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Conteúdo: unimedespacovida  | 05/01/2010 19h50min

Direção opressiva - Multar não é tudo

Um trânsito mais saudável vai além do que se aprende na auto-escola ou do que tenta garantir a legislação

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié! é uma canção do Pato Fu que começa assim: “As pessoas têm que acreditar / Em forças invisíveis pra fazer o bem / Tudo que se vê não é suficiente / E a gente sempre invoca o nome de alguém”.

Para fazer o bem no trânsito, você precisa acreditar no quê? A possibilidade mais provável é esta: que um pardal, um agente de fiscalização ou um radar móvel vai multá-lo se flagrá-lo descumprindo a lei.

Coordenador da Assessoria de Educação para o Trânsito (Asset) da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, José Nilson Padilha Bueno cita um exemplo simples: você usa o cinto de segurança porque teme ser multado ou porque acredita que ele é um item imprescindível de segurança?

Para Bueno, se o objetivo é um trânsito mais saudável, três eixos precisam estar em harmonia: a engenharia (boa sinalização, vias seguras), a educação dos motoristas (formação de valores) e a fiscalização da lei. “Em Toronto, no Canadá, o motorista infrator acompanha seu carro ser prensado. Na Alemanha, se o dono do bar não informar a fiscalização que um cliente bebeu demais e pegou o carro, também é punido. A fiscalização precisa ser rígida. Mas aí vem a questão: multar educa?”, questiona Bueno.

De fato, nem tudo de que o trânsito precisa para ter um “clima” melhor está na lei. E aí fala mais alto a educação (ou os valores) de quem está atrás do volante. A educação, o nível de estresse, a noção de cidadania e mais uma porção de variáveis que podem (ou não) determinar como você se comporta quando está dirigindo um veículo, seja um automóvel, uma moto, uma bicicleta, uma carroça, um cavalo, um carrinho de mão.

“Nosso desafio é fazer com que as pessoas vejam o trânsito como um problema social. As pessoas investem fortunas em segurança. Mas acham que o trânsito é um problema do outro e não seu. No entanto, morre mais gente no trânsito do que por casos de violência”, diz Bueno.

Tomar a melhor atitude no trânsito que, segundo os especialistas, é a defensiva – não se garante apenas na auto-escola ou conhecendo a legislação. Ambas as fontes são básicas, mas na vida real, longe dos agentes de fiscalização ou dos pardais, vai valer aquilo que você acredita que deve e pode fazer.

Especialista em Medicina do Trânsito, o doutor Ilson Schirmbeck aponta a falta de disciplina do brasileiro: “Temos conhecimento e informação, mas na hora de aplicar não temos disciplina”. Bueno, acostumado a campanhas educativas no trânsito, vai além: “Não estamos falando de motoristas educados, mas de pessoas educadas. Se você não é educado na vida, não será no trânsito”. O “problema” de fazer o bem, ou dirigir na defensiva, é que, em geral, as pessoas consideram que ser gentil as torna bobas, “fracotes” ou “diminuídas” diante dos outros, ou diante daquela camionete ou daquele superesportivo que está pedindo passagem, que cortou a sua frente ou que se adiantou para pegar a mesma vaga de estacionamento na qual você estava de olho.

“O carro virou o rabo de pavão do homem. É usado para se mostrar, para competir com o outro”, explica Bueno. Para ele e para o doutor Schirmbeck, não é à toa que a maior parte das mortes no trânsito envolve jovens, que se sentem onipotentes e querem se exibir. “O jovem acha que pode tudo”, lamenta o médico, com mais de 50 anos de experiência no atendimento de acidentes. Mas, voltando ao início desse texto, por que você agiria pelo bem comum no trânsito?

A resposta tem relação com o que você sente ao se comportar de um jeito ou de outro. E de como os outros vêem você ao fazer uma coisa ou outra. A aprovação ou desaprovação social tem peso. Precisamos de uma recompensa moral, ética para propagar o bem. Numa sociedade em que esses valores, a rigor, se desvalorizaram, essa recompensa tem de ser íntima. Sua consciência, seu guia. Senão, chegamos a um beco sem saída.

A mesma música do Pato Fu citada diz o seguinte, em outro trecho: “Quem tem a paz como meta / quem quer um pouco de paz / Que tire o reboque que espeta / O carro de quem vem atrás”.


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