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Esportes  | 13/04/2010 08h15min

Fábio Koff pensa em assumir Brasileirão

Presidente do Clube dos 13 terá de reatar com a CBF e apoiadores

Carlos Guilherme Ferreira  |  carlos.ferreira@zerohora.com.br

O gol de ouro da eleição do Clube dos 13 coube ao Guarani, de Campinas. O placar marcava 10 a 7 quando o presidente Leonel Martins de Oliveira levantou da cadeira na sede no elegante bairro Jardins, ontem, em São Paulo, e anunciou o nome do próprio time e o 11º voto para Fábio Koff. Mas não houve comemorações efusivas na sala, porque vencedores e perdedores já tinham ideia prévia do resultado.

Era a confirmação da vitória sobre o oposicionista Kléber Leite, cujo apoio ostensivo da CBF mostrou-se insuficiente. A prova veio no 12 a 8 final em favor de novo mandato na presidência para Koff, no cargo desde 1996.

— O outro lado estava muito forte, apoiado pelo capo — desabafou, em referência ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que trabalhou nos bastidores por Kléber Leite.

Aliviado, Koff fala agora em criar uma liga de clubes e em melhorar o contrato de direitos de televisionamento, hoje em R$ 1,6 bilhão. Quer buscar dinheiro em mercados como o de Cingapura, no sudeste asiático, onde já acontece uma espécie de “degustação” dos jogos do Brasileirão. Depois desta cortesia, pretende multiplicar por 20 o valor arrecadado no Exterior — que ele disse ontem não lembrar de cabeça.

Fato é que a névoa dos bastidores da semana de articulações só baixou perto do meio-dia de ontem, quando os eleitores chegaram ao Clube dos 13. Cerca de 50 jornalistas presenciaram o semblante abatido de apoiadores de Leite, como os dos presidentes do Corinthians, Andrés Sanchez, e do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. Leite manteve a confiança na entrada, mas lamentou na saída.

— Se tivesse mais uma semana de eleição, viraria o jogo — afirmou, em referência à antecipação do pleito originalmente previsto para novembro, executada por Koff.

Não conseguiu, e isso o ex-presidente do Grêmio tinha certeza desde a noite de domingo. Entre massas e filés, jantou com 11 de seus 12 eleitores no hotel Meliá Trip Iguatemi. Só faltou a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, que pegou a ponte aérea na manhã de ontem. Mas o voto dela era tão real quanto a certeza do apoio da CBF a Leite, o que Koff só passou a ver com clareza na semana passada.

Especialmente depois da oferta de empréstimo de R$ 8 milhões da CBF ao Botafogo. Que mudou de lado e votou na oposição, assim como Coritiba e Goiás. E dos telefonemas de presidentes de federações a eleitores, exigindo voto em Leite.

Um dos desafios de Koff será unir uma entidade “rachada”, conforme avaliou o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, eleitor de Leite. O corintiano Andrés Sanchez preferiu tom mais ameno ao pedir que Koff cumpra promessas como admitir novos sócios e criar uma liga, assim como aumentar a influência junto à Conmebol.

O presidente reeleito, porém, terá de enfrentar o rompimento com a CBF. Koff usou termos como “vassalos e amigos do rei” para se referir aos adversários, e disse não acreditar que vá receber telefonema do presidente Ricardo Teixeira.

O QUE ELE PROPÕE

Dobrar o tamanho do C13
A ideia é passar dos atuais 20 para 40 integrantes, incluindo a Série B. Trata-se de uma maneira de fortalecer a criação de uma liga de clubes.

Criar uma liga de clubes
Era uma proposta defendida, também, por Kléber Leite (ainda que com apoio da CBF). Mas Koff pretende que a CBF fique apenas com a Seleção Brasileira e suas competições. Brasileirão e Copa do Brasil seriam geridas pela liga, nos mesmos moldes do que acontece na Espanha, Itália e Inglaterra.

Mais dinheiro com a TV
O contrato atual, de R$ 1,6 bilhão, vai até 2012, e Koff fala em aumento de 60% na renovação. Parte deste valor viria da negociação do campeonato com o mercado asiático.

Aumentar participação da Série B nas cotas
A disputa eleitoral começou devido a impasse quanto às verbas da Série B: sócios do Clube dos 13, Portuguesa, Bahia e Sport receberiam R$ 50 mil por partida.

Mudança de estatuto no C13
A intenção é derrubar a exigência de que só ex-presidentes de clubes possam ser candidatos.

A chapa vencedora
Presidente - Fábio Koff
1º vice - Juvenal Juvêncio (São Paulo)
2º vice - Patrícia Amorim (Flamengo)
3º vice - Vitorio Piffero (Inter)
4º vice - Marcos Mallucelli (Atlético-PR)
Presidente do Grêmio, Duda Kroeff faz parte do Conselho de Ética

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