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Geral  | 25/07/2013 23h

"Me chutaram como se eu fosse uma bola de futebol", diz fotógrafo agredido em protesto no Rio

Imagem de Yasuyoshi Chiba ferido repercutiu dentro e fora do Brasil

Taís Seibt  |  tais.seibt@zerohora.com.br

O fotógrafo japonês Yasuyoshi Chiba, 42 anos, da agência France-Presse, agredido por policiais na manifestação de segunda-feira no Rio, conversou por telefone com Zero Hora na tarde desta quinta-feira, antes de ir a Copacabana para cobrir mais um ato da visita do Papa ao Brasil. Na entrevista, ele conta como foi a abordagem policial.

Zero Hora — O que você estava fazendo quando foi abordado pela polícia?

Yasuyoshi Chiba — Eu vi um manifestante caído no chão, inconsciente. Não sei por que, mas o homem que estava no chão foi retirado pela polícia. Eu os segui e tentei chegar na frente deles para fazer as fotos, mas um outro grupo de policiais militares que estava esperando por eles fez uma espécie de sanduíche comigo, fiquei entre os dois grupos de policiais. Então, um dos policiais do grupo que estava na minha frente me empurrou fortemente.

ZH — Você tentou se identificar?

Chiba — Eu tinha credencial e minha câmera. Quando ele me puxou, eu levantei as mãos com minha câmera para mostrar que era fotógrafo e não queria partir para o confronto. Então, o mesmo policial me empurrou de novo, bem forte, e depois um outro policial, que estava atrás de mim, me acertou na cabeça com o cassetete. Quando eu tentei sair, outro policial me derrubou e começou a me chutar, como se eu fosse uma bola de futebol. Até então eu não tinha visto que estava sangrando. Quando percebi, mostrei minhas mãos com sangue e pedi para eles pararem. Eles pararam e me deixaram ali no chão.

>> Leia mais: Ação da Polícia Militar em protestos no Rio é questionada por manifestantes

ZH — Quem te socorreu?

Chiba — Dois voluntários médicos foram ao meu encontro, limparam o sangue na minha cabeça e me levaram para o hospital.

ZH — E agora você está bem?

Chiba — Estou bem. Minha ferida na cabeça tem quatro centímetros, levei três pontos.

ZH — Você já tinha passado por uma situação parecida no exercício de sua profissão?

Chiba — Não. Estou há dois anos no Brasil, eu já trabalhei no Quênia, na África, e nunca aconteceu nada parecido com isso. Não sei por que eles me bateram. Eles poderiam ter dito para não segui-los, mas começaram a me bater. Não era um ataque necessário. Não são todos os policiais que agem assim, é preciso dizer isso.

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