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Geral  | 22/11/2012 11h41min

Tarso Genro diz que outros documentos ajudarão a revelar episódio sobre Rubens Paiva

Novas informações sobre o desaparecimento de deputado durante a ditadura devem surgir com análise de material que está com Polícia Civil gaúcha

Carlos Wagner  |  carlos.wagner@zerohora.com.br

Há mais informações sobre o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, no Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), sob a guarda da Polícia Civil gaúcha, além do teor do documento divulgado com exclusividade por Zero Hora na edição desta quinta-feira. A afirmação foi feita pelo governador Tarso Genro, em entrevista a Zero Hora nesta manhã:

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— O documento divulgado é importante. Mas há outros que irão ajudar a esclarecer este episódio.

O desaparecimento do ex-deputado é um mistério que dura 41 anos. Engenheiro Civil e empresário paulista, Paiva havia sido cassado pela Ditadura Militar (1964-1985). O conteúdo desses novos documentos, somado às informações divulgadas hoje por ZH, deve ajudar a lançar luzes sobre o episódio.

Todos os documentos deverão ser entregues às comissões nacional e estadual da Verdade na próxima semana, explicou o governador. Conhecedor e testemunha da história das lutas políticas contra a Ditadura Militar, Tarso disse que esclarecer o episódio é fundamental para a consolidação da democracia.

— Perverteremos o presente da democracia se não pudermos lançar luzes sobre o que aconteceu no passado. A história das pessoas que lutaram contra os militares é conhecida. Mas há uma sombra sobre o que aconteceu no aparato repressivo — completou o governador.

Tarso conversou com ZH, entre uma reunião e outra, por telefone nesta manhã. Ele observou que os documentos chegaram às mãos da polícia durante um procedimento normal de investigação de um crime.

No início do mês, o coronel da reserva do Exército Julio Miguel Molina Dias, 78 anos, gaúcho de São Borja, foi executado em Porto Alegre. Durante o regime militar, o coronel havia sido chefe do DOI-Codi no Rio. Quando foi para a reserva, levou com ele documentos do arquivo.

Durante a investigação policial, coordenada pelo delegado Luís Fernando Martins de Oliveira, foi arrecadado um maço de páginas amareladas. Entre os documentos estavam aqueles ligados ao desaparecimento de Paiva, confirmando a presença do político nas dependências do DOI-Codi, situação que jamais havia sido confirmada com provas materiais, mas apenas por relatos de testemunhas.

Para o governador, a documentação encontrada deverá ajudar a montar o quadro do que aconteceu na época dos anos mais duros da ditadura militar.

 

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