Ambiente | 14/03/2011 08h13min
Consenso. É o que falta para que as discussões acerca do Código Florestal brasileiro, prestes a ser colocado em votação no Congresso Nacional, resultem em uma legislação que proteja o ambiente e não prejudique a produtividade agrícola nacional.
Consenso, porém, é o que menos se vê nas argumentações de ambientalistas e ruralistas. Ele surge, principalmente, quando os dois lados reconhecem que a lei vigente, resultado de um código editado em 1965 e com uma gama imensa de decretos e medidas provisórias na garupa, não serve mais para o país.
Mário Mantovani, presidente da ONG SOS Mata Atlântica, concorda que a lei precisa ser revista, mas tem restrições quanto à proposta atual. Segundo ele, ela atende aos interesses dos produtores e abre a porta para o aumento do desmatamento:
- A mudança é necessária, mas não do jeito que está.
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Do outro lado, o deputado do Aldo Rebelo (PC do B/SP), autor do substitutivo do projeto de lei que pretende ver finalizado até o final deste mês, discorda. Ele afirma que a proposta resgata o objetivo de um verdadeiro código florestal, que é conservar as matas brasileiras e proteger os cursos d'água sem criminalizar a agropecuária:
- Ao contrário do que dizem, a nós interessa produzir alimentos para o povo sem prejudicar o ambiente, e isso estamos fazendo há séculos, pois preservamos muito mais nossas florestas do que qualquer outro país.
Quem acompanha o debate se vê envolto em uma série de detalhes técnicos, com críticas de cientistas dos dois lados. É aqui, inclusive, que surge um outro consenso. Produtores e ambientalistas criticam uns aos outros por conta da falta de base científica das contestações.
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Foto:
Darlene Rosinke
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