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Que garantias a Empa deu ao governo do Estado de que vai conseguir cumprir o prazo de 30 meses para finalizar a restauração?
A nossa maior segurança quanto ao andamento agora foi o andamento dos trabalhos do contrato anterior, que chamamos de “Ponte Segura”, quando a contratada conseguiu cumprir o prazo até com folga de tempo. Isso nos deixa um pouco mais seguros de que o cronograma será cumprido. Claro que podem ocorrer interferências, como condições climáticas, mas a empresa se apresenta bem firme em cumprir os prazo.
Dessas etapas, qual é a mais crítica? Qual o maior risco dessa obra? O que a empresa passou para governo sobre esse aspecto da obra?
Toda obra de engenharia envolve riscos. Ainda mais numa reforma, que é mais complexa do que a construção de uma estrutura nova como aquela ali. Mas o ponto mais crítico será em janeiro e fevereiro de 2017, que é quando toda a estrutura de sustentação da ponte – muitos cabos ainda serão construídos, segurando as torres, por exemplo – vai ser suspensa, por meio de elevação com 54 macacos hidráulicos sincronizados. Haverá uma empresa para fazer o monitoramento específico dessa etapa.
Alguns engenheiros, de Santa Catarina e de fora do Estado, questionam a forma como está sendo feita a reforma, dizendo, por exemplo, que a ponte deveria ser suspensa por cima, em vez de pela base. Como se definiu a forma atual dos trabalhos?
Na verdade, havia vários projetos e várias ideias sobre como a ponte deveria ser suspensa. Como é uma ponte única no mundo, na época a projetista contratada e o técnicos do Deinfra avaliaram que essa (suspender por baixo) é a condição mais favorável, até para se alinhar com o que já tinha sido executado na ponte até então. Então a maneira concebida foi essa e nós acreditamos que ela é segura e dará condições para fazermos a substituição de todas as peças.
No contrato, que tipo de compromisso a Empa assumiu se algo der errado na reforma.
A empresa é a responsável técnica e existe também a questão do seguro que ela tem. Então, além do compromisso técnico, tem também o financeiro. Eles são responsáveis por quaisquer danos. Além disso, temos a questão da segurança, que vai ser tratada com a empresa ao longo de toda a execução, principalmente nessa parte mais crítica da elevação - se vai ocorrer algum plano de contingência na área em volta. Isso tudo será definido em conjunto com a empresa de supervisão e monitoramento que será contratada nas próximas semanas.
Está previsto que o tráfego de veículos seja liberado com a reabertura da ponte. Como ela será utilizada no planejamento da mobilidade urbana?
Temos algumas alternativas, que estão em fase de estudo. Ela vai estar liberada para o tipo de tráfego normal, que passa pelas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo - caminhões, ônibus etc. Mas ainda estamos estudando isso, porque temos ainda o debate sobre a questão do Plamus – plano de mobilidade que prevê a criação de faixas exclusivas para ônibus na Grande Florianópolis -, então queremos discutir o assunto mais um pouco. Porque o Plamus já considera a ponte como um ponto de travessia de veículos, mas temos de avançar um pouco mais: se vai para todo tipo de veículo, se o fluxo vai ser só de entrada na Ilha pela manhã e saída à tarde, ou só para ônibus. A Prefeitura também participa das conversas porque pretende incluir a região do Parque da Luz nesse contexto.
