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Geral  | 25/07/2013 11h31min

"Nunca desanimem, não percam a confiança", pede o Papa em Manguinhos

Na visita à favela Varginha, na zona norte Carioca, papa abençoou novo altar de capela na comunidade

Atualizada às 17h06min

Após receber as chaves do Rio de Janeiro, o papa e a sua comitiva foram para a zona norte da cidade. As centenas de pessoas que aguardavam ansiosas pela visita do papa Francisco a Manguinhos receberam o Papa em torno das 11h desta quinta-feira.

Por volta das 11h35min, após ir à capela local e visitar uma das famílias da comunidade, o Pontífice participou de um evento em um campo na favela. Em carta lida por moradores, foi lembrado o esquecimento do local por parte do poder público e salientou que, devido à visita do Papa, ruas foram asfaltadas, lixeiras distribuídas e postes de luz arrumados.

No seu discurso, o papa Francisco começou afirmando aos presentes que queria conhecer todos os brasileiros, ir de casa em casa e brincou que tomaria um cafezinho, "não cachaça". Ele explicou que escolheu visitar a comunidade de Varginha porentender que representa o Brasil, e agradeceu o acolhimento.

O Pontífice afirmou que mesmo as pessoas mais simples podem dar ao mundo uma lição de solidariedade, e lamentou o esquecimento desse sentimento. Ele ainda apelou mais abastados, os políticos e autoridades para que não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e solidário, disse que é preciso haver a cultura da solidariedade:

— Ninguém pode permanecer insensível às desiguldades do mundo.

Francisco pediu, ainda que "não deixemos entrar em nosso coração a cultura do descartável":

— Ninguém é descartável. Só quando é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade.

O Para salientou também que uma sociedade é medida pelo modo como trata os mais necessitados, colocou a igreja à disposição "de toda alternativa que sirva para o desenvolvidento do homem", e disse que há fome de dignidade.  Entre os principais valores da sociedade ele ressaltou família, educação integral, saúde, segurança e disse que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.

Aos jovens, referindo-se claramente às manifestações que tomaram as ruas do país no mês passado, disse que possuem uma sensibilidade especial frente as injustiças, mas se desiludem com notícias sobre a corrupção:

— Nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Pratiquem o bem e não se acostumem com o mal.

Ao final, antes de abençoar o público e receber uma lembrança da comunidade, afirmou aos presentes:

— Vocês não estão sozinhos, a igreja está com vocês, o Papa está com vocês. Levo a cada um no meu coração. Faço minha as intenções que vocês carregam no seu íntimo — encerrou.

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Grades foram colocadas ao longo da Rua Leopoldo Bulhões, que dá acesso à comunidade de Varginha, onde o papa foi recebido. Na Capela São Jerônimo Emiliani, o Pontífice abençoou o novo altar e entregou ao pároco local um presente para a capela. Na saída da pequena igreja ganhou uma faixa do seu time do coração, San Lorenzo, e abençoou as crianças que chegaram no local em que lhe deram o presente.

Ao longo do trajeto, Francisco buscou contato com o público presente, atendendo a diversas pessoas. Depois, visitou a casa de uma das famílias da rua.


Foto: Reprodução

Esperança do encontro

A diarista Isa de Fátima aguardava com a filha e o marido próximo à grade, na esperança de ver o pontífice. A outra filha de Isa foi uma das crianças que se encontraram com o Papa na capela.

— O homem abaixo de Deus aqui na Terra é ele, né? É muita emoção, a gente vai reviver a imagem de São Pedro, que foi o primeiro papa, ver isso nele, essa simpatia, a simplicidade. Mesmo quem não é católico simpatizou com esse jeito simples dele.

Segurança

Todas as sete casas que poderão ser visitadas pelo papa Francisco na favela da Varginha já foram vistoriadas por fuzileiros navais e agentes da Polícia Federal (PF).

Com cães farejadores e equipamentos especiais, a varredura visa localizar explosivos e artefatos químicos e biológicos. A favela esteve ocupada por centenas de policiais militares e fuzileiros da Marinha.

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