Por volta das 16h30min, em Brasília, o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou a obrigatoriedade do título para votar. Cerca de meia hora depois da decisão, na sede do Tribunal Regional Eleitoral, em Porto Alegre, poucas das cerca de 50 pessoas se desgarraram da fila no último dia para reimpressão da segunda via.

Um dos motivos da persistência dos eleitores se baseia no atendimento agilizado, que diminuiu o tempo de permanência da fila.

— Foi tudo bem rápido — afirmou Ana Paula Teixeira, 37 anos.

A auxiliar de serviços gerais deixou para o último dia porque acreditava que haveria menos fila na Avenida Padre Cacique.

— Eu já sabia da decisão, mas nem liguei, eu ia tirar (o título) mesmo assim. A gente vota para melhorar o país. E se eu precisar do documento nos outros anos? — questiona Ana Paula.

Foto: Adriana Franciosi


O comerciário Paulo Augusto Silva Vieria, 53 anos, esperava há cerca de 15 minutos na fila pelo título e ficou indignado ao ser informado que a obrigatoriedade de apresentação do documento havia sido supensa em Brasília. Mesmo assim, decidiu aguardar para fazer o título.

— Se eu não estivesse a meio passo do balcão, não teria ficado na fila. Vim porque se não tivesse o documento iria ter que pagar multa. Onde já se viu fazer as pessoas esperarem na fila ou saírem correndo do trabalho. Quem paga esse tempo?

No grupo da minoria que desistiu de enfrentar a fila após o anúncio do STF, Daiane Menezes acredita que o título é "desnecessário".

— Saí do trabalho, fiquei na fila por 10 minutos. Essa decisão (do Supremo) era a minha última esperança. Tenho carteira de trabalho e de identidade. É desnecessário pedir o título. Para mim, o papel não tem valor nenhum — argumenta a auxiliar administrativa, de 22 anos.

Segundo a coordenadora da Central de Atendimento ao Eleitor do TRE, Liane Zambrozuski, até as 17h30min, 2.250 pessoas solicitaram a segunda via do título nesta quinta-feira. No mês de setembro, mais de 40 mil procuraram o TRE.

— Assim que houve a divulgação pelo STF, os funcionários informaram as pessoas na fila da decisão. A maioria não deixou o local — relatou Liane. — Mesmo não sendo imprescindível, o título é o documento oficial do eleitor.

O horário de atendimento no TRE, na Avenida Padre Cacique, se estende até as 19h desta quinta.