| 04/12/2008 00h01min
O movimento de um dia de inverno na praia Central e o calçadão vazio em pleno início de dezembro, em Balneário Camboriú, mostram que o impacto da enchente que assolou o litoral Norte de Santa Catarina está fazendo os turistas desistirem das férias na região. O setor hoteleiro iniciou o mês com 80% das reservas para a primeira quinzena de dezembro canceladas. 
A maior parte do público vinha de excursões escolares e desistiu da viagem por causa do estado de calamidade decretado em alguns municípios da região. Segundo o secretário de Turismo da cidade, Osmar Nunes Filho, a situação para a temporada ainda pode se reverter. Ele diz que a recuperação de alguns bairros afetados na cidade não tem influência sobre as atividades do setor.
— As pessoas precisam saber que os pontos atingidos ficam fora da região central e das praias, e que não há suspensão de serviços essenciais — disse. Nos hotéis da cidade, já existem cancelamentos para o período de Natal, Réveillon e até 
Carnaval. 
De acordo com 
a diretora de Hospedagem do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Balneário Camboriú, Dirce Fistarol, a busca pela recuperação do movimento para o verão já começou dentro dos próprios estabelecimentos. 
Os hotéis estão mantendo os futuros hóspedes informados sobre as condições das rodovias, o atendimento do comércio e a normalização dos serviços essenciais na região. 
— São inúmeras ligações. As pessoas temem por epidemias e falta de abastecimento. Estamos tranqüilizando o turista, mas tememos pela manutenção dos empregos — afirma Dirce. 
Balneário Camboriú conta com um grande número de contratações temporárias durante o verão. A cidade gerou 9,3 mil empregos de novembro do ano passado a abril deste ano.
Em Florianópolis, confiança 
Os representantes do setor de turismo na Capital estão otimistas. O impacto negativo da chuva foi sentido apenas na semana passada, 
quando algumas reservas em Florianópolis foram canceladas. 
O 
secretário de Turismo do município, Mário Cavalazzi, se reuniu com representantes da área. Eles traçaram estratégias para assegurar bons números durante a temporada.
— Vamos fazer com que os eventos sejam mantidos e ampliados para que o Brasil todo enxergue que nós estamos com economia normal e fazer uma grande promoção do destino Florianópolis — disse Cavalazzi. 
A vantagem cambial para os argentinos também anima o setor. 
— Nós acreditamos que o mercado argentino reagirá de forma positiva e que tenhamos mais argentinos do que nas últimas duas temporadas — afirma o presidente da Federação de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Estado de Santa Catarina, Estanislau Bresolin. 
A procura por casas e apartamentos para alugar nas praias da Capital também está em alta. De acordo com o Sindicato da Habitação, restam poucas unidades para o período das festas de final de ano. 
Segundo o Departamento Nacional de 
Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), as estradas 
prejudicadas pela chuva devem ser consertadas até o Natal. 
Santa Catarina recebe a cada verão mais de 4 milhões e 300 mil turistas. O setor responde por cerca de 11% do Produto Interno Bruto do Estado. 
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