A disposição do deputado federal Beto Albuquerque (PSB) em se manter candidato ao governo do Estado mesmo sem uma ampla aliança constrange os líderes do PC do B. Os comunistas reconhecem Beto como um aliado que merece respeito, mas cada vez mais entendem que a melhor saída para a sigla é apoiar Tarso Genro (PT).

Há semanas, o PC do B vem alertando Beto de que, sozinhas, as duas legendas não têm estrutura para enfrentar as candidaturas tradicionais. No sábado, porém, os socialistas decidiram continuar na disputa e promover uma última rodada de negociações com PC do B, PHS, PR, PSC, PTC e PT do B.

A decisão adiou o anúncio de apoio do PC do B a Tarso e dividiu os comunistas. Na avaliação de um dos líderes da sigla, “o partido vive um dilema”:

– A candidatura do Beto nos colocou em uma sinuca de bico. O dia 3 de maio será um divisor de águas. Lá, pretendemos encerrar esse debate interno.

Carrion diz que PC do B não quer “marcar posição”

Na próxima segunda-feira, a comissão política do PC do B deve enterrar o apoio a Beto e decidir aprofundar as negociações com o PT de Tarso Genro. Nas conversas até o momento, comunistas já deixaram claro que não têm interesse em indicar um nome para a majoritária. No entanto, a adesão do PC do B à chapa petista está condicionada ao papel do partido na campanha e à disputa pela prefeitura da Capital em 2012.

– Vamos decidir entre seguir apostando na candidatura do Beto para governador ou vamos aprofundar uma negociação mais concreta com o PT – afirmou deputado estadual do PC do B, Raul Carrion, ressaltando que a segunda alternativa é a mais indicada.

Preocupados com o risco de participar de uma “aventura eleitoral”, líderes do PC do B pretendem esgotar até o final da semana as conversas com o PSB.

– Na política, não temos de trabalhar para marcar posição, e sim com possibilidades reais – disse Carrion.