso para sustentar a família em uma época de muita dificuldade.

No dia 14 de março de 2014, a Serra Dona Francisca foi palco da maior tragédia rodoviária de Santa Catarina. O motorista de um ônibus de turismo que saiu de União da Vitória (PR) com destino a Guaratuba (PR) perdeu o controle do veículo na descida da serra. O ônibus caiu de uma ribanceira de aproximadamente 400 metros de altura - 51 pessoas morreram e oito ficaram feridas no acidente. Dor e tristeza que resistirão por muitos anos, a exemplo de outro acidente que os moradores mais antigos recordam e que envolveu um ônibus escolar lotado de crianças. O veículo viajava pela estrada velha e o acidente aconteceu há muitas décadas — não há a definição da data precisa. Conforme o historiador José Kormann, à época, São Bento do Sul tinha apenas um ônibus e a sua cobertura era de madeira. O motorista perdeu o controle do veículo perto da cidade de Rio Negrinho e uma palmeira amorteceu a queda. Contudo, a cobertura de madeira do veículo se desprendeu e várias crianças se machucaram. Uma delas morreu. Durante o socorro, chamou a atenção uma criança que passava bem, mas chorava inconformada por ter perdido os seus sapatos. Naquele tempo, o calçado custava muito caro e era sinônimo de status. Comprá-los exigia grande dose de sacrifício por parte das famílias.

Atolados na lama
No início do século 20, os carroceiros que transportavam cargas pela Estrada Dona Francisca viam com maus olhos a presença dos caminhoneiros, seus novos concorrentes na tarefa. Na tentativa de boicotá-los, os carroceiros jogavam baldes de água no caminho de terra. Com isso, os caminhões, um atrás do outro, encalhavam na lama, explica o historiador José Kormann. Segundo ele, com o tempo, os carroceiros foram se retraindo e cederam o lugar aos caminhoneiros na estrada.

Em Campo Alegre, a economia às margens da Dona Francisca tem outra paisagem. Para qualquer lugar que se olhe, há referência à ovelha, da culinária a roupas e objetos de decoração. Os empreendedores estimulam uns aos outros, buscam parcerias e realizam cursos para oferecer algo a mais ao turista. Na região de perfil agrícola, a Estrada Dona Francisca é uma espécie de vitrine de uma economia em ascensão, afirma o vice-prefeito Sebastião Vendelino Kons. Os 26 artesãos da Associação Mãos do Campo comercializam artigos na loja às margens da rodovia para turistas de diferentes nacionalidades, entre os quais brasileiros, alemães, suíços, australianos e mexicanos. A presidente da associação, Hermi Schworf Heinzen, explica que o turismo é importante para a cidade, ainda que seja difícil viver apenas do artesanato. A cadeia produtiva em torno da lã da ovelha começa a vários quilômetros dali, em direção ao interior do município, em casas como a de Monalisa Munhoz de Farias, artesã e agricultora. Sua especialidade é a confecção de cobertores de lã de ovelha em parceria com a cunhada Angela Fuckner Munhoz.

Teste de volante de rédea
O historiador amador Marcio Augustin, de Campo Alegre, é um estudioso da Estrada Dona Francisca. Em suas pesquisas e conversas com antigos moradores, ele descobriu como os carroceiros conseguiam a licença para conduzir os carroções puxados a cavalo. Augustin conta que o teste do volante ocorria da seguinte forma: o delegado sentava-se ao lado do carroceiro na estrada. Se o cavalo errasse o passo, o carroceiro não recebia a licença.

O novo traçado da estrada é dividido em dois trechos. Confira:

A NOVA DONA FRANCISCA
1º trecho
Em Joinville, a estrada é municipal e recebe o nome de rua Dona Francisca. O ponto inicial é a na esquina com a rua 15 de Novembro, perto do terminal de ônibus, no Centro. A Dona Francisca passa por dentro do Distrito Industrial e do distrito de Pirabeiraba, até chegar à BR-101. A extensão do percurso é de aproximadamente 15 quilômetros. 2º trecho
A partir de Pirabeiraba, a rua passa a se chamar estrada e ganha jurisdição estadual. A Dona Francisca recebe a denominação de SC-418, mas até bem pouco tempo era conhecida como SC-301. Neste trecho, a colocação de asfalto foi realizada entre 1978 e 1979. O ponto inicial da estrada é a partir da BR-101, em Joinville, em direção a São Bento do Sul, onde continua no sentido Norte até Fragosos, na divisa com o Paraná. A extensão é de 63 quilômetros.

A mulher sem cabeça
Certa vez, um homem foi visitar a noiva à noite e ficou sabendo que um carroceiro havia morrido em uma curva da estrada. Nesse lugar, considerado sombrio, havia muitas árvores e, segundo o historiador José Kormann, o pessoal tinha medo de passar. Dizia-se até que apareciam fantasmas no local. Aí, o homem foi visitar a namorada e, de repente, saiu aos gritos dizendo que havia visto uma mulher sem cabeça. Na verdade, soube-se depois que era a noiva dele que caminhava pelo local com uma peneira sobre a cabeça e que o luar dava a impressão de que a mulher estava sem cabeça.

José Kormann Historiador de São Bento do Sul, autor do livro Histórico da Imperial Estrada Dona Francisca

Parabéns!

Agora é hora de fazer este trajeto de verdade e conhecer  um pouco melhor cada pedacinho que aqui mostramos. Esperamos que tenha gostado! :)
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