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Eleições  | 06/08/2010 13h58min

Com provocações de candidato do PSOL, debate esquenta campanha eleitoral para Presidência

Debate também foi marcado por ataques entre Dilma e Serra e críticas aos governos Lula e FHC

O primeiro debate dos presidenciáveis na TV aberta brasileira, que ocorreu na noite desta quinta-feira, foi marcado por provocações do candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, aos outros três candidatos presentes. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) trocaram alfinetadas entre si e se defenderam dos ataques de Plínio. Nem Marina Silva (PV) escapou das incitações.

— Agora vocês viram porque o candidato José Serra é chamado de hipocondríaco. Ele só fala de saúde — disse o candidato, antes de chamar Marina Silva, do PV, de "ecocapitalista".

O debate foi acompanhado pela equipe do blog Diários de Brasília

Para a candidata do PT, restou escutar de Plínio que foi ele quem propôs o plano de reforma agrária do atual governo:

— Quem fez o plano de reforma agrária do Lula fui eu. Fizeram (no governo de Lula) menos que o Fernando Henrique. Um horror — afirmou o candidato, insinuando que as metas que propôs não teriam sido cumpridas nem pela metade.

Abertura

A pergunta que abriu o debate foi elaborada pela produção da TV Bandeirantes e baseada nas questões que mais preocuparam os internautas que enviaram seus questionamentos aos candidatos. O mediador perguntou a todos os presidenciáveis quais dos três temas dariam prioridade em seu primeiro dia de governo: educação, saúde ou segurança.

Plínio afirmou ter posturas radicais para resolver os problemas envolvendo os temas, e disse querer apresentar uma contraproposta. Falou ainda que as três são fundamentais para a dignidade do povo brasileiro.

Marina disse que sofreu com a pobreza no Acre e as filas de atendimento médico e, por isso, aponta a saúde como a primeira medida de seu governo, apesar de considerar a educação como base. A candidata quer que os municípios deixem de bancar sozinhos os custos com saúde.

Serra afirmou que, na segurança, o fundamental será envolver mais o Governo Federal no combate ao crime e criar um Ministério de Segurança. Na saúde, o tucano quer encurtar o tempo de espera das consultas, criando mais de 150 centros de especialidade. Para a educação, a proposta é a criação de um milhão de vagas no ensino técnico e profissionalizante.

Dilma disse acreditar que saúde, educação e segurança são os três pilares da política pública no país. A candidata quer priorizar a qualidade de ensino e dar oportunidade de formação continuada aos brasileiros, da creche à pós-graduação. Sobre a saúde, Dilma afirmou que pretende completar o SUS.

Comparações entre Lula e FHC

No momento destinado a perguntas entre os candidatos, Dilma e Serra se questionaram mutuamente, procurando evidenciar os méritos dos governos Lula e FHC, respectivamente. A petista insistiu nos assuntos de geração de empregos e programas de inclusão social, citando estatísticas que comparavam os dois governantes. Serra respondeu, citando problemas atuais nos aeroportos, portos e estradas federais.

Os dois candidatos que lideram as pesquisas foram os primeiros a se enfrentar com questionamentos. O tucano pediu que a petista falasse em medidas concretas para as áreas de educação, saúde e segurança. Dilma respondeu, citando a criação de 500 Unidades de Pronto Atendimento 24 horas e a ampliação do Programa Brasil Sorridente, que ofereceria tratamento dentário pelo SUS. Na réplica, Serra afirmou que pretende criar novas unidades ambulatoriais para realizar 15 mil consultas e 40 mil exames, em média, por mês.

O debate continuou com perguntas entre os candidatos. Questionado pela candidata Marina Silva sobre sua experiência como situação e oposição, Serra tentou evidenciar feitos do governo de FHC, como o Plano Real.

O candidato do PSDB ainda acusou o Governo Federal de discriminar entidades de assistência às pessoas com necessidades especiais. Dilma afirmou que o MEC sempre procurou integrar as crianças para que todas tenham direito à educação.

Ironia

Na sua vez de falar, Plínio ironizou a discussão entre os dois candidatos:

— Se vocês forem fazer blocão, vou fazer bloquinho eu e a Marina, falando só nós.

O candidato do PSOL insistiu em questionar seus concorrentes sobre as políticas agrícolas e distribuição de terras, enquanto Marina e Dilma preferiram falar sobre propostas para a educação.

A petista e o tucano continuaram a comparação entre os governos de Lula e FHC e ambos reivindicaram a paternidade de programas, como o Luz para Todos

Crack

Questionada pela candidata do PT sobre o problema do crack no país, Marina citou o exemplo do Rio Grande do Sul, onde haveria cerca de 52 mil pessoas viciadas na droga.

A presidenciável afirmou que "teve a felicidade" de propor esta discussão quando esteve no Estado e que seu coordenador de segurança pública entregou ao então ministro Tarso Genro uma proposta de combate ao crack.

Marina também elogiou iniciativas como a justiça restaurativa, que ocorre no Estado e visa a restauração de jovens ao invés de colocá-los na cadeia.

Serra se emociona

José Serra foi o primeiro a encaminhar as considerações finais. Disse que estava muito feliz, pois o debate foi "bom" e "descontraído":

— Acho que [o debate] acrescentou para as pessoas que viram.

O candidato do PSDB disse que veio de uma família modesta e emocionou-se ao falar que conseguiu ser candidato à Presidência graças ao trabalho de seu pai.

Dilma Rousseff falou que sua experiência de trabalho no Governo Federal foi a mais "vigorosa e importante" de sua vida.

— Conviver com a generosidade e a inteligência política do presidente Lula me deu uma experiência única e foi a realização do sonho de muitas gerações — afirmou a candidata.

A presidenciável disse que o trabalho do atual governo "devolveu ao país a autoestima e a certeza" que o Brasil pode ser um país desenvolvido.

Marina falou sobre a educação de qualidade na geração de oportunidades e disse acreditar no fim do preconceito para eleger o novo presidente:

— Enganam-se aqueles que pensam que estas eleições serão ganhas pela velha lógica.

A candidata ainda recitou um poema que fez para um menino, chamado por ela de Dado, que conheceu em suas visitas pelo país.

Plínio encerrou o debate afirmando que "há um muro" entre as aspirações do povo e a realidade do país:

— A candidatura do PSOL é para expressar essa inconformidade. Todos eles irão defender a sua vontade e arrebentar esse muro que nos divide.

O candidato acrescentou ainda que foi "discriminado" no debate.

Veja como foi a transmissão ao vivo:


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Comentários

Rosivete adamchuk  - 

Denuncie este comentário06/08/2010 15:13

Eu assisti todo o debate, mas achei meu fraco, mas mesmo assim deu para entender que a Dilma não tem um programa de governo convincente, ela usou muito o nome do Presidente Lula, falando das coisas que ele fez e também tentou falar mal do ex presidente Fernando Henrique. Mas na verdade não disse nada com nada, não tem metas para apresentar no seu programa de governo, simplesmente esta bem nas pequisas por que, usa o nome do presidente Lula, mas na verdade ela não sabe nem se expressar direito, se engasgava na hora de responser qualquer pergunta, não passou segurança na hora de falar por si só. Penso que a Doan Dilma está voando nas asas do Lula Rosivete Adamchuk Francisco Beltrão - Pr.

William Volcov, AE / 

Os quatro principais presidenciáveis participaram do primeiro debate na TV aberta
Foto:  William Volcov, AE


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