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Educação Básica  | 26/10/2012 12h38min

Professores e alunos de escola na Grande Florianópolis se posicionam a favor da docente que aparece em vídeo

Agressões verbais seriam resultado de situação extrema de estresse vivenciada na classe

Atualizada às 19h00min Aline Rebequi  |  aline.rebequi@diario.com.br

Um dia de desabafos e angústias. Assim foi a manhã na Escola Municipal Maria Luiza de Melo, em São José, Grande Florianópolis, após a repercussão em todo o Estado do polêmico vídeo que mostra uma professora da unidade discutindo com alunos em sala de aula. Por decisão da secretaria de educação, Lígia Nascimento foi afastada da turma onde leciona no período noturno, mas professores e alunos se posicionam a favor da docente.

Considerada uma pessoa de múltiplas qualidades e poucos defeitos, Ligia é vista como uma profissional exigente, porém, brincalhona, dedicada, mas de "pavio curto". Na manhã desta sexta-feira daria aulas a uma turma de 24 alunos da 7º série, mas segundo o diretor da escola, Arnaldo de Biasi Raldi, preferiu ficar em casa para se recuperar da tensão. Sem Ligia na escola, os estudantes com idades entre 13 e 14 anos reservaram o horário do intervalo para se manifestar a favor do retorno da professora.

Em seus depoimentos, os adolescentes mostram o quanto gostam de Lígia e pretendem distribuir cartazes pela escola na tentativa de dar mais força a docente neste momento de tensão. Eles relatam que a professora foi levada a falar palavrões em sala e que teria caído em uma armadilha.

— Todos na escola sabem que ela costuma dizer o que pensa, que é pavio curto, mas no fundo é muito gente boa, é dedicada, exigente e até brincalhona em sala. A gente entende quando ela esta brincando e não nos xingando, mas eles ( os alunos da turma 201) usaram isso contra ela e editaram o vídeo onde mostrava só a parte ruim, não a parte que a aluna desrespeita — afirma um dos alunos.

Confira os depoimentos de alunos e professores:

Os adolescentes também contam como a professora entrou em sala de aula após a divulgação do vídeo, na manhã de ontem. Segundo eles, ela quase não falou, não brincou como de costume e estava cabisbaixa.

— Pela primeira vez ela chegou atrasada, não estava animada, não conversava muito com a gente, estava com os olhos cheios de lágrima. Não deviam ter feito isso com ela, foi uma armadilha — reforçam.

>>> Para psicóloga, contexto vivido por professores ajuda a explicar a atitude da professora

Nesta sexta-feira, os professores da escola também mudaram o cronograma das conversas e fizeram do intervalo um momento de reflexão sobre o caso e de como eles podiam lidar com a situação. Por unanimidade, nenhum deles se mostrou contra a professora. Segundo eles, o que foi dito de forma errada em sala reflete uma explosão de estresse vivenciada em silêncio por muitos docentes.

— Ela mesma é contra estas agressões verbais dentro da escola, mas foi levada a um momento de estresse tão grande que não conseguiu evitar. Temos muitos estudantes bons que querem estudar, mas já não sabemos o que fazer com aqueles que não querem nada com nada, que desafiam o professor todo o tempo. Estamos cansados, estressados e a educação precisa ser revista, o currículo necessita de alteração, acreditamos que as famílias precisam de apoio psicológico para lidar com seus filhos, pois da mesma forma que estas agressões ocorrem dentro da escola, elas também estão presentes dentro de casa — explicam os professores.


Assista ao vídeo gravado pelos alunos:


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