| 22/10/2013 07h01min
Desenhos, pinturas, instalações com luz, esculturas e telas a óleo. A diversidade da produção e o talento para pensar criativamente foram fatores que levaram Luiz Henrique Schwanke a expor em mais de 130 mostras ao longo dos 41 anos que viveu.
Seu acervo conta com quase 5 mil obras e luta, por meio do instituto que carrega o nome do artista, para permanecer conservado. Sem um museu de arte contemporânea para abrigá-las, no entanto, muitas criações estão guardadas em um depósito, longe das condições ideiais para preservá-las.
A umidade típica de Joinville, os fungos e os cupins são os principais inimigos da arte de Schwanke. Mas metade do seu acervo, ao menos, passou por limpeza mecânica e acondicionamento, em 2010, na mapoteca montada sobre a loja Brasilauto, pertencente à família do artista – onde, desde então, funciona provisoriamente o instituto.
Com recursos da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, a entidade pôde contratar três restauradoras para catalogar e recuperar aproximadamente 2.500 desenhos e pinturas sobre papel. Na sala localizada na rua Dr. João Colin, no América, a temperatura e a umidade relativa do ar são monitoradas e controladas.
Porém, é importante lembrar que algumas criações nascem para serem efêmeras. Maria Regina Schwanke, irmã do artista plástico, alerta para esse fato e diz que é preciso conhecer muito bem a obra do artista para avaliar essa condição.
— Suas instalações de luz e trabalhos com plástico foram desmontados e estão no depósito. Se um dia quisermos recriá-las, no entanto, precisaremos adquirir novos materiais idênticos porque os originais estão deteriorados.
É o caso, por exemplo, dos baldes pretos e vermelhos que, certa manhã de 1989, acordaram na praça da Bandeira em formato de intervenção urbana. O mesmo para o Cubo de Luz – Antinomia, apresentado na 21ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1991. Schwanke deixou um projeto de engenharia que permite a reconstrução da obra. Não é à toa que muitos artistas joinvilenses, inspirados pelo pensamento de seu conterrâneo, passaram a pensar na arte como um presente para a posteridade.
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