Esportes | 14/10/2011 07h10min
— Joga de zagueiro também?
— Jogo, professor.
— Então, vai lá!
O diálogo bem que poderia ser com Celso Roth em um treino no Olímpico, mas aconteceu há 15 anos, a 1,7 mil quilômetros de distância de Porto Alegre e com Ricardo Drubscky, então técnico dos juniores do América-MG. Gilberto Silva ainda era apenas Beto e, aos 19 anos, tentava a última chance no futebol da capital mineira. Aceitou deixar a posição preferencial por uma oportunidade na zaga.
Agora, depois de se tornar o volante do penta de 2002, vê o tempo voltar e começa a cavar espaço como zagueiro no Grêmio. Está bem cotado para ser o companheiro de Rafael Marques diante do Santos, no próximo domingo, na Vila Belmiro._15 jogos no Brasileirão
Passes: 91,9% de acerto
1 gol marcado (de cabeça)
Faltas cometidas (média): 2,1
Desarmes (média): 14,8
Para Drubscky, o recuo do jogador em campo é, na verdade, um avanço. Hoje no Tupi, o técnico entende que Gilberto Silva sempre teve características importantes para um zagueiro: tempo de bola (no chão e pelo alto), boa estatura (1m85cm) e facilidade em roubar a bola do adversário.
Com 35 anos, o volante poderia potencializar essas qualidades num menor espaço no campo, avalia Drubscky, que lembra Edmilson, colega de Gilberto na Seleção. Outro bom exemplo de quem costuma se dividir entre as duas funções.
— O Roth não é bobo e está fazendo essa leitura. Vejo como um caminho natural. O zagueiro joga muito tempo sem precisar correr. Se o Gilberto quiser fazer essa função, vai se dar muito bem — completa.
Zaga no DNA
O pai de Gilberto Silva, seu Nízio, era destaque como zagueiro na várzea de Lagoa da Prata, no interior de Minas Gerais. Na chegada ao Grêmio em junho, o volante homenageou o pai e escolheu a camisa 3 tricolor para atuar nesta temporada.
Além das qualidades de Gilberto, a necessidade se impõe para Roth. Edcarlos está suspenso para a partida contra o Santos no domingo. Saimon e Vilson apenas correram na tarde desta quinta. Rodolfo, opção mais viável sem recorrer a improvisos, não joga há mais de 140 dias após fratura na fíbula.
Gilberto Silva já atuou como titular na zaga diante do Coritiba. Na derrota para o Figueirense, no feriado da quarta, entrou no segundo tempo no lugar de Rafael Marques, mesmo com Rodolfo no banco. Em ambos os jogos, saiu elogiado, apesar das derrotas. A única "mancha" foi um drible do veloz Wellington Nem, que resultou no terceiro gol catarinense.
— É um jogador que erra muito pouco. Sempre foi assim. Nos testes no América-MG, não havia jeito de reprová-lo, mesmo com idade avançada. Ele joga simples, direto, não costuma falhar — referenda Drubscky.
A zaga deve ser definitivamente o caminho de Gilberto, mesmo que essa não seja sua preferência. Após o título mundial sub-20, Fernando voltou e ganhou a posição no meio-campo, ao lado de Rochemback.
No Arsenal, vivera situação semelhante. Estava na reserva na temporada 2007-2008 e ganhou chances na defesa com o técnico Arséne Wenger, que se via sem opções de origem para a função. Chegou a enfileirar sete a oito jogos como zagueiro titular. O que pode acontecer novamente neste Brasileirão.
As histórias costumam se repetir para Gilberto Silva. Bom para ele e, quem sabe, para o Grêmio.
Próximos jogos:
16/10 - 16h - Santos x Grêmio
22/10 - 18h - América-MG x Grêmio
30/10 - 16h - Grêmio x Flamengo
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