O prefeito de Cruz Alta, Juliano da Silva (PMDB), o vice, Moacir Marchesan (PP), e o vereador Rafael Braga (PMDB) foram cassados pela Justiça, na tarde de sexta. No entendimento do juiz eleitoral Ricardo Tjader, em primeira instância, o trio teria cometido crimes eleitorais, como abuso de poder econômico e compra de votos no pleito de 2012. Apesar da decisão, prefeito e vice permanecem nos cargos.

Conforme Tjader, Juliano e seu vice só serão afastados após a confirmação da sentença por parte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), porque os dois poderão recorrer da decisão. Já o vereador terá de deixar imediatamente o Poder Legislativo. O magistrado justifica a determinação, pois considera que a função de parlamentar não altera de forma significante a condução política de Cruz Alta, ao contrário do impacto que teria a saída imediata do prefeito e vice.

Ainda conforme a decisão judicial, os três ficariam inelegíveis por oito anos. De acordo com a Justiça, as investigações eram feitas desde o ano passado por meio de denúncia feita pela coligação adversária, encabeçada pelo PT. No processo constam documentos que comprovariam a compras de voto. Além disso, haveria ainda acusações de pagamento de contas de água e energia elétrica, distribuição de dinheiro, realização de jantares, distribuição de cestas básicas e transporte irregular de eleitores.

Conforme o assessor de imprensa da prefeitura de Cruz Alta, Ismael Freitas, o prefeito e o vice afirmam que são inocentes e que as provas são infundadas e, por isso, vão recorrer da decisão. Ainda confirmaram que o quadro funcional da prefeitura não irá sofrer alterações. O Diário ligou três vezes para o vereador Rafael Braga (segundo mais votado do pleito de 2012), mas ninguém atendeu.

A cassação do prefeito, do vice e do vereador foi o assunto mais comentado em Cruz Alta. Juliano da Silva foi eleito prefeito com 15.553 votos, com 42,39% dos votos válidos.