Internet | 16/06/2009 08h28min
As eleições no Irã levaram os administradores do site de microblogging Twitter a reagendar a manutenção programada para esta segunda-feira na rede do site. Segundo Biz Stone, um dos cofundadores do serviço, o Twitter tem desempenhado um importante papel como instrumento de comunicação no Irã.
Um post noblog do Twitter dá a notícia. A manutenção foi transferida da noite de segunda para as 2h30min, horário do pacífico, quando será 1h30min no Irã, e 6h30min no horário do Brasil.
Anteriormente, a manutenção estava agendada para as 21h45min desta segunda (nos EUA, 1h45min de terça no Brasil). Neste segunda, porém, após o anúncio do resultado das eleições no Irã, com vitória de Mahmoud Amadinejad, manifestantes foram às ruas protestar. Houve rumores de fraude eleitoral, e os canais de mídia independente, principalmente na internet, foram censurados.
Para manterem-se conectados, usuários publicaram pedidos de proxy via Twitter. O proxy atua como servidor para entrega de dados, e pode manter o anonimato dos usuários e burlar sistemas de vigilância.
Segundo o Wall Street Journal, usuários começaram a trocar endereços pela ferramenta, numa tentativa de manter os iranianos com acesso à rede. Para driblar um possível controle no Twitter, usuários publicaram outras formas de contato mais reservadas.
Dado o uso da ferramenta, os usuários do Twitter postaram solicitações de adiamento da manutenção, para que a comunicação com o Irã fosse mantida. Às 16h17min (nos EUA), Stone anunciou que o pedido fora atendido.
Protestos nas ruas e na internet
Além de mobilizar usuários no Twitter, a situação no Irã movimentou crackers. Sites do governo de Terã são um dos possíveis alvos de ativistas pró-democracia na web. O ataque foi anunciado, também, pelo Twitter.
“NOTA aos HACKERS – ataquem www.farhang.gov.ir - por favor, tentem invadir todos os sites do governo do Irã. Muito difícil para nós”, dizia um post, segundo o site da revista Wired. Outro post no Twitter publicou um link para iniciar um ataque DDOS nos sites do governo iraniano.
Um ataque DDOS vem da frase inglesa distributed denial-of-service attack (ataque distribuído de negação de serviço, numa tradução livre). Consiste em “derrubar” um site para que não possa ser acessado. Segundo a Wikipedia, um dos métodos comuns de se fazer isso é por sobrecarregar um site com acessos, causando lentidão ou até levando a uma re-inicialização dos servidores.
Não há confirmação de uma relação direta, mas sites oficiais como leader.ir, ahmadinejad.ir e iribnews.ir chegaram a ficar inacessíveis na noite desta segunda.
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