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Política  | 09/07/2012 17h03min

Demóstenes Torres diz que cassação seria injustiça

Em mais um discurso no plenário, senador disse ser vítima de "ditadura da perseguição"

Em mais um discurso para tentar salvar seu mandato, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou a se dizer vítima de uma "ditadura da perseguição". Ele ocupou nesta segunda-feira a tribuna do Senado para defender que os colegas que votaram a favor do pedido de cassação de seu mandato, o fizeram, não por descrença em sua idoneidade, mas por pressão da mídia.

— Fizeram porque foram colocados sobre seu peito uma enxurrada de matérias. Não quiseram ser as vítimas da vez. A mídia considera impuro o que de mim se aproxima — disse o senador.

Na semana passada, Demóstenes ocupou a tribuna do Senado por cinco vezes e prometeu falar em todas as sessões que antecedem seu julgamento, marcado para quarta-feira no plenário do Senado. Para aprovar o pedido de cassação são necessários 41 votos, dos 81 senadores. A votação em plenário será feita de forma secreta.

— Vivemos a ditadura da perseguição, que se aproveitou de um relatório vazado criminosamente — considerou o senador, referindo-se à divulgação dos diálogos realizados pela Polícia Federal no âmbito das operações Vegas e Monte Carlo, que o flagraram em diálogos com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado como líder de uma organização criminosa que teria cooptado políticos e empresários.

Demóstenes é acusado de ter colocado seu mandato a serviço de Cachoeira. O pedido de cassação do seu mandato foi aprovado de forma unânime pelo Conselho de Ética e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Adotando um tom dramático, Demóstenes disse que sua luta para não perder o mandato atende ao propósito de salvar sua honra.

— A desonra é pior que a morte. Por isso que eu preferi lutar para salvar o meu mandato — disse o senador.

Demóstenes tentou convencer os senadores que sua cassação, caso seja aprovada, será injusta porque será motivada pelo sensacionalismo:

— Reafirmo a minha inocência e asseguro que estou sendo sacrificado por uma grande injustiça. Insisto que não há provas contra mim e estas [provas] carnavalizadas pela imprensa são ilegais e foram montadas. É preciso relembrar que estamos na antevéspera do momento em que o Senado não pode se curvar ao sensacionalismo. Depois de amanhã, esta Casa vai votar um projeto de resolução que determina a perda do meu mandato. Se ele for aprovado, será a maior injustiça da história do Parlamento brasileiro.

AGÊNCIA BRASIL
 
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