1922
14 de novembro
Começa a construção da Ponte Hercilio Luz
1924
8 de outubro
Muito doente, Hercílio Luz inaugura simbolicamente a ponte, atravessando uma passarela pênsil de 18 metros de comprimento, construída em miniatura, com escala 50 vezes menor que a original, junto ao trapiche de Florianópolis, pois se sabia que dificilmente estaria vivo para inaugurar a ponte que idealizara - e que originalmente se chamaria Ponte da Independência
20 de outubro
Hercílio Luz morre
1967
15 de dezembro
Desaba a Ponte Silver Bridge, em Point Pleasant, o que causou repercussão em SC pela ponte ter estrutura muito semelhante à Hercílio Luz
1981
3 de dezembro
1982
15 de dezembro
1988
15 de março
A ponte é reaberta somente ao tráfego de pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal
1990
Fevereiro
É apresentado pela Cerne Engenharia e Projetos e pela Construtora Roca Ltda. o Relatório da Primeira Etapa da Análise da Viabilidade da reabertura ao tráfego da Ponte Hercílio Luz
1991
4 de julho
A ponte é novamente interditada a qualquer tipo de tráfego, e o piso asfáltico do vão central, retirado, o que resulta num alívio de peso da ordem de 400 toneladas, não tendo sido mais aberta ao tráfego até os dias de hoje
1992
4 de agosto
O então prefeito Antônio Henrique Bulcão Viana assina o Decreto nº 637/92, tombando a Ponte Hercílio Luz como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Município de Florianópolis
1997
13 de maio
O então governador Paulo Afonso Evangelista Vieira, através do Decreto nº 1.830, homologa o Tombamento da Ponte Hercílio Luz, de propriedade do Estado de Santa Catarina
15 de maio
Passa a valer o Decreto nº 2.070, no qual o governo de Santa Catarina declara de utilidade pública para fins de aquisição por doação ou desapropriação, amigável ou judicial, os imóveis compreendidos na área de entorno da Ponte Hercílio Luz. Na mesma data a ponte é declarada patrimônio histórico nacional
2005
24 de março
Governador Luiz Henrique da Silveira apresenta um resumo do Projeto de Reabilitação da Ponte Hercílio Luz, ocasião em que estabelece um prazo para o lançamento do edital para a execução das obras de reabilitação da ponte
15 de dezembro
DEINFRA inicia a abertura do Edital de Concorrência Internacional n.º 24, no qual o consórcio formado pelas empresas ROCA e TEC foi o vencedor do certame
Iniciada a execução do contrato PJ-015/2006, no valor de R$ 21 milhões e que tem por objetivo a execução, com fornecimento de materiais e insumos, dos serviços necessários para a restauração, reabilitação e manutenção da Ponte Hercílio Luz. Tal contrato estava previsto para ser encerrado em 5 de agosto de 2008 e contemplava a primeira fase da obra
2008
1° de novembro
A Espaço Aberto assume a obra de restauração da ponte
19 de janeiro
Obras são paradas após morte de mergulhador que trabalhava no estaqueamento da ponte
2012
1° de maio
previsão de entrega da obra é adiada em dois anos
2013
13 de novembro
Início da fase mais crítica da restauração. Uma treliça de 22 toneladas, que suspenderá o vão central, começa a ser montada. Previsão da conclusão da obra é para dezembro de 2014
2014
19 de agosto
governo do Estado quebra contrato com a Espaço Aberto
2015
3 de fevereiro
Ministério Público de Contas (MPTC) investiga desperdício de dinheiro e falta de fiscalização na ponte
19 de fevereiro
Empa é contratada com dispensa de licitação para a reforma emergencial das estruturas de sustentação, orçada em R$ 10,2 milhões
7 de abril
Empresa recomeça os trabalhos nas obras emergenciais
13 de maio
após contato do governo do Estado para a segunda etapa do restauro, uma equipe da American Bridge, empresa que construiu a Hercílio Luz, visita a ponte. Fica de dar resposta em 30 dias
28 de setembro
9 de outubro
após muitas conversas e tentativas e novas visitas à ponte, a American Bridge comunica que não fará a reforma da ponte
2016
8 de março
governo do Estado informa que a Empa, que já executava as obras emergenciais, fará também a etapa principal de restauro da ponte
10 de março
Governador Raimundo Colombo assina o contrato para a última etapa do restauro da ponte, prevista para ser entregue entre setembro e outubro de 2018. O serviço custará R$ 262,9 milhões
Gabriela Machado
gabriela.machado@rbstv.com.br
Victor Pereira
victor.pereira@diariocatarinense.com.br
Felipe Lenhart
felipe.lenhart@diariocatarinense.com.br
Felipe Reis
felipe.reis@rdcbn.com.br
produção conjunta dos veículos da RBS em SC