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Carnaval 2009  | 21/02/2009 01h59min

Desfile de Carnaval deve reunir 25 mil em Joaçaba

Três escolas levarão mais de 5 mil sambistas à Avenida XV de Novembro

Francine Cadore  |  francine.cadore@diario.com.br

O desfile de Carnaval de Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense, terá mais de 5 mil sambistas em três escolas. A festa começa às 21h de sábado na Avenida XV de Novembro.

O espetáculo será acompanhado por cerca de 25 mil foliões, acomodados em camarotes, arquibancadas, sacadas e salas dispostas ao longo da avenida, segundo estimativas da Liga Independente das Escolas de Samba de Joaçaba e Herval D'Oeste (Liesjho).

Os preparativos para os desfiles começaram logo após a premiação do ano passado. Depois de ter conquistado o primeiro lugar, a Vale Samba, que comemora 30 anos, iniciou a busca pelo bicampeonato. A Unidos do Herval converteu a motivação do segundo lugar em profissionalização. E a Aliança focou a preparação na conquista do sétimo título.

A primeira escola a passar na Avenida será a Unidos do Herval. Para levantar a taça (desde 1980, a escola não ganha sozinha. Em 2002, Vale Samba e Unidos do Herval dividiram o título), a agremiação apostou em um carnavalesco consagrado e em um enredo histórico.

Alexandre Louzada, bicampeão do Carnaval carioca pela Beija-Flor, desenvolveu o tema "O Papel do Papel". Para ajudá-lo, Zezzo Henzze assumiu a co-autoria da produção.

Papel e referências à África na passarela do samba

A narrativa expõe o desenvolvimento do papel e as importâncias histórica e econômica do material. A viagem se inicia na pré-história, estende-se pelos pergaminhos egípcios e faz surgir o papel na China. Passa pelo fortalecimento da imprensa e literatura, mostra o papel-moeda e faz um alerta sobre os impactos da exploração ambiental.

Há muita expectativa quanto ao abre-alas da Unidos. Especula-se que seja o mais inovador dos carros que já passaram pela XV de Novembro. Depois da Unidos do Herval, a África pinta a passarela do samba. O tema é pano de fundo do enredo das duas escolas de samba de Joaçaba.

A Aliança é a segunda escola a desfilar e canta as riquezas do povo africano e as influências na cultura brasileira. Os carnavalescos Carlos Fett e Leonor (Lola) Heberle ficaram conhecidos pela perfeição das fantasias e luxo dos carros alegóricos. Neste ano, com o enredo Minha Cultura, Sua Herança, Sou Negro, Sou Aliança, não será diferente.

Escola relembra a própria história

A escola atravessa o Atlântico para mostrar o continente africano, rico em recursos, belezas naturais e potencialidade artística. Passa pelos quilombolas, faz uma alusão às colonizações forçadas e enaltece a extensão dos hábitos nos costumes brasileiros. A arte barroca, o frevo, o maracatu e o Carnaval serão lembrados como itens da herança africana. Celebridades como Humberto Martins e Mulher Samambaia juntam-se ao brilho da Aliança.

A Vale Samba finaliza a apresentação das escolas. No ano em que completa três décadas, a agremiação canta a própria história. Ao resgatar suas origens, desenvolveu o enredo África, Velha Matriz: a Vale é Samba... é Raça... é Raiz!.

O tema mostra a religiosidade africana, com griôs, Olorum e Obatalá, a implantação da cultura no Brasil e a herança no gosto dos brasileiros pela arte, música e dança, através de manifestações como o samba e o Carnaval. A escola resgata a origem do ritmo e traduz porque este foi tão bem aceito no Meio-Oeste catarinense. Os tempos difíceis da escravidão também são lembrados pela Vale Samba.

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