Presidente da CNM, Paulo Ziulkoski explica a ZH por que a entidade decidiu não exibir o vídeo.

ZH – Como se deu a polêmica?

Ziulkoski – A gente pensou em nove perguntas para os candidatos. Para ilustrar a última delas, seria apresentado um vídeo sobre a situação dos prefeitos, de pires na mão. Isso é uma coisa ruim para o país, e a ideia era discutir o fim das emendas parlamentares individuais. Apresentamos tudo aos representantes dos candidatos para saber a opinião deles. Apesar de a política de pires na mão existir desde 1988, a campanha de Dilma entendeu que ela seria prejudicada. Surgiu um impasse. Eles não aceitavam a exibição do vídeo. Já o grupo de Serra disse que não via problemas. Aí, a equipe da Marina disse que não anunciaria posição para não ficar com o peso de vetar ou liberar.

ZH – Por que a CNM aceitou o veto da candidatura de Dilma?

Ziulkoski – Como o objetivo era evitar insatisfação dos candidatos, a entidade decidiu buscar o consenso e resolveu não colocar o vídeo no ar para não criar um ambiente ruim. Foi uma iniciativa nossa.

ZH – Não era importante mostrar o vídeo?

Ziulkoski – Foi uma decisão em conjunto. A exibição até é ruim para os prefeitos, mas é a realidade.

ZH – O vídeo prejudica Dilma?
 
Ziulkoski – Não. Ele mostra um problema de vários governos. Na verdade, é muito mais direcionado ao Legislativo do que ao Executivo.

ZH – Qual a saída para acabar com a política do pires?

Ziulkoski – Os escândalos sempre ocorrem na transferência voluntária, na emenda parlamentar, nos programas federais. Esse sistema obriga o prefeito a andar com um projeto, a fazer um vaivém em Brasília, a gastar diárias e passagens, a enfrentar a burocracia. A saída é acabar com a emenda individual, que só vai para quem é comprometido com algum partido, com algum parlamentar. Mas o dinheiro é de todos.

Assita ao vídeo que agitou a sabatina realizada pela CNM: