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Eleições  | 18/08/2010 12h34min

Serra e Dilma trocam farpas em debate na web

Candidatos participam em São Paulo de debate promovido pelo jornal "Folha de S.Paulo"

Os candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), trocaram farpas durante o primeiro debate na web, promovido nesta quarta-feira pelo portal UOL e pela "Folha de São Paulo". Os dois trocaram acusações sobre assuntos como educação, governo Fernando Henrique Cardoso e a crise financeira internacional de 2008.

O candidato tucano acusou o PT de ser o partido do "quanto pior, melhor". Ao ser questionado por Dilma, sobre a tentativa do DEM - partido do vice de Serra, Indio da Costa (RJ) - de barrar o Programa Universidade para Todos (ProUni) - que concede bolsas de estudo para estudantes em instituições privadas de educação superior - no Supremo Tribunal Federal (STF), Serra disse que a sigla tentou barrar a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).

— Em matéria de quanto pior, melhor, o PT é imbatível — acusou o tucano.

Serra listou uma série de projetos que a bancada do PT votou contra no Congresso Nacional durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

— Você é muito ingrata com o Itamar (ex-presidente da República de 1992 a 1994, Itamar Franco) e o Fernando Henrique — disse Serra a Dilma.

A candidata petista afirmou que a diferença de seu partido é que ele reconhece que votou errado no passado e disse que levou os projetos importantes adiante "de forma adequada".

— O PT, viu Marta (Suplicy, candidata petista ao Senado e ex-prefeita de São Paulo), o PT sindicalista quer fechar as parcerias com os hospitais. Agora esse negócio do DEM, parece até brincadeira. Você (Dilma) também nem está preocupada com isso — alfinetou Serra.

No debate, Serra acusou o governo federal de promover o loteamento de cargos públicos em ministérios e empresas estatais. Ele citou de forma específica os Correios e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

— Chegamos ao ponto extremo no caso da administração federal. O loteamento chegou a praticamente todas as esferas — afirmou, em resposta a pergunta de um internauta sobre o que faria, se eleito, para combater o aparelhamento do Estado.

— A Funasa foi praticamente jogada no chão pelo loteamento político. Um descalabro. "Nos Correios, foi tudo loteado entre partidos, setores de partidos e grupos de deputados, baixando muito o nível dos serviços — disse.

Serra não soube avaliar profundidade da crise, diz Dilma

Dilma disse no debate que José Serra fez uma avaliação equivocada da crise financeira internacional quando era governador de São Paulo.

— Acho que você teve uma avaliação errada da crise e achou que seria mais profunda do que foi — afirmou Dilma, criticando a adoção do sistema de substituição tributária pelo governo paulista.

— Até seria (mais profunda), se usássemos os padrões vigentes no governo anterior — disse, acusando o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "quebrar o País" durante sua gestão frente às crises internacionais.

Dilma afirmou que o governo federal reduziu impostos durante a crise internacional para estimular o crescimento econômico e disse que a substituição tributária teve efeito contrário, uma vez que o sistema concentra e aumenta a arrecadação em um primeiro momento. Serra acusou Dilma de se prender ao passado e disse que o governo federal elevou os impostos incidentes sobre os investimentos em saneamento básico e energia elétrica.

— Você fica tão ligada para trás, seu espelho retrovisor é maior que o para-brisa.

Dilma afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva investiu R$ 40 bilhões em saneamento, enquanto o governo FHC não ultrapassou os R$ 300 milhões.

— Acho que discutir saneamento era algo que você não deveria tentar — ironizou.

Após participar no debate, em entrevista coletiva, Dilma disse que é preciso olhar para o passado para valorizar as conquistas do presente e planejar o futuro. A declaração foi em resposta à acusação de Serra de que a candidata olha apenas pelo retrovisor.

— Essa história de que não dá para olhar para o retrovisor é um perigo enorme para um País que tem a história que nós temos. Temos uma história de ditadura e temos de olhar para ela para valorizar a democracia. Temos uma história de baixo crescimento e, por isso, valorizamos o alto crescimento — afirmou.

A candidata petista não quis comentar as acusações sobre a suposta ligação entre o PT e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - a questão foi levantada pelo vice de Serra, Indio da Costa (DEM).

— Eu lamento, mas não vou responder a esse senhor —, disse. 

 

Agência Estado
NELSON ANTOINE/AE / 

Marina, Serra e Dilma participaram de debate promovido pelo UOL nesta quarta-feira
Foto:  NELSON ANTOINE/AE


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