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Internet  | 18/03/2009 11h15min

Cresce o número de perfis falsos no Twitter

Vanessa Nunes  |  vanessa.nunes@zerohora.com.br

É a primeira vez que Paulo Brito, apresentador e narrador esportivo da RBS TV, toma contato com o microblog Twitter. Arregala os olhos diante do monitor ao ver que há uma página sua lá, com direito a sua foto e seus bordões ditos na TV.

– Bá – espanta-se, ao saber que o perfil falso é acompanhado por mais de 200 pessoas.

Mas leva na esportiva:

– Pelo jeito, a pessoa gosta de mim, não fala mal. Diz as coisas que falo na TV. Enquanto não estiver me prejudicando, enquanto não trate mal as pessoas, não me comprometa, vamos levando assim.

A criação de perfis falsos, os fakes, não é nenhuma novidade na internet. O Orkut que o diga. Brito também já foi agraciado com fakes no site de relacionamento do Google:

– Não entro no Orkut, tenho pouco tempo para isso, mas a minha filha entra seguido e me conta que tem perfis falsos meus.

Só que o Twitter é a bola de vez. Nos lares brasileiros, os acessos chegaram a 344 mil pessoas em fevereiro, atingindo 1,4% dos internautas residenciais, ante 0,9% em janeiro.

– Ainda não saiu do nicho, mas o uso do Twitter tem crescido muito rapidamente no mundo inteiro – afirma o analista do Ibope/NetRatings José Calazans.

No país, nenhum fake faz tanto sucesso quanto o do ator Victor Fasano, com cerca de 6 mil seguidores. Foi até homenageado dando nome a um concurso para escolher os melhores perfis falsos, o Troféu Vitor Fasano de Twitter, promovido pelo site www.mcorporation.com.br. Quem levou foi Renato Gaúcho, escolhido pelo júri, e o fake de Deus no voto popular.

– O legal dos fakes é que não são feitos para enganar ninguém, mas para fazer piada. Ao pensar em um concurso para eleger o melhor, nos demos conta de que o Vitor Fasano venceria fácil, por ter mais fãs e por ser realmente algo fora de série, ter um estilo próprio – conta Ulisses Mattos, um dos idealizadores da disputa.

Mas será que essa profusão de perfis falsos levará a uma crise de identidade ao serviço? Não, pondera Henrique Antoun, pesquisador de cibercultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

– Tomar isso ao pé da letra é uma bobagem. É uma brincadeira. A figura pública tem essa faceta de que você quer brincar com ela.

Para o psiquiatra forense Rogério Cardoso, não há nada de patológico na criação de um personagem falso online, a não ser que o autor passe grande parte do tempo se dedicando a isso em detrimento de outras fontes de satisfação pessoal.

Vem do advogado Renato Opice Blum, especialista em direito eletrônico, o alerta: essa brincadeira pode incidir na prática de falsidade ideológica, com pena de um a cinco anos de reclusão mais multa. Com ordem judicial, é possível rastrear de onde partiram os acessos. A vítima também pode entrar na Justiça com uma ação civil por danos morais e ganhar uma indenização. Casos de ofensas também podem suscitar ações judiciais.

– Vai ter uma migração desses crimes do Orkut para o Twitter. É uma mera questão de tempo – prevê.

Alguns perfis verdadeiros e falsos no Twitter
OFICIAIS
Demi Moore: www.twitter.com/mrskutcher
Lance Armstrong: www.twitter.com/lancearmstrong
Presidência de Portugal: www.twitter.com/presidencia
FAKES
Victor Fasano: www.twitter.com/vitorfasano
Paulo Brito: www.twitter.com/paulo_brito
Yeda Crusius: www.twitter.com/yedacrusius
Renato Gaúcho: www.twitter.com/renato_gaucho
Deus: www.twitter.com/ocriador

Comentários

codevilla, fábio

Denuncie este comentário18/03/2009 18:54

quero o oficial de deus! ;-) abraços, www.twitter.com/codevilla

 
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