FUTURO 90 anos ponte Hercílio Luz
PASSADO previsão de 2 anos para reabrir ao tráfego

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á duas semanas, o governo do Estado apresentou um resumo das etapas que estão sendo executadas na última fase da restauração da ponte Hercílio Luz à comissão que acompanhará o andamento das obras, formada por representantes do Deinfra, do Crea, da Associação Catarinense de Engenheiros, Acif, Associação Catarinense de Consultores de Obras Públicas (Accop) e Fundação Catarinense de Cultura. O trabalho de restauração está a cargo da empresa Empa, do grupo português Teixeira Duarte. O trabalho está orçado em R$ 262,9 milhões, com prazo de execução previsto em 30 meses – ou outubro de 2018. O contrato foi assinado em março, e a ordem de serviço foi entregue no dia 18 de abril. De acordo com o consultor executivo de infraestrutura do Deinfra, o engenheiro Claiton Bortoluzzi, das diversas etapas previstas (veja o vídeo), os operários estão fazendo a mobilização e instalação do canteiro de obras, tanto no Continente quanto na Ilha, além da retirada de peças não estruturais da ponte, num total de 270 toneladas que são consideradas peso morto pelos técnicos. – São estruturas de aço, enferrujadas, que estavam sobre o pavimento antigo, cuja retirada já estava prevista mas que não foi incluída no contrato emergencial do ano passado. Agora, o próximo passo dessa etapa é a instalação de seis grandes gruas que serão utilizadas na obra e serão montadas ao longo do mês de junho – afirma o engenheiro. O momento mais crítico de toda a operação está previsto para ocorrer entre janeiro e fevereiro de 2017, quando toda a estrutura que dá sustentação à ponte será suspensa para que seja iniciada a troca das peças e do pavimento. População poderá visitar a obra Uma das novidades da última fase de restauração da ponte será a instalação de uma estrutura, no canteiro de obras, para recepcionar e orientar visitas agendadas. Ainda não há previsão para o início dessa atividade, mas Bortoluzzi estima que em julho já será possível. Técnicos de segurança da empresa e do Deinfra receberão os visitantes. – Queremos que em pelo menos uma vez por semana uma casa no canteiro de obras receba visitantes para que conheçam mais sobre a obra e vejam fotos e documentos históricos relacionados à ponte. Isso para que a população possa visitar o local - não circular, mas chegar perto e saber o que está sendo feito, já que a ponte é um patrimônio nosso.
“O momento mais crítico será no começo de 2017, quando toda a estrutura de sustentação da ponte será suspensa”
Claiton Bortoluzzi engenheiro, consultor executivo de infraestrutura do Deinfra entrevista

Que garantias a Empa deu ao governo do Estado de que vai conseguir cumprir o prazo de 30 meses para finalizar a restauração?

A nossa maior segurança quanto ao andamento agora foi o andamento dos trabalhos do contrato anterior, que chamamos de “Ponte Segura”, quando a contratada conseguiu cumprir o prazo até com folga de tempo. Isso nos deixa um pouco mais seguros de que o cronograma será cumprido. Claro que podem ocorrer interferências, como condições climáticas, mas a empresa se apresenta bem firme em cumprir os prazo.

Dessas etapas, qual é a mais crítica? Qual o maior risco dessa obra? O que a empresa passou para governo sobre esse aspecto da obra?

Toda obra de engenharia envolve riscos. Ainda mais numa reforma, que é mais complexa do que a construção de uma estrutura nova como aquela ali. Mas o ponto mais crítico será em janeiro e fevereiro de 2017, que é quando toda a estrutura de sustentação da ponte – muitos cabos ainda serão construídos, segurando as torres, por exemplo – vai ser suspensa, por meio de elevação com 54 macacos hidráulicos sincronizados. Haverá uma empresa para fazer o monitoramento específico dessa etapa.

Alguns engenheiros, de Santa Catarina e de fora do Estado, questionam a forma como está sendo feita a reforma, dizendo, por exemplo, que a ponte deveria ser suspensa por cima, em vez de pela base. Como se definiu a forma atual dos trabalhos?

Na verdade, havia vários projetos e várias ideias sobre como a ponte deveria ser suspensa. Como é uma ponte única no mundo, na época a projetista contratada e o técnicos do Deinfra avaliaram que essa (suspender por baixo) é a condição mais favorável, até para se alinhar com o que já tinha sido executado na ponte até então. Então a maneira concebida foi essa e nós acreditamos que ela é segura e dará condições para fazermos a substituição de todas as peças.

No contrato, que tipo de compromisso a Empa assumiu se algo der errado na reforma.

A empresa é a responsável técnica e existe também a questão do seguro que ela tem. Então, além do compromisso técnico, tem também o financeiro. Eles são responsáveis por quaisquer danos. Além disso, temos a questão da segurança, que vai ser tratada com a empresa ao longo de toda a execução, principalmente nessa parte mais crítica da elevação - se vai ocorrer algum plano de contingência na área em volta. Isso tudo será definido em conjunto com a empresa de supervisão e monitoramento que será contratada nas próximas semanas.

 Está previsto que o tráfego de veículos seja liberado com a reabertura da ponte. Como ela será utilizada no planejamento da mobilidade urbana?

Temos algumas alternativas, que estão em fase de estudo. Ela vai estar liberada para o tipo de tráfego normal, que passa pelas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo - caminhões, ônibus etc. Mas ainda estamos estudando isso, porque temos ainda o debate sobre a questão do Plamus – plano de mobilidade que prevê a criação de faixas exclusivas para ônibus na Grande Florianópolis -, então queremos discutir o assunto mais um pouco. Porque o Plamus já considera a ponte como um ponto de travessia de veículos, mas temos de avançar um pouco mais: se vai para todo tipo de veículo, se o fluxo vai ser só de entrada na Ilha pela manhã e saída à tarde, ou só para ônibus. A Prefeitura também participa das conversas porque pretende incluir a região do Parque da Luz nesse contexto.

ALTOS E BAIXOS DA HERCÍLIO LUZ

produção conjunta dos veículos da RBS em SC