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Geral  | 21/08/2012 21h49min

Congresso debate como será o jornal do futuro

Encontro promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) discutiu a convivência entre mídias digitais e tradicionais

A transição dos jornais impressos para um modelo multiplataformas — com a convivência entre os meios tradicionais e digitais — e a importância das marcas nortearam os debates do segundo dia do 9º Congresso Brasileiro de Jornais, encerrado nesta terça-feira em São Paulo. O evento é promovido a cada dois anos pela Associação Nacional de Jornais (ANJ).

A última etapa do congresso teve como palestrante Mathias Döpfner, diretor-presidente do Axel Springer, um dos maiores grupos de mídia da Europa. O painel foi mediado por Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração e do Comitê Editorial do Grupo RBS, que ressaltou o fato de o grupo conduzido por Döpfner ser um dos que melhor se adaptaram "no planeta" à era digital.

Döpfner mostrou como o grupo alemão — que tem em seu guarda-chuva títulos como Die Welt e Bild — vem conduzindo a adaptação dos veículos impressos ao formato digital. O Axel Springer tem, hoje, mais receitas vindas de assinatura e publicidade digitais do que das mídias tradicionais, com um crescimento de 10% em 2011. Para estabelecer a convivência de meios impressos e digitais e tornar rentáveis estes últimos, a Axel Springer focou em conteúdo, marketing e classificados.

— O centro de tudo continua sendo a produção de conteúdo e a marca — observou Döpfner.

Construindo uma metáfora com a ajuda de um guardanapo de pano, que manuseou e guardou em um dos bolsos, o executivo resumiu como deve ser o jornal do futuro: flexível, fácil de manusear e guardar, nem tão rígido ou pesado como um tablet e disponível a milhões de leitores, mostrando que o meio é o menos relevante e que o conteúdo seguirá como o grande diferencial.

Sobre o conteúdo, ele ainda observou que a informação na internet não precisa ser menos profunda do que é no papel e pode ser construída em várias versões — da rápida e curta à superprofunda. Um outro ponto relevante é contar com a participação dos leitores, que podem enriquecer os conteúdos.

Para as empresas, disse Döpfner, os conteúdos digitais podem ser um bom negócio, já que eles agregam a vantagem da velocidade da distribuição. O grupo Axel cobra boa parte do que produz para computadores fixos e 100% do que é editado para internet móvel. No futuro, a empresa pretende cobrar por todo o seu conteúdo.

— Temos de ter orgulho e não vergonha de cobrar pelo nosso conteúdo, porque é o que fazemos — disse.

Executivos e proprietários de jornais ouviram dele que o investimento do futuro deve ser a publicação de conteúdos em plataformas móveis — bem editados, com o cuidado dedicado às edições impressas. Também sugeriu que os temas regionais, que ele considera essenciais, devem merecer a atenção dos editores. Döpfner elogiou a capacidade que os brasileiros têm de encarar os desafios com um "sorriso nos lábios" e sugeriu que a adaptação pela indústria de jornais seja encarada desta forma.

A palestra foi seguida de debate sobre o futuro dos jornais, com Silvio Genesini, ex-presidente executivo do Grupo Estado, Walter de Mattos Jr., presidente e editor do Grupo Lance!, Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, e Marcelo Rech, diretor-geral de Jornais RS do Grupo RBS.

 
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