Apagão, catimba e, acima de tudo, muito equilíbrio marcaram o segundo encontro entre Móveis Kappesberg/Canoas e Sesi pelas quartas de final da Superliga. Cada ponto era seguido por minutos de reclamação de parte a parte. No fim, após uma maratona de mais de 3h, os paulistas repetiram o placar da primeira partida e a vaga para a semifinal será decidida no sábado, em São Paulo.

— O Sesi é um grande time, que sabe a maneira como a gente joga. Sabíamos que seria decidido no detalhe. Mas o confronto tá aberto. Agora é descansar para chegar à semifinal que a gente tanto sonha — afirmou o líbero gaúcho Jeffe.

Em menos de 10 minutos de jogo, o nível de tensão da partida pôde ser medido pela vibração dos jogadores. Tanto que Jeffe, do Canoas, e Cléber, do Sesi, foram chamados pelo árbitro Paulo Leal para conterem as reclamações. A equipe da casa virou na frente no primeiro tempo técnico e, ao abrir 12 a 7, o técnico Giovani pediu tempo para o Sesi. A inversão de 5 e 1 (troca de levantador e oposto) surtiu efeito e o time paulista fechou o set em 25 a 23, após o juiz marcar condução de Gustavo, contestada pela equipe gaúcha.

O nervosismo impregnado em todo mundo fez com que ambos os times começassem o segundo set com um ponto no placar, já que o árbitro principal mostrou cartão amarelo para Cléber, do Sesi, e o técnico Paulão, do Canoas. No 9º ponto, outro amarelo, desta vez para a comissão técnica paulista. O Canoas chegou a abrir três pontos de vantagem, mas, em 12 a 10, a energia elétrica do ginásio acabou e a partida permaneceu interrompida por cerca de 15 minutos.

O blecaute pareceu ter afetado apenas os paulistas, que concederam pontos até mesmo por erro de posicionamento na rotação. No maior rally do jogo, Minuzzi marcou com uma diagonal longa. Melhor para o Canoas, que não sentiu a parada e empatou a partida com 25 a 19 no segundo período.

Dois sets atípicos deram lugar ao equilíbrio. Com Sesi sempre à frente no placar, o Canoas precisou buscar a igualdade no bloqueio. Porém, o aproveitamento no saque fez com que o time paulista fechasse novamente em 25 a 23. No quarto set, mais uma vez a disputa foi ponto. O Sesi abriu a vantagem após outro cartão amarelo para o Canoas, desta vez para o central Salsa.

O técnico Paulão teve de mexer na equipe e colocou Enoch no lugar do capitão Minuzzi. Com duas bolas pela entrada de rede ele virou o placar. Após sucessivos erros dos paulistas, o time gaúcho empatou mais uma vez a partida encerrando o período em 25 a 18 com um ace de Gustavo.

No set decisivo, mais emoção. O Sesi abriu 4 a 1 e passou a marcar os principais ataques do Canoas. Os gaúchos não conseguiram sair do domínio paulista e mais uma vez pela diferença mínima fecha o set por 15 a 13 e o jogo por 3 sets a 2.

— O time de Canoas está jogando um voleibol de alto nível. Eles não erram. Estamos esperando outro 3 a 2 lá de novo — definiu o líbero Sérgio Escadinha.

— A razão vai decidir. Acho que o Canoas está mais entrosado e equilibrado, e muito bem fisicamente. Está mais inteiro para jogar lá. Mas os dois times mostraram que pode dar qualquer resultado — analisou o ex-treinador Jorginho Schmidt, que acompanhou a partida.