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Eleições  | 23/07/2010 03h37min

Em primeira visita após o início oficial da campanha, Serra promete metrô em Porto Alegre

O candidato do PSDB ressaltou sua paternidade sobre os medicamentos genéricos

Rosane de Oliveira  |  rosane.oliveira@zerohora.com.br

Na primeira visita a Porto Alegre desde o início oficial da campanha, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, juntou mais uma promessa ao compromisso de construir a segunda ponte do Guaíba: a implantação do metrô.

A promessa foi feita em entrevista à Rádio Gaúcha e a ZH, logo depois de caminhada pelo Centro. Ao passar por uma farmácia, Serra entrou para cumprimentar os funcionários:

– Estão vendendo muito genérico? – perguntou, fazendo alusão à sua gestão como ministro da Saúde.

Foi recebido calorosamente pelos vendedores, que o abraçaram, bateram fotos e entoaram em coro:

– Viva os genéricos!

Depois da caminhada, Serra esteve na Rádio Gaúcha, onde falou ao programa Chamada Geral e concedeu entrevista a ZH. Ainda participou de um seminário na Farsul.

Zero Hora – O senhor assume o compromisso com o metrô de Porto Alegre da mesma forma como já fez em relação à segunda ponte do Guaíba?

José Serra –
O mesmo compromisso. As grandes cidades já deveriam ter metrô em funcionamento. São Paulo é a que mais tem e ainda falta muito. Como a cidade é muito grande, custa uma fortuna. Porto Alegre ainda não é uma cidade gigantesca. Portanto, é mais fácil fazer.

ZH – É seu compromisso para o primeiro ano de governo?

Serra –
Associadamente com governo estadual e município. Tem que envolver todos, iniciativa privada e financiadores externos.

ZH – Como melhorar a qualidade da educação?

Serra –
Ampliar a carga horária, do jeito que está, não resolve nada. Não haveria salas e professores. Isso pode ser feito a médio e a longo prazos. A solução é mudar o Ensino Médio, torná-lo atraente para os jovens do ponto de vista da vida, do mercado de trabalho. Tem também de mexer com leis que permitam contratar professor com concurso no regime de 10 horas semanais. Para ele poder dar aula de física, de química, de matérias que hoje você não tem professores. Fizemos isso em São Paulo e está dando certo.

ZH – Foi um erro o país ter ficado tantos anos sem investimentos em escolas técnicas, incluindo o governo do PSDB?

Serra –
Investimos alguma coisa. Parte do que o governo atual investiu é financiamento do Banco Interamericano que veio do governo anterior. Fui eu que fiz, quando fui ministro do Planejamento. Mas precisa muito mais. Proponho para o Brasil fazer um milhão de novas vagas de Ensino Técnico sempre ligadas com Ensino Médio. Temos de começar uma mudança.

ZH – O senhor está disposto a completar a reforma previdenciária e implantar a previdência complementar para os servidores?

Serra –
Sem dúvida, mas vou fazer um negócio bem feito. A solução é fazer um sistema novo para aqueles que não nasceram, que estão nascendo agora ou que têm 10 anos. Para aqueles que já têm direitos adquiridos, vamos fazer uma coisa mais racional e ficará mais fácil. Vou encaminhar isso no primeiro ano.

ZH – Como o senhor avalia o desempenho do seu vice, Indio da Costa, que provocou polêmica ao dizer que o PT tem ligações com o narcotráfico?

Serra –
O que ele disse é uma coisa antiga, que está mais do que evidenciada, que o PT tem ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que, por sua vez, são uma força do narcotráfico.

ZH – O senhor acha que o sigilo de Eduardo Jorge foi quebrado com autorização superior, a pedido de Dilma, ou gesto de uma “aloprada” da Receita Federal?

Serra –
É estratégia do PT. Eles tinham montado um grupo de dossiê sujo. Dossiê limpo não é obrigatoriamente algo criminoso. Quando é feito com baixaria, você está comprando depoimento. Isso é jogo sujo, e o PT estava montando isso e foi descoberto. Tudo coordenado por um personagem importante do PT, que é o Fernando Pimentel. Não é um Zé Ninguém. Uma delas foi começar a quebrar sigilo usando de funcionários ligados ao PT.

ZH – Como vai ser a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na sua campanha?

Serra –
Do jeito que ele quiser, porque ele é ex-presidente, não é candidato. Nem o Lula, aliás, é candidato. Depende dele. Não tenho problemas com o meu passado, não tenho o que esconder, sou fundador do PSDB. Você pode ver mil entrevistas minhas, não tenho de explicar o meu passado, que todos conhecem. Acho que mantive ao longo da minha vida uma coerência muito grande. Minha cara é única, agrade ou não agrade às pessoas.

ZH – Há alguns dias, em Pernambuco, o senhor disse que Lula e FH são parecidos. No que eles são semelhantes?

Serra –
Em Pernambuco, eu não disse a razão, mas para você eu vou dizer. Por exemplo: vai alguém numa audiência, eles sempre dão razão para o interlocutor, que sai feliz. Não aprendi a fazer isso. Com os dois (Lula e FH), o interlocutor sai feliz da vida. Essa é uma característica comum, são sedutores. Acho até que algo sedutor eu sou, mas não é exatamente atendendo gente que vem pedir coisa. Com empresários, governadores, tendo a ser realista.

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