Para um fotojornalista, não há rotina. Cada notícia exige um fôlego novo: um assalto ao supermercado, um acidente de trânsito, uma entrevista coletiva com o governador. Na correria, pouco sobra para a fotografia artística. O repórter Alan Pedro, 31 anos e fotojornalista há 10, produziu no intervalo de suas pautas um ensaio fotográfico panorâmico: "Luzes de Florianópolis".

Alan percorreu os principais pontos turísticos da cidade com um tripé profissional à mão e técnica de superexposição (quando o diafragma da máquina fotográfica fica aberto por vários segundos e a luz é capturada com intensidade) . À noite, com a técnica, as cores chamam atenção nas fotos do ensaio. O céu de fim de tarde fica roxo, a alfândega mais amarela que o normal e a água da Beira-Mar Norte se torna azul.

 Veja o ensaio fotográfico
"Luzes de Florianópolis"
 

De quinze fotografias, sua preferida é a da ponte Hercílio Luz:

— É uma foto clichê, eu sei. Mas não adianta, a ponte me encanta. Ela exala poesia. Qualquer um que passa por ali, olha para ela, iluminada — diz.

Ele escolheu a fotografia panorâmica para mostrar um outro olhar de locais já tão explorados pela fotografia.

— Para mim, são lugares que eu passo correndo e nunca tenho tempo para apreciar. Dessa vez, eu parei, coloquei meu tripé e fiquei fotografando. Percebi os traços açorianos, as cores, os detalhes.

Acostumado a procurar furos de reportagem, Alan guarda lembranças de muitas pautas, principalmente as de acidentes no começo da carreira, quando não estava acostumado. Mas foi a foto de Ronaldinho Gaúcho chegando a Florianópolis que ele guarda com mais carinho:

— Eu estava há oito horas no aeroporto esperando Amy Winehouse chegar e, de repente, dei de cara com Ronaldinho. Ninguém sabia que ele viria, foi uma foto que repercutiu bastante — lembra.