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Variedades  | 22/04/2013 07h01min

Leminski pop, mas culto

"Tota Poesia",, antologia da obra do autor , virou fenômeno editorial, reafirmando o apelo de seus poemas junto à nova geração de leitores

A constatação feita meio ao acaso de que Toda Poesia, antologia que reúne todos os poemas do autor curitibano Paulo Leminski (1944-1989), está no topo da lista dos mais vendidos da Livraria Cultura, uma das principais cadeias do país, causou rebuliço nas redes sociais. A notícia de que a obra, lançada há pouco mais de dois meses, havia desbancado, por exemplo, o best seller internacional Cinquenta Tons de Cinza, primeiro volume da trilogia erótica da escritora britânica E. L. James, mexeu não apenas com os fãs do poeta.

Números divulgados pela Companhia das Letras mostram que, só no primeiro mês de vendas, a obra teve três reimpressões, somando um total de 15 mil exemplares vendidos, o suficiente para fazer de qualquer livro brasileiro, não importa o gênero, um best seller.

O poeta, compositor e professor de Literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marcelo Sandmann diz que Toda Poesia veio suprir a contento o que ele chama de "grande lacuna editorial", colocando a obra poética de Leminski, há muito esgotada, novamente em circulação, tornando-a mais acessível a antigos e novos leitores.
- É a primeira reunião de toda a poesia do escritor num único volume. E sai pela chancela de uma grande editora, com poder de fogo em termos de divulgação e distribuição. Aciona-se assim novamente o mito Leminski, numa época um tanto carente de heróis literários. E há boa poesia ali, vale lembrar - afirma Sandmann.

Invenção e clichê
Sandmann lembra que, depois da morte de Leminski, uma certa mística existente em torno da figura do escritor curitibano só fez crescer.
- Ele era um escritor de bagagem cultural consistente, tradutor de diferentes línguas, que havia transitado pela literatura de vanguarda, mas adentrado o território mais aberto da poesia de mais fácil comunicação (mas nem sempre), da canção popular, dos mass media. Era um pensador da cultura contemporânea, que se manifestava de maneira polêmica e contundente, causando sempre estardalhaço. E tinha um vínculo forte com a contracultura, com a marginália, o que temperava bem seu lado mais culto, criando a imagem de alguém que fazia a ponte entre dois mundos (o 'bandido que sabia latim', para lembrar aqui expressão sua, utilizada como título da biografia, de Toninho Vaz) - afirma Sandmann.

A Companhia das Letras lançou um booktrailer de "Toda Poesia", na qual o cantor Arnaldo Antunes lê uma das obras do escritor. Confira:

 
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