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Eleições  | 30/08/2010 23h10min

Eleitores catarinenses seguem tendências partidárias diferentes no plano nacional e estadual

Números de Santa Catarina não "colam" na disputa presidencial, diz professor da UFSC

Upiara Boschi  |  upiara.boschi@diario.com.br

De um lado, Dilma Rousseff (PT) aparece pela primeira vez à frente de José Serra (PSDB) em Santa Catarina. De outro, Raimundo Colombo (DEM) se aproxima de Angela Amin (PP), enquanto Ideli Salvatti (PT) observa à distância a briga pelo governo. Eleitores que seguem tendências partidárias diferentes no plano nacional e estadual e aumento de indecisos. Afinal de contas, o que significam os números das mais recentes pesquisas eleitorais no Estado?

Na sexta-feira, a última pesquisa do Ibope colocou Dilma dois pontos percentuais à frente de Serra em Santa Catarina, um empate técnico (40% a 38%). Na pesquisa anterior, do dia 6 de agosto, Serra aparecia com 11 pontos de vantagem.

Na disputa no Estado, outro empate técnico, entre Angela e Colombo (31% a 27%). Segundo o instituto, a vantagem de 15 pontos percentuais de Angela teria sido reduzida a quatro entre 6 e 27 de agosto.

Para o professor Jacques Mick, do Departamento de Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as pesquisas mostram que o eleitor descola a eleição estadual da federal. Ele acredita que isso mostra o perfil pragmático do catarinense, mas que também abre espaço para crescimento da candidatura de Ideli, que oscilou de 15% para 16%.

— O crescimento da Dilma não teve, aparentemente, nenhum impacto sobre a intenção de votos para o governo do Estado. Ninguém, nem a Ideli, nem os outros candidatos, encostou nesse crescimento. Parece haver um espaço entre esses eleitores que já decidiram pela Dilma para definir um candidato ao governo.

A diminuição da diferença entre Angela e Colombo, o professor credita a alterações no eleitorado do campo ideológico mais conservador.

— O eleitor tem um posicionamento ideológico que mais ou menos orienta por onde ele deve ir. Uma boa parte desse eleitorado mais conservador simplesmente fez um ajuste de posição depois das primeiras semanas de horário eleitoral — avalia.

Edson Caporal, coordenador de Angela Amin, minimizou os resultados das pesquisas. Destaca que a mesma pesquisa Ibope apontou o programa eleitoral da candidata como o melhor na rádio e na televisão — 17% contra 13% de Colombo e 8% de Ideli.

— A situação é o que a gente vinha planejando: chegar ao segundo turno e ganhar — afirma o pepista.

O coordenador de Raimundo Colombo, Antonio Ceron, diz que a possibilidade do crescimento de Dilma ajudar na candidatura adversária não preocupa.

— O eleitor está mostrando este ano que separa muito bem as questões estaduais e nacionais — afirma.

José Fritsch, coordenador de Ideli Salvatti, aposta na vinculação da candidatura com a de Dilma para chegar ao segundo turno. Afirma que já era esperado o crescimento de Colombo e vislumbra confrontar o demista.

— Angela não tem uma grande coligação, tem poucos candidatos a deputado, pouco tempo de televisão. Não tem estrutura — afirma.

Clique e veja os números do Ibope sobre a relação entre o voto para presidente e governador:

 

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