| 15/07/2008 06h48min
Seis dias após o início da Operação Satiagraha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou ontem o uso de algemas e o "sensacionalismo" da Polícia Federal, que teve como principal alvo o banqueiro Daniel Dantas. 
Em reunião com os ministros que compõem a coordenação política do governo, Lula cobrou "menos espetáculo" nas investigações. Além de Dantas, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta saíram algemados pelos agentes quando a Justiça decretou suas prisões temporárias. Os três já estão soltos. 
- Para que humilhar uma pessoa se ela se dispõe a prestar esclarecimento e tem endereço fixo? - perguntou Lula na reunião de coordenação, segundo interlocutores. 
E acrescentou: 
- Eu sou contra a exposição desnecessária. 
Apesar de ter considerado a operação consistente, o presidente avaliou que a Polícia Federal (PF) pode ter cometido abusos, principalmente em relação às conversas 
grampeadas. Escalado para falar sobre a Satiagraha, o ministro 
da Justiça, Tarso Genro, afirmou que o único reparo a fazer nas ações da PF dizia respeito à forma como a operação foi divulgada para uma emissora de TV (no caso, a Rede Globo, que fez imagens de Pitta de pijama). 
Tarso defendeu o uso das algemas quando os réus mostram resistência à prisão, mas concordou que a operação deflagrada para combater crime financeiro e desvio de recursos públicos poderia ter sido mais discreta. 
Na avaliação de Lula e de seus auxiliares, a conversa telefônica interceptada pela PF entre o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) - um dos advogados de Dantas - e o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, não teve "nada demais". 
- Gilberto apenas respondeu à consulta de um amigo - disse um ministro que participou do encontro. 
No diálogo gravado pela PF, no dia 29 de maio, Greenhalgh pede a Carvalho que verifique se alguém da Presidência estava investigando o empresário Humberto José da Rocha 
Braz, braço direito de Dantas. O chefe de gabinete 
de Lula respondeu que não, mas se comprometeu a falar com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa. Em nota divulgada à imprensa, porém, ele garantiu que não levou o caso adiante. 
Tarso disse que a única forma de corrigir possíveis excessos em relação aos grampos está na votação do projeto de lei das escutas telefônicas. A proposta, que impõe maior rigor na gravação e seleção de conversas pessoais, foi enviada pelo Ministério da Justiça ao Congresso há mais de quatro meses e até ontem não foi apreciada. 
Clique nos nomes abaixo e veja os perfis
Quem é Dantas
Quem é Pitta
Quem é Naji Nahas
Clique no gráfico abaixo para ver matérias, comentário da colunista Rosane de Oliveira e como foi a Operação Satiagraha: 
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