A crise aberta com a indicação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para vice na chapa do tucano José Serra à Presidência levou o DEM a suspender sua convenção marcada para hoje a partir das 8h em um hotel de Brasília. A legenda não informou o novo horário.

Após um dia de tensas reuniões, líderes do DEM e do PSDB não chegaram a um consenso. Serra atuou diretamente, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi acionado para tentar convencer os aliados a aceitar Dias. A definição sairia de um outro encontro da cúpula do DEM ontem à noite em Brasília. Os dirigentes diziam que, sem acordo, a convenção poderia ser cancelada.

Em telefonemas, Serra apelou ontem para o instinto de sobrevivência do DEM. Alegou que as restrições ao nome de Dias impõem risco não só ao PSDB, mas ao futuro do DEM.

Segundo líderes do DEM, Serra argumentou ainda que a retirada de Dias causaria perda de votos no Paraná. Convocado a pedido de Serra, FH evocou a responsabilidade dos aliados em reunião de quase três horas. Ao sair do encontro, não descartou o risco de ruptura:

— Certeza, não se pode dizer que sim. Mas sou otimista — admitiu FH ao deixar o encontro entre as cúpulas partidárias, quando questionado sobre a manutenção da aliança.

A cúpula do DEM admitia até a substituição de Dias por outro tucano, mas mantinha o veto ao senador. O PSDB, por sua vez, insistia no nome de Dias.

— O que queremos é que aquilo que estava conversado lá atrás se reconduza. Isto é, zerar o jogo, retomando o compromisso que existia há três semanas: a discussão parceira, entre esses dois partidos, do nome do vice — explicou o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN).

O prazo para os partidos realizarem convenções se encerra hoje. As legendas, porém, têm até 5 de julho para registrar candidaturas.