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 | 03/02/2011 17h18min

"Cairo virou uma cidade sem lei", relata enviado especial atacado no Egito

Mesmo acompanhado do cônsul brasileiro, Luiz Antônio Araujo teve dificuldades para sair da embaixada

O enviado do Grupo RBS à cidade do Cairo, o repórter Luiz Antônio Araujo, relatou à Rádio Gaúcha nesta tarde que a situação na capital do Egito é caótica.

— Nas ruas, onde não há barreiras com blindados e militares do exército egípcio munidos de armamentos ostensivo, há milícias de civis fazendo paradas de carros, obrigando as pessoas a descer e revistando porta-malas — afirmou Araujo, que destacou que muitas vezes estes grupos são moradores dos próprios bairros, mas em outras são seguidores do presidente Hosni Mubarak.

Nesta manhã, o enviado especial foi cercado por apoiadores de Mubarak que lhe desferiram socos e pontapés na Praça Tahrir, no Cairo. O grupo que estava armado com pedras e pedaços de pau levou a máquina fotográfica do repórter e tentou roubar seu passaporte.

No intuito de manter sua integridade física, Araujo gritou "Brasília, Brasília, que é como eles entendem "brasileiro".

— Então fui empurrado até um galpão que está sob o controle do Exército e presenciei as cenas mais chocantes desta cobertura. Eu vi, pelo menos, três pessoas feridas com gravidade.

Passado o incidente, foi até a embaixada brasileira no Egito. Na saída do local, presenciou mais uma crítica situação desde que desembarcou no Cairo.

— Eu estava na companhia do cônsul brasileiro, do ministro conselheiro e do primeiro-secretário da embaixada. No entanto, só pudemos deixar o prédio pelas portas dos fundos.

O enviado especial do Grupo RBS ainda teve de contornar o quarteirão porque havia uma barreira feita por manifestantes pró-Mubarak ao lado do prédio.

— Eles não nos deixavam passar, apesar de estas três pessoas que me acompanhavam apresentarem um passaporte diplomático. É uma situação de completo descontrole.

E Araujo destaca que ele não é o único jornalista que virou alvo dos simpatizantes de Mubarak. Enviados especiais de jornais, rádios e canais de televisão sofrem constrangimentos. Nesta quinta-feira, dois repórteres brasileiros foram obrigados a assinar um termo confirmando que irão deixar imediatamente o Egito.

— O que não poderia piorar, se agravou. O Cairo virou hoje uma cidade sem lei — resumiu Araujo sobre este que é o maior município árabe do mundo.

Em breve, mais noticias das dificuldades dos Enviados Especiais no Cairo.


>> Escute o relato de Araujo ao programa Gaúcha Atualidade:




>> Confira as novidades que o repórter conta
direito do Cairo pelo Twitter (
@luizaraujo_):





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