O desenvolvimento da
indústria regional está empolgando o comércio que, apesar de não ter ainda estimativas
confiáveis de crescimento para este ano, está otimista com as possibilidades de vendas.
"O comércio é uma conseqüência da indústria. Se a indústria vai bem, o
comércio vai bem e vice-versa", argumenta o presidente da Câmara de Dirigentes
Lojistas de Jaraguá do Sul (CDL), Alberto Pacheco da Rosa.
Ainda segundo Pacheco, o aumento da produção industrial e, conseqüentemente a
contratação de novos trabalhadores, deve alavancar as vendas do comércio este ano.
"O desemprego causa queda de consumo e parte da inadimplência. Se o consumidor tem
emprego, também tem condições de saldar suas dívidas", destaca o dirigente.
No mês de janeiro, o comércio de Blumenau vendeu em média 10% a mais do que no mesmo
período do ano passado. Alexandre Ranieri Peters, presidente da CDL, explica que isso foi
possível graças aos turistas que por aqui passaram. "No restante do ano devemos
sentir os efeitos da melhora geral da economia. O ciclo da economia está girando e o
dinheiro acaba chegando no comércio", afirma.
Um dos reflexos positivos para o comércio dessa melhora na economia, segundo Peters, é a
queda nos índices de inadimplência. "Este ano, em particular, estamos otimistas. A
questão é que muitas pessoas acabaram registradas no Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC) em conseqüência da perda do emprego", argumenta. "Com a recuperação do
nível de emprego, a tendência é o consumidor regularizar sua situação. Mas isso não
é algo imediato e deve ser sentido ao longo do ano".
10%
foi o crescimento
do comércio de
Blumenau em janeiro
comparado ao mesmo
período de 1999 |
O Conselho Informal de Conciliação
- criado no final do ano passado - deve se tornar o meio mais utilizado por lojistas e
consumidores inadimplentes para tentar chegar a um acordo sobre dívidas atrasadas,
acredita o dirigente. "O serviço é gratuito, acolhe causas de até cinco salários
mínimos e deve se tornar uma grande opção na busca pela renegociação de
dívidas", enfatiza Peters.
O proprietário da loja de cama, mesa e banho Blumais, Alcido Babel, espera crescer 20%
este ano. "Existe um bom sinal de reativação da economia, que deve se refletir no
comércio local", afirma. Para ele, apesar da melhora, os baixos salários ainda
reprimem o consumo. "É claro que quanto maior o emprego maior o consumo, mas o
nível salarial também exerce uma influência importante na hora de fechar a conta",
acrescenta o lojista.
O proprietário da loja de confecções Casa Buerger, Arno Buerger Filho, acredita que a
crise já acabou. "Estamos passando por um novo momento, onde todos já se adequaram
aos efeitos da globalização e do Plano Real", destaca. "O momento, porém,
não é o de crescimento explosivo, mas constante, um crescimento com os pés no
chão".
Luciano dos Santos, presidente da CDL de Brusque, acredita que com a expansão da
indústria, o comércio tende a se diversificar. "O comércio do Centro melhora e
começa a partir para os bairros", analisa. Junto com o aumento das vendas,
acrescenta Santos, os comerciários também são beneficiados, uma vez que as comissões
crescem. "Estamos tendo a preocupação de treinar a mão-de-obra e qualificar nossos
serviços. O público que chega é cada vez mais exigente", enfatiza.
O presidente da CDL de Rio do Sul, Anselmo Reginato, diz que o município tem grandes
possibilidades de expansão industrial, puxando o comércio. "Não há indústria sem
comércio, nem comércio sem indústria. É um casamento", declara o dirigente, que
diz apoiar o desenvolvimento industrial. Segundo ele, um dos grandes desafios do setor é
o aperfeiçoamento da mão-de-obra. "Dentro de 30 dias devemos estar completando uma
parceria para treinar mais de 2 mil comerciários em cinco tipos de cursos",
acrescenta.
A Série |
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Domingo: Exportações puxam crescimento da indústria catarinense |
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Terça-feira: Empresas da Região dos Vales tentam recuperar mercado |
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Quarta-feira: Emprego começa a aparecer em todos os setores da
economia |
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Quinta-feira: Impactos do crescimento econômico no comércio e nos
municípios |
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