| 16/06/2010 21h52min
Inconformado com a traição do presidente do PMDB de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, que desistiu da candidatura a governador e se aliou ao DEM e ao PSDB do presidenciável José Serra, o presidente nacional do partido e vice na chapa petista ao Palácio do Planalto, Michel Temer, deu o troco. Ou a regional catarinense desiste de se aliar à oposição, ou a direção nacional decreta intervenção no diretório estadual.
Em pleno voo a caminho da Europa ontem à noite, Temer desmontou a articulação de Pinho Moreira e do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, que haviam anunciado a aliança na véspera. Menos de 30 horas depois, a Comissão Executiva Nacional do PMDB reuniu-se ontem à noite em Brasília, a pedido de Temer, para desmontar o acerto catarinense.
Antes de embarcar, o vice da petista Dilma Rousseff avisara que não aceitaria ser "desmoralizado", depois de promover um encontro de Pinho Moreira com a candidata do PT à Presidência, na semana passada. Duas horas depois da vitória do Brasil sobre a Coreia do Norte, pela Copa do Mundo, na África do Sul, o PMDB reuniu 13 representantes da direção nacional para deliberar sobre o caso.
Suplente da Executiva, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) foi convocada para votar à última hora e chegou disposta a aprovar a intervenção. Explicou que foi Pinho Moreira quem teve a iniciativa de se lançar candidato ao governo e depois seguiu para Brasília para fazer um acordo.
— Do jeito que ele fez não é bonito e não dá para aceitar — afirmou Rose, dizendo que não é favorável a medidas de força extremada, sobretudo na política.
— Mas acordos partidários com a participação da cúpula e do presidente da República, referendando uma aliança sinalizada pelo comando do partido, têm de ser respeitados — completou.
Defesa
Vice-presidente do PMDB catarinense, o deputado João Matos compareceu à reunião e ainda tentou argumentar contra a intervenção, explicando que a própria regional fora surpreendida com a decisão unilateral de Pinho Moreira. A regional catarinense está rachada em três, já que uma parcela quer a candidatura própria, outra apoia Dilma e uma terceira ala prefere Serra.
Diante da ponderação de que a bancada estadual tem posição diversa da tomada por Pinho Moreira, a Executiva decidiu dar prazo até amanhã para o Diretório Estadual discutir a questão e se manifestar. A palavra final da Executiva Nacional será dada em nova reunião na próxima terça-feira. A expectativa é de que Pinho Moreira deixe o comando do PMDB catarinense.
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