clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

Educação Básica  | 26/10/2012 03h11min

Aluna expulsa da aula após discussão diz que outros estudantes já haviam reclamado da professora

Secretário municipal de Educação informou que abrirá comissão para apurar o episódio e avaliar a responsabilidade dos alunos

Atualizada às 15h07min

A aluna que aparece no vídeo sendo expulsa da sala de aula após uma discussão com a professora em São José disse que a professora já havia se estressado da mesma forma em outras situações. Juliana Junckes, 17 anos, afirma que a professora ficou brava por ela ter perguntado se a docente "era louca" de reprovar os alunos que não ficassem quietos. Esta parte da discussão teve o áudio comprometido no vídeo.

Juliana afirma que foi a primeira vez que foi mandada para fora da sala de aula. Ela disse que Lígia é conhecida pelo temperamento forte e que outros outros estudantes já haviam reclamado do comportamento da professora. Além da mãe de Juliana, outros quatro pais registraram boletim de ocorrência contra a docente.

— Ela me chamou de m.. e falou da minha mãe. Aí não dá, né? — disse a aluna.

Outra colega de Juliana, que não quis se identificar, foi quem postou o vídeo no YouTube. A estudante disse que a professora já havia sido filmada pela turma conversando no celular em sala de aula. O vídeo foi tirado da internet, segundo a adolescente, por medo de represálias. A estudante disse ainda que a professora está sempre estressada e que a turma havia planejado filmá-la para mostrar à direção da escola.

Comissão vai investigar o que aconteceu antes da discussão

A professora diz que os alunos a provocaram deliberadamente para gravar o vídeo escondido e que outros docentes desistiram da turma. O secretário de Educação de São José, Domingos Bergamin, se reuniu nesta quinta-feira com a direção e coordenadores da escola, Procuradoria do município e o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José (Sintram). Ele decidiu afastar a professora da turma no "intuito de preservar a docente e os alunos".

Bergamin disse não saber exatamente o que aconteceu, mas afirmou ter informações de que os alunos estariam com computadores e celulares ligados em sala, e que a professora já os havia alertado de que isso não era permitido. Mas os alunos não obedeceram.

— Há situações nas escolas em que os próprios alunos fazem suas pressões normais. Não é permitido celular dentro da sala, mas eles usam escondido. Nós não temos controle — disse.

Bergamin acredita que, neste caso, a professora Lígia extrapolou um pouco o limite.

— Já havia certa tensão interna, algumas situações já haviam ocorrido na turma — disse o secretário, que não soube dar exemplos das situações.

Ele ressaltou que a professora Lígia tem temperamento forte, mas nunca teve problemas com alunos.

— Ela dá aulas no ensino fundamental também e nunca teve dificuldades — observou Bergamin.

Sindicato afirma que há reclamações de que alunos são desrespeitosos na sala de aula em São José

Existem muitas reclamações de professores sobre alunos de escolas municipais de São José que são desrespeitosos, saem sem permissão dos professores, respondem com falta de educação. A informação é da Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José (Sintram), Jumeri Zanetti.

— Sabemos da situação das escolas de São José e da dificuldade que os professores enfrentam. Salas lotadas, alunos levando problemas de casa. As famílias não dão conta da educação dos filhos e acabam deixando essa responsabilidade para os professores. Isso não é função deles. O professor é vítima. O número de professores afastados por estresse é grande — disse Jumeri.

A presidente do Sintram não soube informar números de professores afastados por estresse. Ela alegou que a secretaria não atende aos pedidos de solicitação de dados.

— Para conseguir a relação dos servidores da rede municipal de ensino, tivemos que entrar com mandado de segurança. Fomos ao Ministério Público solicitar providência — exemplificou a sindicalista.

Jumeri disse que o sindicato está solidário à educadora e que disponibilizou assessoria jurídica para ela.

— Está claro que o vídeo foi uma armação para tirar a professora do sério. O vídeo mostra apenas a professora falando, mas não mostra o que aconteceu antes para ela agir daquela maneira. Os alunos expuseram a professora divulgando o vídeo. Se eles têm problemas, deveriam ter conversado com a professora e com a direção. Cobraremos para que ela tenha ampla defesa — concluiu Jumeri.

Assista ao vídeo gravado pelos alunos:


DIÁRIO CATARINENSE

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.