Atualizado às 14h24min

As três integrantes do grupo de punk Pussy Riot foram consideradas culpadas de vandalismo pelo tribunal de Khamovniki nesta sexta-feira. As roqueiras foram condenadas a dois anos de prisão.

Conforme a agência Reuters, Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samutsevitch, de 30, e Maria Alejina, de 24, foram consideradas culpadas por vandalismo motivado por ódio religioso ao fazerem um protesto contra o presidente do país, Vladimir Putin, na principal catedral de Moscou.

Na ocasião, elas fizeram uma "oração punk" na catedral do Cristo Salvador pedindo à Virgem Maria que "expulsasse" Putin do poder. O trio se desculpou anteriormente aos religiosos ortodoxos por qualquer ofensa, e disseram que o protesto era contra o líder da igreja ortodoxa russa e seu apoio à reeleição de Vladimir Putin no início do ano.

De acordo com a France Presse, a juíza Marina Syrova disse que as três jovens "planejaram cuidadosamente" o ato realizado em 21 de fevereiro na catedral de Cristo Salvador.

Em sua decisão, Syrova repetiu parte os argumentos da promotoria em suas alegações. Além disso, indicou que as três acusadas "não expressaram arrependimento por seus atos, violaram a ordem pública e ofenderam os sentimentos dos crentes". A promotoria pediu três anos de prisão por "incitação ao ódio religioso". A sentença ainda não foi pronunciada, mas deve sair ainda hoje.

Durante o julgamento, pelo menos 24 pessoas foram detidas pela polícia durante um protesto em apoio às roqueiras em frente ao tribunal. Cerca de duas mil pessoas participaram da manifestação.

Antes do julgamento desta sexta, Tolokonnikova disse em uma carta escrita de dentro da prisão que Putin não poderia derrotar um movimento crescente de oposição. Ela também disse que o julgamento da Pussy Riot uniu forças dispares contra aqueles que "ameaçam a destruição das libertadoras e emancipatórias forças da Rússia".

As três roqueiras estão presas há mais de cinco meses. O caso gerou revolta de diversos artistas pelo mundo, incluindo Red Hot Chilli Peppers, Franz Ferdinand, Paul McCartney, Madonna, Sting, Peter Gabriel, The Who, Björk e Peaches, que lançou um vídeo e uma música em defesa das meninas.