Médicos de todo o Estado programam para a tarde de quarta-feira uma passeata em Porto Alegre com o intuito de pressionar o Congresso Nacional a aprovar duas Propostas de Emenda Constitucional (PEC) que propõem a criação de plano de carreira e piso nacional na área. A caminhada deve sair do Hospital Beneficência Portuguesa, a partir das 16h, e seguir ao Palácio Piratini.

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Ávila, comemora o "recuo" do governo federal a favor dos médicos brasileiros frente à ideia de importar profissionais do Exterior. Ele garante que há médicos suficientes no Brasil para suprir a demanda das cidades pequenas.

— Sem dúvida, o governo recuou e está acenando para os médicos brasileiros. Temos profissionais suficientes, mas mal distribuídos, concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Estamos reivindicando uma carreira parecida com a da Justiça. Somente isso fixaria o médico no Interior — ressaltou em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

Para d'Ávila, "trazer médicos do Exterior nunca foi problema, desde que avaliada sua competência". Ele recorda que um exame feito pelo Inep comprova sua eficiência frente ao Revalida, proposto pelo Planalto para aceitar estrangeiros.

— O exame do Inep feito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte teve 70% de aprovação. Quando aplicado a médicos do Exterior, teve índice de 90% de reprovação. A nossa população não merece médicos que não tenham comprovadas suas competências.

Além da carreira e da possibilidade de progredir profissionalmente, o Conselho reivindica condições de trabalho adequadas em postos de saúde com problemas estruturais, falta de remédios e de profissionais. Os médicos estrangeiros passariam por três semanas de especialização em universidades brasileiras para se adequarem ao método de trabalho.

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