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Geral  | 28/06/2009 20h10min

Para Osmar Terra, RS será o principal foco de gripe A no país

Fenômeno ocorre em virtude das largas fronteiras gaúchas com Argentina e Uruguai

O secretário Estadual da Saúde, Osmar Terra, disse hoje que o Rio Grande do Sul concentrará, em poucos dias, a maior quantidade proporcional de infectados, após a morte do caminhoneiro Vanderlei Vial, 29 anos, vítima da gripe A (H1N1). O fenômeno se confirmará, segundo Terra, em virtude das largas fronteiras gaúchas com Argentina e Uruguai, onde o quadro é de epidemia.

Terra disse que já sugeriu ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que o Brasil deixe de fazer a contenção, passando a tratar a gripe A como epidemia. Cumprindo roteiros de trabalho, Vanderlei Vial fez viagem à Argentina, onde permaneceu entre os dias 28 de maio e 15 de junho. Ele contraiu o H1N1 e no último dia em solo estrangeiro já apresentava sintomas, como dor no corpo, febre e tosse.

Em 19 de junho, ele retornou a Erechim, cidade em que residia, e somente no dia seguinte resolveu buscar atendimento no Hospital Santa Terezinha. Os exames apontaram a incidência do vírus e, logo em seguida, o paciente teve agravo no sistema respiratório. Ele não fora medicado com o antiviral que ameniza os sintomas da doença, pois o efeito é observado somente até o segundo dia de evolução.

Vial já estava no quinto dia de convalescença, tornando inútil a tentativa de recorrer ao remédio. Três dias depois do diagnóstico, foi transferido para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital São Vicente de Paula, em Passo Fundo, com quadro avançado de pneumonia viral.

A situação evoluiu para insuficiência respiratória e coma. Na manhã de hoje, após a tentativa de reanimar a vítima, foi confirmado o óbito. Terra disse que o enfermo apresentou reação rara, mostrando-se mais sensível, mas também afirmou que o diagnóstico tardio contribuiu para o falecimento.

— Ele apresentou um agravo maior do que os outros casos, é algo raro. Mas a demora em buscar o atendimento teve a sua influência — destacou.

Antes de ser internado, ainda em Erechim, o caminhoneiro transmitiu a doença para cinco familiares, inclusive à esposa. Entretanto, todos são monitorados e passam bem. As autoridades investigam a rota de retorno utilizada pelo caminhoneiro. Sabe-se que ele não entrou no país pelo Rio Grande do Sul.

As hipóteses mais fortes são de ingresso pelas fronteiras do Paraná ou Santa Catarina. Terra ressaltou a baixa letalidade da doença, comparou à gripe comum e reafirmou que não há motivos para suspender aulas, eventos ou decretar calamidade.

— O vírus não circula por aqui. Todos os casos são importados ou tem correlação com pessoas infectadas no exterior — assegurou.

No entanto, ele admitiu que o Rio Grande do Sul deve tornar-se, em alguns dias, o maior foco da Gripe A no país devido a sua extensa fronteira com Argentina e Uruguai, onde o estado é de epidemia. Para enfrentar a situação, Terra informou que todos os hospitais e postos de saúde do Estado farão, a partir de agora, o atendimento e diagnóstico do H1N1.

A Secretaria da Saúde já oferece verba para que profissionais façam hora-extra e, além disso, a pasta dará treinamento e suporte para a realização do exame responsável por identificar a virose. O secretário reiterou várias vezes que somente ao manter contato com viajantes é possível contrair o H1N1.

— Todos os demais estão com a gripe comum, típica do inverno — esclareceu.

Terra detalhou ainda os casos do americano Michael Glenn Brannan, 58 anos, falecido na sexta-feira em Montenegro, e da menina de 14 anos que está internada em estado grave no município de Santa Maria. Os exames preliminares apontaram que a morte de Brannan foi causada por complicações bacterianas. No entanto, a hipótese da Gripe A só será descartada totalmente quando a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) revelar o resultado dos derradeiros exames.

A adolescente, que contraiu o vírus na Argentina, segue em estado grave, mas o seu quadro de saúde teve paulatina melhora nos últimos dias. O boletim mais recente da Secretaria Estadual da Saúde aponta que o Rio Grande do Sul tem 76 casos confirmados e 97 suspeitos, enquanto outros 36 foram descartados.

Saiba mais sobre a gripe A (H1N1) em especial

Saiba mais sobre a pandemia da gripe A:

Agência Estado
 
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