Como ameaçou no debate da noite de terça-feira, na RBS TV, o candidato do PRP ao governo do Estado, Aroldo Medina, foi à frente do Palácio Piratini nesta manhã para apresentar documentos que comprovariam uma denúncia de fraude em processos de licitação dentro da Brigada Militar (BM).

Conforme o candidato, uma construtora fantasma, de Montenegro, teria vencido a licitação para executar uma reforma na rede de telefonia e instalações elétricas do Departamento de Logística e Patrimônio (DLP) da BM.

Ao se sentir "provocado e desafiado" pela governadora e candidata à reeleição, Yeda Crusius (PSDB), Medina decidiu formalizar as denúncias de "vulnerabilidades administrativas" que ele mesmo investigou. 

— É a ponta de um iceberg. [A empresa] Lesou o Estado do Rio Grande ao fazer o que fez, então eu fui até o local que a empresa informava no contrato social e havia uma tapera — disse Medina — Se um grupo de pessoas se atreve a fraudar o Estado e não se intimida em lesar a própria Brigada Militar, o que restará para o restante do Estado? — completou.

Segundo o candidato, antes de ser construtora, a empresa tinha razão social como revenda de automóveis. Medina teria procurado a empresa, sem êxito, e conversado com moradores de Montenegro sobre os dirigentes do comércio. 

— Analisando o histórico da empresa, ela não tem competência para fazer o que se propõe a fazer.

O coronel Carlos Hirsch, diretor do DLP afirmou que desconhece o teor da denúncia, mas afirma que todo o trâmite legal foi cumprido: 

— O contrato foi assinado e a obra está sendo realizada.

Sobre o caráter eleitoreiro da revelação, Medina disse que já havia formalizado a denúncia na Brigada Militar, no "escalão ao qual é subordinado". 

— Eu vou sair daqui, agora, e vou protocolar essa denúncia no Ministério Público do Estado. Eu não estou brincando de candidato a governador. O povo gaúcho é o juiz dessa questão, é o júri popular.